Jeep Avenger Electric
Não tenham medo de «esticar a corda». O Jeep Avenger pode aventurar-se para fora da cidade.
Prós
- Condução em cidade
- Consumos
- Espaço e ambiente a bordo
Contras
- Alguns materiais
- Demasiados opcionais
- Preço elevado
Se está a pensar comprar um Jeep Avenger Electric, é muito provável que o seu gosto por automóveis seja semelhante ao dos italianos. Não é um elogio (muito menos uma ofensa…), é uma constatação. Este pequeno SUV americano tem sido um verdadeiro sucesso de vendas no país da pasta, das pizzas e da Ferrari.
Infelizmente, neste teste, não vamos falar nem de gastronomia, nem de superdesportivos italianos — por muito que essa fosse a minha vontade. Vamos antes falar dos consumos e da experiência de condução do Avenger Electric.
Foi a minha companhia durante uma semana e nas próximas linhas vou contar-vos como foi. Uma proposta despretensiosa, como mostram alguns detalhes espalhados pelo exterior. Nesta galeria de imagens vão perceber do que estou a falar:
Num olhar mais atento descobrimos uma joaninha a passear no tejadilho e na moldura negra do para-brisas está uma criança a olhar para as estrelas através de um telescópio. Sendo que estas estão no canto oposto do para-brisas.
No óculo traseiro, a moldura mostra uma montanha, simulando um ambiente mais aventureiro, sendo que, para isso, também podemos contar com o logótipo das sete barras verticais e os dois círculos, que relembram a frente do histórico Willys, o primeiro modelo da marca. E este, é um detalhe que também encontramos em diversos recantos do Avenger.
Um americano com sotaque europeu
Este SUV do segmento B é um americano desenvolvido na Europa para os europeus e que nem sequer está previsto ser vendido no seu país de origem. Além disso, a Jeep afirma que o Avenger está destinado a famílias que habitam nas cidades. Algo que também só conseguimos associar à marca americana há pouco tempo.
Avenger é maior por dentro que por fora
O Jeep Avenger chegou ao mercado há sensivelmente um ano. Entretanto, muito já foi dito e escrito sobre o primeiro modelo 100% elétrico da marca americana. Um dos melhores exemplos é o vídeo apresentado pelo Guilherme Costa na sua apresentação internacional:
Ainda assim, não posso deixar de referir a boa posição de condução e o amplo espaço disponível no habitáculo, tanto à frente como atrás. Não sendo uma referência, está longe de ser apertado e quem viaja atrás pode contar com um bom espaço em altura e para as pernas. A lotação máxima ideal, no entanto, continua resumida a quatro pessoas.
Por outro lado, mais longe do que seria ideal, está a escolha da maioria dos materiais utilizados a bordo. Há zonas, como a consola central, por exemplo, que mereciam uma quantidade inferior de plásticos rígidos.
Menos comum é a presença dos comandos da caixa na consola central. É uma solução que liberta espaço entre os assentos permitindo a adoção de novos espaços de arrumação. No entanto, não se revelou muito prática, uma vez que, em algumas manobras, é quase sempre necessário olhar para estes comandos para ter a certeza de que estamos a selecionar a opção correta.
A autonomia real em cidade
Uma das principais preocupações de quem compra um veículo elétrico é a sua autonomia real e há dois cenários distintos, dependendo da sua utilização. Em cidade é uma coisa e em estrada aberta é outra.
Em cidade, como seria de esperar, é onde vamos mais longe com o menor consumo — graças à constante regeneração em travagem — sendo possível superar os 400 km anunciados pela marca em ciclo combinado.
Naturalmente que isto exige pé ligeiro da nossa parte, mas quero dar-vos um valor que se coadune com uma utilização regrada, porém despreocupada neste ambiente. Vamos diretos aos assunto: em cidade contem com 380 km de autonomia sem grande esforço.
Ou seja, sem chicotear, mas também sem deixar adormecer o motor M3 da Stellantis que equipa este modelo e que soma 115 kW (156 cv) de potência e 260 Nm de binário. A tração é feita apenas nas rodas dianteiras, mas há diversos modos de condução disponíveis, para asfalto e não só.
Por falar nisso, é importante referir que, consoante o modo de condução selecionado, o número de equídeos disponíveis também varia. Com o Eco estão presentes 80 cv, no Normal 106 cv e apenas com o Sport se apresentam ao serviço os prometidos 156 cv.
Em Areia e Neve, apenas é ajustada a forma como o binário chega às rodas. Não tem tração integral, mas com esta ajuda, a tração dianteira já consegue fazer alguns milagres. Mas se têm pouca fé, o melhor é não sair do asfalto…
A autonomia real em estrada
Importa referir que o Jeep Avenger Electric é um bom companheiro de cidade. No total, são pouco mais de quatro metros de comprimento e menos de 1,8 m de largura. Com a vantagem de pesar menos de 1600 kg, o que não deixa de ser bom… para um veículo elétrico.
Em autoestrada, o sistema elétrico do Avenger deu a entender que não estava no seu «ambiente» preferido. Temos potência suficiente é certo, mas sem a ajuda da regeneração os consumos disparam.
