Teste completo ao novo Mitsubishi Colt 1.0 MPI-T Launch Edition

Um dos melhores utilitários do mercado, nascido em França, mas com família no Japão.

---

Apresentado ao mundo no início dos anos 60, o nome Colt tem representado quase sempre o ponto de entrada na gama da Mitsubishi. Foi conhecido como Mirage em outros mercados, mas, entretanto, voltou a adotar o seu nome original e, uma década depois, acaba de chegar a Portugal, na sua sétima geração.

A sua ligação ao Renault Clio é impossível de ignorar, uma vez o novo Colt é um exercício de badge-engineering, fruto da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi. No entanto, para o pequeno utilitário da marca nipónica, este «sotaque» está longe de ser mau. Aliás, este ADN francês pode mesmo ser uma das melhores coisas que já aconteceu ao Colt.

Em termos visuais, o novo Mitsubishi Colt inclui a maioria das novidades apresentadas com a atualização mais recente do Renault Clio, mas com alguns elementos específicos. A grelha frontal, por exemplo, tem um desenho que o aproxima mais de outros modelos da Mitsubishi, como o ASX. Na secção traseira, as letras que formam o nome da marca estão mais destacadas, para que não haja dúvidas.

Na lista de coisas a melhorar na secção traseira do Mitsubishi Colt, fica apenas a posição da camara de ajuda ao estacionamento. Em vez de estar posicionada no centro de um determinado losango, passando quase despercebida, viu-se integrada num pedaço de plástico criado especificamente para ocupar esta posição.

A presença das jantes de liga leve com 17” de diâmetro, da antena do tejadilho tipo barbatana e do spoiler traseiro pintado em preto metalizado, indicam que se trata da versão mais equipada da gama, a Launch Edition. Mas para que não existam dúvidas, a secção lateral inclui logótipos específicos para a identificar.

https://youtu.be/PozOdSLzk8M?si=YXu8WGrL530VoUtX

Ambiente familiar

A bordo do novo Mitsubishi Colt, torna-se ainda mais difícil convencer o cérebro de que não estamos ao volante do Renault Clio, uma vez que é apenas o centro do volante a recordar que este é aquele familiar japonês que emigrou para França ainda em novo.

A sua génese, no entanto, inclui muitos dos trunfos que o tornam num dos melhores modelos do segmento. Por exemplo, mesmo com a carroçaria a superar os quatro metros apenas por uns milímetros, o espaço disponível no habitáculo é suficientemente amplo, seja nos lugares da frente ou nos traseiros. E atrás de tudo isto, ainda houve espaço para uma bagageira com uma volumetria de 340 litros.

Ao volante, contamos com uma boa posição de condução e uma elevada quantidade de informações disponíveis através do painel de instrumentos totalmente digital, ou do ecrã central de 7” com comando tátil.

Um pequeno autocolante por baixo deste ecrã, indica que se trata da Launch Edition, que é a mais recheada em termos de equipamento de série. Por causa disso, o tabliê conta com materiais mais macios e agradáveis ao toque, mas também com assentos forrados em tecido e pele sintética.

Na consola central está presente uma base de carregamento sem fios para o telefone e duas tomadas USB. A única coisa que dispensávamos — tal como no Clio — é o comando do sistema multimédia do lado direito da coluna da direção, que mal conseguimos ver e que já parece uma solução mais do que datada.

Sem surpresas

Para o mercado nacional, a Mitsubishi escolheu apenas duas motorizações para o Colt, ambas a gasolina, com três cilindros e 1,0 l, que se distinguem pela presença de um turbocompressor. A versão que testámos é a mais potente, com a designação 1.0 MPI-T. Tem uma potência máxima anunciada de 90 cv e 160 Nm de binário, estando associado a uma caixa de velocidades manual, com seis relações.

Ainda assim, mesmo com números que já são pouco sonantes nos dias que correm, a verdade é que ao volante, estes parecem ser melhores do que os anunciados. O motor de três cilindros tem um bom fôlego e permite impor um bom ritmo em estradas mais afastadas do trânsito.

Graças a isso, também conseguimos explorar um chassis muito bem nascido, que faz a devida justiça aos seus antecessores que, em alguns casos, até teve a ajuda de uma tal de Renault Sport.

Do lado mais prático, numa utilização quotidiana, o bloco de três cilindros ainda tem a vantagem de ser comedido em termos de gastos de combustível. O valor declarado pela marca para um percurso misto é de apenas 5,2 l/100 km.

Já no nosso teste, o valor final foi de 6,6 l/100 km, mas com uma utilização mais intensa do que aquela que podermos considerar convencional. A culpa acabou por ser do chassis muito «bem-nascido» que referi acima e acaba por nos despertar a vontade de não optar sempre pelo caminho mais curto.

Uma edição especial

Tal como já referimos, a Launch Edition do Mitsubishi Colt é a mais recheada de toda a gama em termos de equipamento, incluindo quase tudo o que está disponível para este modelo. Mesmo assim, não há diferenças significativas para a versão Invite, imediatamente abaixo desta, ou mesmo para a Kyoto, que representa a entrada na gama.

De série, já podemos contar com o cartão que substitui a chave e que fica sempre no bolso, com as ligações ao smartphone através de Apple CarPlay ou Android Auto, com o ar condicionado automático e com o sistema de iluminação em LED, por exemplo.

No caso da unidade ensaiada, apenas a escolha do tom Sunrise Red Metalizado para a carroçaria, obriga a um acréscimo de 450 euros no preço final, que, desta forma, fica nos 23 050 euros.