Ensaio Neste Citroën Berlingo elétrico não cabem mais extras. Vale o preço?

Desde 36 301 euros

Neste Citroën Berlingo elétrico não cabem mais extras. Vale o preço?

O Citroën ë-Berlingo XTR é um dos automóveis da Stellantis produzido em Portugal, na fábrica de Mangualde. Esta é a versão topo de gama.

Citroën ë-Berlingo MAX XTR

7.5/10

O Citroën ë-Berlingo é um 100% elétrico para quem procura espaço. Esta versão tem todos os opcionais e mais alguns.

Prós

  • Espaço no habitáculo;
  • Soluções de arrumação;
  • Equipamento de série (versão XTR);
  • Robustez e versatilidade de utilização;

Contras

  • Materiais rígidos a bordo;
  • Impossibilidade de abrir a porta lateral esquerda durante o carregamento;

O Citroën ë-Berlingo é a nova versão 100% elétrica de um modelo que todos conhecemos há alguns anos. A sua geração mais recente acaba de receber uma nova imagem, que já inclui o novo logótipo da marca francesa, entre outras novidades.

Uma das mais curiosas está no facto de este ser um dos automóveis produzido atualmente na fábrica da Stellantis de Mangualde. Não foi o caso da unidade ensaiada, que foi produzida em França, mas nos próximos ensaios, quem sabe?

O Citroën Berlingo é um dos «irmãos gémeos» da família que também inclui o Fiat Dobló, Opel Combo e o Peugeot Partner. Para muitos, ainda se trata «apenas» de um comercial ligeiro, com a diferença de ter mais janelas e assentos, mas, tal como confirmei nos dias em que tive a oportunidade de o conduzir, é bem mais do que isso.

Enquanto as versões de trabalho incluem soluções pensadas para uma utilização mais profissional, as de passageiros são um verdadeiro carro de família. Com a vantagem de aproveitarem todo o espaço útil no interior da carroçaria, transformando-o numa solução prática e versátil para qualquer agregado familiar.

Espaço para tudo e todos

No capítulo do habitáculo, quando a principal prioridade é o espaço disponível, não há outra forma de o dizer: esta é uma das melhores propostas de todas as que se podem encontrar no mercado e vou já explicar porquê.

O visual mais quadrado que foi pensado para incluir o máximo de carga possível a bordo tem o perímetro de um qualquer veículo familiar. Ou seja, 4,4 metros de comprimento e 1,85 metros de largura. Praticamente o mesmo que tem um Citroën C3 Aircross, por exemplo.

A grande diferença está mesmo na altura, que é de 1,8 metros e por causa disso, a qualidade de vida a bordo sai muito beneficiada.

É algo que se torna óbvio logo nos primeiros segundos depois de me sentar ao volante. Seja pela imagem que tenho no espelho retrovisor ou pela distância a que estou do para-brisas. Espaço é mesmo algo que não falta a bordo deste Berlingo elétrico. E a Citroën também sabe disso, pelo que deixou ficar todas as soluções de arrumação das versões comerciais e ainda adicionou outras. No total há 27 espaços de arrumação.

Por exemplo, na zona superior do tabliê, há espaços fechados e por cima das nossas cabeças há uma prateleira onde cabem casacos ou chapéus de chuva. A acrescentar a isto, na versão de passageiros — a mais equipada, com a designação XTR, como a que ensaiei — ainda está presente um teto panorâmico em vidro, com uma outra prateleira longitudinal, com iluminação em LED.

Acesso mais do que amplo

O acesso aos lugares traseiros é feito com a ajuda de outra ideia herdada dos veículos comerciais, as portas deslizantes, presentes de ambos os lados da carroçaria. Podem não ser a solução mais bonita — é mesmo uma questão de gosto — mas oferecem uma abertura bastante ampla (tanto em altura como em largura) e dificilmente há o problema de baterem no carro do lado num estacionamento mais apertado.

A única desvantagem destas portas e até algo insegura, na minha opinião, acontece quando a tomada de carregamento está ligada, o que impede a abertura da porta lateral traseira do lado esquerdo.

Há duas formas de aceder ao porta-bagagens. Uma inclui a abertura da porta traseira que é praticamente do tamanho de toda a parte de trás do Citroën ë-Berlingo. Ou seja, é necessário algum espaço para o fazer. Quando não é possível, o ë-Berlingo permite que se abra apenas o óculo traseiro, que parece deixar livre um acesso mais amplo do que em muitas bagageiras que já utilizei. Já para não falar nos cerca de 600 litros que estão disponíveis para bagagem.

As soluções que deliciam qualquer pessoa durante a utilização diária de um automóvel também estão disponíveis neste espaço. O piso, por exemplo, pode ser colocado na base ou a meio da bagageira em altura. Desta forma, se acedermos ao porta-bagagens através do óculo traseiro, há um espaço com cerca de 300 litros que fica totalmente oculto.

Há ainda um espaço de arrumação na parte superior da bagageira para objetos mais pequenos, acessível pelo lado da bagageira, mas também pelo interior do habitáculo.

