Ensaio Este é o melhor Nissan Qashqai que já testei por dois motivos

Desde 36 500 euros

Este é o melhor Nissan Qashqai que já testei por dois motivos

O Nissan Qashqai foi atualizado, mas não muito. Será que as novidades adicionadas para 2024 fazem assim tanta diferença neste SUV?

Nissan Qashqai 1.3 DIG-T Evolve

7.5/10

Nunca imaginei que um simples botão no volante do Nissan Qashqai fizesse tanta diferença.

Prós

  • Comportamento dinâmico
  • Equipamento de série (Evolve)
  • Espaço e qualidade a bordo

Contras

  • Médias de consumo
  • Menus da instrumentação
  • Resposta do motor em baixos regimes

Não é difícil descobrir que o «novo» Nissan Qashqai está longe de ser totalmente novo. O modelo que vê nas imagens é a típica atualização a meio do ciclo de vida. No caso do Qashqai, este tipo de intervenção costuma ser um momento delicado: é o modelo mais vendido da marca e não há margem para erro.

Por esse motivo, as diferenças no que diz respeito ao estilo foram, sobretudo, de pormenor — pelo menos no exterior. O desenho da secção traseira é idêntico, à excepção do interior dos grupos óticos.

Já na parte da frente, a atualização é mais óbvia. Os faróis têm um novo desenho e a grelha frontal adotou um padrão tridimensional com inspiração na armadura de um guerreiro japonês. Na guerra das vendas toda a ajuda conta:

Guerreiros japoneses à parte, os genes do Nissan Qashqai continuam a ser mais europeus que nipónicos. Desde a sua primeira geração, apresentada em 2007, que este SUV foi sempre concebido a pensar na Europa.

A sua produção continua a ser feita em Sunderland, no Reino Unido. No total, já foram produzidas mais de quatro milhões de unidades. É a definição de “vender que nem pãezinhos quentes”, mas a um valor substancialmente superior. Em Portugal o Nissan Qashqai tem preços a começar nos 28 950 euros. Mas já vamos falar dos preços…

Detalhes que fazem (muita) diferença

Uma vez a bordo, a imagem é conhecida e o desenho da maioria dos componentes não precisou de atualização. Os assentos são os mesmos, tal como os painéis das portas, o volante e a grande maioria dos comandos. O ponto em que se nota diferença é mesmo na qualidade dos materiais e da sua montagem. Este é um dos dois motivos que, como menciono no título, faz deste um dos melhores Qashqai que já conduzi. Falta descobrir o segundo

Nesta atualização do Qashqai, os engenheiros da Nissan percorreram a milha extra, optando por acabamentos em pele e Alcantara — versão Evolve — e não existem grandes diferenças de acabamento entre os lugares da frente e os traseiros, por exemplo. O resultado é um ambiente a bordo melhorado e uma insonorização mais cuidada, praticamente isenta de ruídos parasitas.

Escusado será dizer que, em termos de espaço, também não existem diferenças, seja no habitáculo ou na bagageira. Ao volante, a posição de condução é muito boa e as regulações têm uma boa amplitude.

Quem vai atrás, tem um espaço razoável para as pernas e em altura, mas não é uma das referências do segmento. Digo eu, dos alto dos meus 1,85 metros de altura.

Para quem tem as cadeiras de bebé e mochilas intermináveis como rotina no seu dia a dia, a abertura das portas traseiras até um ângulo máximo de 85º será um detalhe muito apreciado. Além disso, os dois segmentos que formam o piso da bagageira revelaram-se bastante úteis, uma vez que permitem dividir de várias formas os mais de 500 litros de capacidade deste espaço.

Serviços Google

A tecnologia é hoje incontornável e no caso do Nissan Qashqai há um enorme trunfo em cima da mesa: os serviços Google. Entre eles, o sistema de navegação com imagens de satélite, o assistente de voz e a loja de aplicações, entre outros. Basta adicionar a nossa conta e ficamos com acesso às nossas localizações favoritas tal como no nosso telemóvel.

Para quem não é adepto deste género de interação, o sistema também permite usar as mais convencionais ligações ao smartphone através de Apple CarPlay ou Android Auto. Tudo através do ecrã de comando tátil de 12,3”, que também é uma das novidades desta atualização do Nissan Qashqai.