Já em estrada, em ritmo moderado, tudo parece fazer mais sentido, com a regeneração a demonstrar na perfeição como funciona. A bateria de 54 kWh (51 kWh líquidos) agradece toda a energia que lhe é devolvida.
Qual foi o resultado final do Avenger?
Na maioria das minhas deslocações, o ar condicionado esteve sempre ligado no modo automático, com a temperatura nos 21 ºC e o modo “Normal” ativo. Afinal, é assim que a grande maioria dos Avenger vão circular.
No final do teste, o valor registado nas minhas várias deslocações foi de 17,3 kWh/100 km, o que se traduz numa autonomia real em torno dos 315 km num misto de autoestrada, vias rápidas e cidade.
Restrito ao ambiente urbano, o Avenger conseguiu apresentar consumos de 14,1 kWh/100 km, mas fiquei com a ideia de que até conseguiria reduzir este valor. Não tentei. Quis fazer uma utilização dita normal, sem excessos de precauções nem exageros no acelerador.
Muito equipamento porém…
A unidade que tive oportunidade de ensaiar contava com o nível de equipamento intermédio, o Altitude, que tem um preço base de 41 700 euros. No entanto, esta mesma unidade também contava com diversos extras e pacotes adicionais de equipamento.
Ou seja, com a escolha de uma pintura metalizada mais original (Azul Lake), de um conjunto de equipamentos de segurança e de ajuda à condução, mas também de soluções de conectividade mais completas, o valor final deste Avenger passou para os 47 150 euros.
Este já é um valor bastante elevado para um SUV deste segmento. Mais ainda depois de ter testado o irmão «gémeo» do Avenger, o Fiat 600e — também numa versão que não era a mais equipada —, mas que custava menos 10 mil euros que este.
É o preço a pagar por uma imagem distinta e por um design que seguramente vai fazer muitos consumidores dizer “é mesmo isto que eu quero” sem olhar ao preço. Conduzam um e vão perceber porque refiro esse sentimento.
Veredito
Jeep Avenger Electric
Um sistema elétrico competente e uma estética vencedora fazem do Jeep Avenger Electric um produto muito apetecível. No habitáculo há bastante espaço disponível e o nível de equipamento é bastante completo. O preço, é mesmo o ponto menos positivo.
Prós
- Condução em cidade
- Consumos
- Espaço e ambiente a bordo
Contras
- Alguns materiais
- Demasiados opcionais
- Preço elevado
Especificações técnicas
Versão base:41.700€
Classificação Euro NCAP:
47.150€
Preço unidade ensaiada
- Arquitectura: Um motor elétrico
- Posição: Dianteira, transversal
- Carregamento: Bateria: 54 kWh (50,8 kWh utilizáveis)
- Potência: 115 kW (156 cv)
- Binário: 260 Nm
- Tracção: Dianteira
- Caixa de velocidades: Caixa redutora (uma relação)
- Comprimento: 4084 mm
- Largura: 1776 mm
- Altura: 1528 mm
- Distância entre os eixos: 2562 mm
- Bagageira: 355 litros
- Jantes / Pneus: 215/55 R18
- Peso: 1595 kg
- Média de consumo: 15,1 kWh/100 km; Autonomia: 394 km (ciclo combinado WLTP)
- Velocidade máxima: 150 km/h
- Aceleração máxima: >9s
- Painel de instrumentos com ecrã de 10,25″
- Sistema de áudio com seis altifalantes
- Ar condicionado automático
- Cruise control adaptativo
- Sensores de estacionamento traseiros
- Keyless Entry & Go
- Espelhos retrovisores com ajuste elétrico e aquecidos
- Portão da bagageira com abertura mãos livres
- Banco do condutor com ajuste manual de 6 modos
- Jantes em liga leve de 17″
- Capas dos espelhos retovisores exteriores em preto brilhante
- Hill Descent Control – Controlo de descida de declives
- Seletor de modo de condução (Eco, Normal, Sport, Sand, Mud, Snow)
- Sensor de chuva
- Sistema de reconhecimento de pedestres e ciclistas
- Luzes dianteiras em LED – refletor
- Travão de estacionamento elétrico (com auto hold)
- Cabo de carregamento – Modo 3
Tem:
Pintura Metalizada (Azul Lake): 750 €
Pack Infotainment & Convenience Altitude: 850 €
Pack LED & Style: 1 450 €
Pack ADAS: 1200 €
Sabe esta resposta?
Quantas unidades do Willys foram construídas durante a Segunda Guerra Mundial?
Oops, não acertou!
Pode encontrar a resposta aqui:
A história do Jeep, das origens militares ao WranglerParabéns, acertou!
Vai para a próxima perguntaou lê o artigo sobre este tema:
A história do Jeep, das origens militares ao Wrangler
Sem comentários
Testámos a autonomia real do Jeep Avenger 100% elétrico
Durante uma semana conduzi o Jeep Avenger Electric. Em estrada, autoestrada e cidade. Esta é a autonomia real que podem esperar deste SUV.
Consulte, antes de comentar, a informação legal e os nossos termos e condições aqui
Este artigo ainda não tem comentários.
Seja o primeiro a partilhar uma opinião.