Mitsubishi ASX 1.0 MPI-T Bi-Fuel
Sim, o Mitsubishi ASX parece um outro modelo, mas nesta versão Bi-Fuel o que interessa mesmo são as contas feitas.
Prós
- Autonomia
- Equipamento de série
- Preço
Contras
- Alguns materiais
- Falta de identidade visual
- Suspensão demasiado branda
Há algo de familiar neste SUV compacto e isso nem sequer é um segredo. Todos sabemos que este «Renault Captur» com três diamantes na grelha frontal é fruto da aliança entre a marca francesa e a Mitsubishi. A grande novidade? Tal como o primo francês, o Mitsubishi ASX passa a ter disponível o sistema GPL, que promete esticar — e bem — a sua autonomia.
Na Mitsubishi chamam-lhe Bi-Fuel, mas o coração é o conhecido 1.0 MPI-T de três cilindros com 100 cv. Um motor simples, aliado a uma solução de mobilidade mais pragmática, com consumos baixos e num dos formatos de carroçaria mais procurados do mercado: o dos SUV compactos.
Visualmente, é um caso clássico de “separados à nascença”. A frente recebe um para-choques com assinatura Mitsubishi, mas integra os mesmos grupos óticos. As jantes de 17″ são específicas, há barras longitudinais no tejadilho e as proteções plásticas completam o aspeto mais robusto.
Atrás, os três diamantes não conseguiram «arrumar» tão bem a câmara de estacionamento como o losango da Renault no Captur. No seu lugar temos uma peça plástica pouco elegante e a inscrição da marca japonesa.
Descubra as diferenças
A bordo, as diferenças são ainda mais subtis e é no conteúdo tecnológico que as encontramos, com a Renault a levar a melhor. O Mitsubishi ASX Bi-Fuel preenche todos os requisitos da classe, mas com algumas concessões.
Por exemplo, o painel de instrumentos é digital, mas não é tão generoso em dimensões. E o travão de estacionamento? É uma tradicional alavanca manual e não um elétrico, como já é comum.
No lado mais prático que é o que realmente interessa ao público-alvo, o ASX dá cartas. Há espaço suficiente para grande parte das famílias portuguesas e toda a parafernália que transportam.
A segunda fila é perfeitamente adequada para dois adultos — também pode receber três, mas requer algum sacrifício. E na bagageira, os praticamente 400 litros disponíveis também são muito razoáveis, mesmo considerando que o compartimento por debaixo do piso esteja agora ocupado pelo depósito de GPL.
Função cumprida
Ao volante, o Mitsubishi ASX Bi-Fuel faz exatamente aquilo que se espera dele. Tem tudo o que esperamos de um SUV compacto e desempenha a sua função sem dificuldades.
A suspensão podia ser um pouco mais firme… para melhorar o conforto. Devia ser ao contrário, certo? Eu explico. Apesar da suavidade do amortecimento filtrar bem a larga maioria das irregularidades do piso, gera também algumas vibrações e movimentos indesejados.
Ainda assim, isto não compromete o desempenho. Em cidade ou em estrada, o ASX faz o seu trabalho com competência, mesmo quando aumentamos um pouco mais o ritmo. Claro que convém lembrar: são apenas três cilindros, um litro de capacidade e 100 cv. Expectativas alinhadas, por favor.
Contas com saldo positivo
A melhor parte desta motorização 1.0 MPI-T, no entanto, não está nas suas prestações, mas sim nos custos. Em vez de valores «combinados» (como num híbrido plug-in) há a adição de depósitos: 39 litros de gasolina e 32 litros de GPL, geridos através de um seletor discreto do lado esquerdo da coluna da direção.
Para saber qual o combustível em uso, basta olhar para o painel de instrumentos ou para as médias de consumo: 9,2 l/100 km a GPL e 7,8 l/100 km a gasolina. Com estas médias, o ASX é capaz de percorrer praticamente 850 km — ansiedade de autonomia? Nenhuma.
E o melhor? Abastecer ambos os depósitos fica abaixo dos 100 euros: 98,23 €, para ser preciso (valores à data da publicação deste teste).