Há também um conjunto de câmaras melhorado, destinadas essencialmente às manobras de estacionamento, que permite gerar uma imagem tridimensional do carro — uma ajuda, sem dúvida.

Um simples botão

Este Nissan Qashqai 2024 também passa a ter presente a grande maioria dos sistemas avançados de ajuda à condução (ADAS) de série. Alguns deles impostos pelas novas regras de segurança da União Europeia.

Entre eles, a ajuda de manutenção na via de rodagem, a verificação do ângulo morto, o cruise control com regulação automática de distância e o alerta de velocidade. São muito úteis, mas às vezes também são chatos, não há outra forma de colocar as coisas.

É que muitos destes sistemas são acompanhados por avisos acústicos, que se podem tornar incomodativos (leia-se profundamente irritantes…).

Por isso, para quem passa o início de cada viagem a percorrer os menus para desligar alguns destes sistemas, tenho uma excelente novidade: o Nissan Qashqai, tem um botão de atalho no volante para desligar aquilo que é acessório.

Nissan Qashqai - comandos no volante
© André Mendes / Razão Automóvel O botão azul faz toda a diferença. É algo que todas as marcas deviam copiar.

Sim, um simples botão que dá acesso às configurações do “Driver Assist Custom Mode”, mas que faz tanta diferença. Este é segundo motivo que me faz gostar ainda mais do Qashqai.

Neste modo Custom podemos registar todas as nossas preferências relacionadas com os sistemas de assistência à condução. Depois, no início de cada viagem, basta premir esse botão, confirmar com “OK” e tudo fica ao nosso gosto para sempre.

Confortável e preciso

O Nissan Qashqai é um daqueles modelos que não é o melhor em quase nada, mas que tem o dom de fazer bem quase tudo. E quem vai ao volante sente logo nos primeiros momentos.

A direção é leve e a maioria dos comandos são simples de utilizar. A afinação da suspensão, mesmo com a presença de jantes de 20”, oferece um bom compromisso entre conforto e desempenho dinâmico. Com o modo de condução mais desportivo selecionado, a direção ganha um pouco de firmeza e o motor fica mais disponível, mas sem modificar a experiência de condução.

Saudades dos Diesel?

Muitos dos clientes desta gama ainda choram pelo desaparecimento dos motores 1.5 dCi que, durante mais de uma década, foram os mais escolhidos para equipar o Nissan Qashqai. Podem secar as lágrimas…

Há duas boas opções nesta gama: a e-Power, para quem deseja uma condução eletrificada, mas sem o risco de não existir uma tomada por perto e esta que testei, a 1.3 DIG-T, a gasolina.

Naturalmente que, em termos de consumos, esta motorização pouco ou nada pode fazer contra o velho Diesel. A boa notícia é que a diferença não é tão grande como à partida imaginava.

Os valores anunciados pela marca variam entre os 6,3 l/100 km e os 6,5 l/100 km. São consumos possíveis, mas durante este ensaio — em condições de «mundo real», com cidade, estrada, autoestrada, ar condicionado sempre ligado e uma rotina em que o tempo parece ser sempre escasso —, o valor final acabou por ficar nos 7,3 l/100 km.

Conseguia fazer menos? Seguramente. Mas não sou a pessoa mais dedicada a tratar bem o pedal do acelerador.

Em contrapartida, em termos de resposta e vivacidade, este motor turbo de 1,3 litros a gasolina — desenvolvido em parceria entre a Renault e a Mercedes-Benz —, dá 10 a 0 ao velhinho Diesel. Este propulsor tem um pequeno truque que é um sistema mild-hybrid, que lhe dá uma ajuda sempre que necessário, ainda que mal se dê por isso.

Feitas as contas, temos à disposição 140 cv de potência nas versões de caixa manual (como na unidade ensaiada) e um binário de 240 Nm, com tração dianteira. Caso optemos pela caixa automática (CVT) a potência sobe para os 160 cv. Valores mais que suficientes para as pretensões de um SUV familiar.