Uma questão de conforto

Neste tema, vem novamente à superfície a questão de o Citroën ë-Berlingo ser derivado de um veículo comercial. Mas aqui a afinação de suspensão é diferente das versões de trabalho, ainda que a sua robustez não tenha desaparecido. Quanto mais pesado o carro estiver, mais confortável se torna, tornando a passagem por lombas bastante aceitável.

Em mau piso, a suspensão também parece estar à altura até de irregularidades acima da média e mesmo o isolamento no habitáculo não desilude. Abaixo do desejado fica apenas a qualidade de uma grande maioria de materiais, todos rígidos. Os materiais da parte superior do tabliê têm umas partículas de cor misturadas, por serem de origem reciclada, o que até transmite uma imagem mais apelativa ao habitáculo.

Na versão XTR, tal como na unidade ensaiada, os assentos são os Advanced Comfort e os revestimentos têm um padrão mais colorido. Na frente estão integrados os apoios de braços e na parte de trás, os três assentos contam com rebatimento total e individual. Há tabuleiros rebatíveis atrás e na frente, nem falta uma tomada de 230V, como aquelas lá de casa.

Um familiar em modo elétrico

Como é conduzir este Citroën Berlingo elétrico? Muito parecido com diversos outros familiares, com a vantagem de estar sentado numa posição mais elevada, quase ao jeito de um SUV. A postura ao volante já não é tão vertical como acontecia há uns anos e a coluna da direção também está no sítio certo.

Nesta versão 100% elétrica, o sistema é o mesmo que já testámos em diversos outros modelos do Grupo Stellantis, na sua versão de 136 cv, com uma bateria de 50 kWh de capacidade (46,3 kWh utilizáveis). Segundo a marca, é o suficiente para percorrer 341 km, o que coincide mais ou menos com os 320 km indicados na unidade ensaiada no momento do levantamento, com a bateria a 98%.

Em termos de consumos, as deslocações diárias vão traduzir-se em médias entre os 16 e os 17 kWh/100 km. Com algum cuidado, é possível passar para baixo da fasquia dos 16 kWh/100 km. Na prática, isto quer dizer que a autonomia real do sistema fica ligeiramente abaixo dos 300 km.

Descubra o seu próximo automóvel:

MAX XTR. Preços e equipamento

A versão MAX XTR representa o topo da oferta na gama de passageiros do Citroën ë-Berlingo, sobrepondo-se à Plus e à MAX. Face à versão de entrada na gama (Plus), que tem um preço de 36 301 euros, será necessário adicionar 2500 euros para a versão MAX e mais 300 euros para transformar um ë-Berlingo MAX num MAX XTR, tal como a unidade ensaiada.

Esta inclui jantes de liga leve de 17”, um pacote visual mais arrojado com detalhes em vermelho e para-choques específicos, mas também as diferenças já mencionadas no capítulo do habitáculo, com um padrão exclusivo para os assentos.

Numa remota eventualidade do espaço disponível a bordo Citroën ë-Berlingo não ser suficiente, a marca também tem uma solução: uma versão XL. O comprimento da carroçaria passa dos 4,4 metros para os 4,75 e a lotação aumenta dos cinco para os sete lugares.

Veredito

Citroën ë-Berlingo MAX XTR

7.5/10

O Citroën ë-Berlingo é a versão 100% elétrica desta gama que passou agora a ser produzida em Portugal. Tem um espaço a bordo com que muitos automóveis nem sonham e revelou ser a «ferramenta» perfeita para a rotina diária de diversas famílias.

Prós

  • Espaço no habitáculo;
  • Soluções de arrumação;
  • Equipamento de série (versão XTR);
  • Robustez e versatilidade de utilização;

Contras

  • Materiais rígidos a bordo;
  • Impossibilidade de abrir a porta lateral esquerda durante o carregamento;

Especificações técnicas

Versão base:36.301€

Classificação Euro NCAP: 4/5

39.101€

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura: Um motor elétrico
  • Posição: Dianteira, transversal
  • Carregamento: Bateria: 50 kWh (46,3 úteis)
  • Potência: 100 kW (136 cv)
  • Binário: 270 Nm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Caixa redutora (uma relação)

  • Comprimento: 4403 mm
  • Largura: 1848 mm
  • Altura: 1800 mm
  • Distância entre os eixos: 2785 mm
  • Bagageira: 597 litros
  • Jantes / Pneus: 205/55 R17
  • Peso: 1811 kg

  • Média de consumo: 18,3 kWh/100 km; Autonomia (341 km)
  • Velocidade máxima: 132 km/h

    Tem:

    • Jantes em liga-leve TOPAZ de 17″ com corte diamantado
    • Pack Color Infra Red
    • Para-choques dianteiro e traseiro XTR
    • Duas portas laterais deslizantes com vidros elétricos
    • Vidros traseiros escurecidos
    • Barras de tejadilho
    • Ecrã a cores de 10″
    • Ar condicionado automático
    • Volante de couro aquecido
    • Bancos de conforto avançado com acabamento XTR
    • Três bancos traseiros individuais
    • Airbags frontais e laterais condutor e passageiro
    • Airbags de cortina na 1ª e 2ª fila de bancos
    • Retrovisores exteriores com regulação e desembaciamento elétricos
    • Travão de estacionamento elétrico

Pintura metalizada: 400 €