Ford Grand Tourneo Connect Active. A alternativa aos SUV de sete lugares

Há «vida» para além dos SUV.

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A quase extinção dos MPV está a dar às versões de passageiros dos comerciais compactos novas «responsabilidades» quando a «missão» é responder às necessidades das famílias numerosas e um exemplo claro encontramo-lo no novo Ford Grand Tourneo Connect.

Esta é a variante longa da nova Tourneo Connect, que adiciona 35 cm ao comprimento total (fixa-se nos 4863 mm) e, opcionalmente, uma terceira fila de bancos elevando a lotação máxima para sete lugares.

Assume-se como uma alternativa na Ford ao ainda maior e mais caro SUV Explorer e procura ocupar um vazio que vai ser deixado pelos MPV S-Max e Galaxy, cujo fim de produção já foi anunciado para este ano.

Ao assumir este papel, o Grand Tourneo Connect acaba por entrar na «mira» dos SUV de sete lugares. E na versão Active do nosso exemplar, ganha um visual mais aventureiro em linha com o que vemos nos SUV.

A distância ao solo, porém, é a mesma das outras versões (143 mm), mas as proteções na carroçaria conferem-lhe um visual mais robusto e até parecem convidar a explorar alguns caminhos de terra em família.

Pessoalmente, aprecio esta «receita». Afinal, propostas como o Tourneo Connect não se resumem à versatilidade no habitáculo, mas também à utilização variada que permitem.

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Não temos o «requinte» que encontramos nos SUV de sete lugares, mas em contrapartida temos um modelo que permite uma utilização mais descontraída e versátil do que muitos dos SUV do mercado.

Espaço para «dar e vender»

Ainda antes de entrar para o Ford Grand Tourneo Connect as vantagens de ter como base um veículo comercial tornam-se evidentes. Afinal, atualmente só estas propostas contam com portas laterais traseiras de correr.

Graças a esta solução colocar as cadeiras das crianças nos bancos traseiros ou transportar alguém com mobilidade reduzida torna-se muito mais fácil.

No interior do Tourneo Connect o espaço «é rei». À frente viajamos desafogados; a segunda fila conta com três verdadeiros lugares e na terceira fila (um opcional que custa 923 euros) há mais espaço do que aquele que encontramos nos SUV de sete lugares.

Ao contrário desses SUV, estes dois lugares não servem apenas para situações de recurso. É verdade que não são tão espaçosos como os restantes, mas são confortáveis e o acesso é bem mais fácil do que na maioria dos SUV.

Simples, mas robusto

Se no capítulo do espaço o interior do Tourneo Connect não esconde as suas origens, no campo da agradabilidade geral consegue disfarçá-las muito bem.

A robustez está em bom plano e os materiais, apesar de duros, aparentam poder resistir à passagem do tempo, uma mais valia num modelo cuja utilização promete ser intensiva.

As origens da Ford Tourneo Connect — é baseada na Volkswagen Caddy — ficam evidentes no campo da ergonomia. Há muitos espaços de arrumação, mas a ausência de comandos físicos merece reparos.

O ecrã central concentra muitos dos comandos e funções que, normalmente, teriam «direito» a um botão e nem para a climatização temos comandos físicos. Dito isto, a legibilidade do ecrã é boa, mas este não é particularmente fácil ou intuitivo de usar.

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O Diesel continua a fazer sentido

A animar o Ford Grand Tourneo Connect encontramos um motor 2,0 l turbo Diesel de origem Volkswagen. Usado também por muitas propostas da marca alemã, no modelo da Ford este motor continua a merecer elogios, seja pela frugalidade seja pela disponibilidade.

Começando pelos consumos, percorri mais de 1000 km ao volante do Grand Tourneo Connect, nem sempre a ritmos calmos, mas no final deste teste a média fixava-se nos comedidos 5,6 l/100 km.

A disponibilidade do motor também convenceu — não se deixem «enganar» pelos modestos 122 cv. Com uma particular apetência pelos baixos e médios regimes, este 2,0 l permite uma utilização descontraída e bastante agradável.

As ultrapassagens fazem-se com facilidade e mesmo com o Grand Tourneo Connect carregado não é difícil impor ritmos aceitáveis para uma viagem em família.

A ajudar a tudo isto temos uma caixa de velocidades bastante precisa e rápida. Aliás, esta revelou-se tão agradável de usar que quase lamentamos que não seja necessário recorrer a ela com mais frequência.

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Pronto para as curvas

Se os modelos da Ford são, no geral, as referências no capítulo dinâmico nas suas respetivas classes, será que o mesmo acontece nesta proposta que, além de derivar de um veículo comercial, tem «genes alemães»?

A resposta não tardou muito quando abordei uma estrada mais enrolada com um pouco de mais ímpeto. A direção é rápida e precisa, e os movimentos da carroçaria são controlados, quase que incitando a aumentar o ritmo.

Apesar de ser um tipo de condução que talvez não seja aquele para o qual o Tourneo Connect foi pensado, surpreendeu ainda por esta sua atitude mais dinâmica não «beliscar» o conforto a bordo.

Depois de percorrer cerca de 1000 km num só dia ao volante do Tourneo Connect fiquei com duas certezas: o motor é tão «amigo da carteira» como o amortecimento é «amigo» das nossas costas.

É verdade que não temos os níveis de diversão que encontramos, por exemplo, no Puma, mas tudo acontece de forma previsível e segura, precisamente aquilo que se espera de um modelo que será usado como «carro de família».

Em autoestrada o Grand Tourneo continua a impressionar pelo conforto e estabilidade, fazendo esquecer as suas origens mais utilitárias.

O «preço» do espaço

Com um preço que começa, no caso da unidade ensaiada, nos 40 558 euros, o Ford Tourneo Connect não pode ser considerado acessível. Contudo, convém contextualizar a proposta da Ford face aos seus rivais.

Encontrar SUV com sete lugares por menos de 40 mil euros é uma missão muito difícil e a terceira fila não costuma convencer, tendo mais limitações. Já se procurarmos um dos poucos MPV que ainda «resistem» no mercado, como o Volkswagen Multivan, estes são invariavelmente maiores e, acima de tudo, mais caros.

A proposta da Ford acaba por ter um espaço interessante no mercado e, para aqueles que as longas distâncias não são uma necessidade e podem prescindir do Diesel, a Grand Tourneo Active está também disponível com o motor a gasolina 1.5T de 114 cv, vários milhares de euros mais acessível.