Detalhando os custos mais um pouco — nós adoramos o Excel — cada quilómetro a GPL custa nove cêntimos, enquanto a gasolina sobe para 13,4 cêntimos. Por cada 100 km a poupança com GPL ronda os 4,4 euros — uma diferença que, progressivamente, acaba por pesar (bem) menos na carteira.
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Investimento inicial
Para levar para casa um Mitsubishi ASX 1.0 MPI-T Bi-Fuel 6MT Kaiteki como o testado precisa de, pelo menos, 23 757 euros, um valor bastante competitivo face às alternativas mais recentes, sobretudo eletrificadas. Há ainda uma versão com mais mordomias — incluindo o travão de estacionamento elétrico —, a Shogun.
A unidade que testei é preciso ainda somar os 450 euros da pintura metalizada e os custos de legalização. No total, fica por pouco mais de 25 mil euros por uma proposta sensata, racional e financeiramente muito atraente.
Veredito
Mitsubishi ASX 1.0 MPI-T Bi-Fuel
O Mitsubishi ASX não esconde a ascendência francesa e joga a seu favor. A versão Bi-Fuel (gasolina+GPL) é a mais sensata da gama graças aos custos de utilização muito baixos. Dito isto, os consumos não impressionaram, assim como o comportamento dinâmico, mas não deixar de ser muito competente. Boa dotação de equipamento, embora com espaço para mais sofisticação. Uma proposta racional para quem valoriza o essencial.
Prós
- Autonomia
- Equipamento de série
- Preço
Contras
- Alguns materiais
- Falta de identidade visual
- Suspensão demasiado branda
Especificações técnicas
Versão base:23.757€
IUC: 111€
Classificação Euro NCAP:
24.207€
Preço unidade ensaiada
- Arquitectura: 3 cilindros em linha
- Capacidade: 999 cm³
- Posição: Dianteira, transversal
- Carregamento: Injeção direta, com turbo e intercooler
- Distribuição: 2 a.c.c. / 4 válvulas por cilindro (12 válv.)
- Potência: 100 cv entre 4600-5000 rpm
- Binário: 170 Nm entre 2000-3500 rpm
- Tracção: Dianteira
- Caixa de velocidades: Manual de 6 vel.
- Comprimento: 4238 mm
- Largura: 1797 mm
- Altura: 1585 mm
- Distância entre os eixos: 2639 mm
- Bagageira: 396-1507 litros
- Jantes / Pneus: 215/60 R17
- Peso: 1335 kg
- Média de consumo: 6,1 l/100 km
- Emissões CO2: 121 g/km
- Velocidade máxima: 173 km/h
- Aceleração máxima: >13
- Airbag condutor, passageiro, cortina e lateral
- Ar condicionado automático
- Banco do condutor ajustável em altura
- Câmara de estacionamento traseira
- Controlo de estabilidade e tração (ASTC)
- Cruise Control com limitador de velocidade
- Espelhos retrovisores com regulação elétrica, aquecidos
- Jantes em aço Flexwheel 17″
- Kit de reparação de furos
- Painel de instrumentos digital de 7″
- Portas USB dianteiras x2
- Proteções inferiores em preto brilhante
- Sensores de estacionamento traseiros
- Sistema de iluminação em LED
- Sistema de travagem de emergência
- Sistema ISOFIX (banco do passageiro e bancos traseiros)
- Sistema SDA 10,4″ (com Android Auto e Apple CarPlay sem fios)
- Volante em pele sintética
Tem:
Pintura metalizada: 450 €
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Como se chamava o monovolume de sete lugares que a Mitsubishi apresentou no início deste milénio?
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Pode encontrar a resposta aqui:
Mitsubishi Grandis vai regressar mas não da forma que imaginaParabéns, acertou!
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Mitsubishi Grandis vai regressar mas não da forma que imagina
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Testámos o Mitsubishi ASX mais sensato e com contas que batem certo
Nem sempre consumir pouco é o segredo. O Mitsubishi ASX Bi-Fuel convence com o recurso ao GPL e mostra porque ainda faz todo o sentido.
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