Descubra o seu próximo automóvel:

Equipamento recheado

A unidade ensaiada apresenta-se no nível Evolve, com um visual um pouco mais desportivo e que é o segundo mais completo da gama. Já inclui as jantes de liga leve com 20” e os assentos desportivos com forro em pele e Alcantara.

Nissan Qashqai - teto panorâmico
© André Mendes / Razão Automóvel Normalmente só temos acesso a estes equipamentos nas versões topo de gama.

O tom mais original na carroçaria — Deep Ocean — gerou «teimosias» entre os adeptos do azul e do verde. Ainda assim, revelou ser uma escolha original, capaz de realçar as linhas de um modelo que, apesar da novidade, já quase toda a gente conhece.

Em termos de preço, o valor base deste Nissan Qashqai 1.3 DIG-T, caixa manual e no nível de equipamento Evolve, é de 36 500 euros. No caso da unidade ensaiada, com a adição da pintura metalizada e do teto panorâmico, mas também das despesas de matriculação e pré-entrega, o valor passa para os 42 798 euros.

Se vivem bem sem ver as estrelas à noite durante a condução e com umas jantes mais pequenas, talvez valha a pena olhar para as versões de acesso à gama. O equipamento continua a ser interessante e o preço mais ainda.

Veredito

Nissan Qashqai 1.3 DIG-T Evolve

7.5/10

Com esta atualização do Nissan Qashqai, o SUV da marca japonesa ganhou pontos em segurança, conectividade e qualidade. Ficou mais confortável, interessante de conduzir e até o visual ficou mais sofisticado. O motor a gasolina mostrou-se vivaz mas se querem ganhos substanciais nos consumos escolham a versão e-POWER.

Prós

  • Comportamento dinâmico
  • Equipamento de série (Evolve)
  • Espaço e qualidade a bordo

Contras

  • Médias de consumo
  • Menus da instrumentação
  • Resposta do motor em baixos regimes

Especificações técnicas

Versão base:36.500€

IUC: 186€

Classificação Euro NCAP: 5/5

42.798€

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura: 4 cilindros em linha
  • Capacidade: 1332 cm³
  • Posição: Dianteira, transversal
  • Carregamento: Injeção direta com turbo e intercooler
  • Distribuição: 2 a.c.c., 4 válv. por cil. (16 válv.)
  • Potência: 140 cv às 5500 rpm
  • Binário: 240 Nm entre as 1650-4000 rpm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Manual de seis velocidades

  • Comprimento: 4425 mm
  • Largura: 1848 mm
  • Altura: 1625 mm
  • Distância entre os eixos: 2665 mm
  • Bagageira: 504 litros
  • Jantes / Pneus: 235/45 R20
  • Peso: 1405 kg

  • Média de consumo: 6,4 l/100 km
  • Emissões CO2: 145 g/km
  • Velocidade máxima: 196 km/h
  • Aceleração máxima: >10,2s

    Tem:

    • Airbags frontais, laterais, de cortina e central;
    • Alarme;
    • Alerta Inteligente de Fadiga do condutor (DAA);
    • Alerta Inteligente de previsão de Colisão Frontal;
    • Android Auto e Apple CarPlay;
    • Ar condicionado automático Tri-mode de 2 zonas;
    • Bancos dianteiros desportivos Monoform;
    • Carregador Wireless;
    • Chave com funções de walk away, auto lock e desbloqueio por aproximação;
    • Consola central e apoio de braços das portas em Alcantara;
    • Cruise Control Inteligente;
    • Espelhos exteriores rebatíveis automaticamente;
    • Estofos em Alcantara e Pele;
    • Faróis de Condução Adaptativos em LED;
    • Faróis Traseiros LED “Super RED”;
    • Jantes de liga leve de 20”;
    • Limitador de excesso de velocidade (regulação manual);
    • Luz ambiente RGB (cobertura total da área);
    • Luzes de mudança de direção sequenciais LED;
    • Padrão de luz e inserções em Dark Satin Chrome;
    • Retrovisor Interior (sem moldura) com anti-encadeamento automático;
    • Sistema AVM 3D com deteção de Objetos em Movimento em 8 Pontos;
    • Sistema de anti-colisão frontal com assistência em cruzamentos e reconhecimento de peões e ciclistas;
    • Sistema de apoio à faixa de rodagem;
    • Sistema de aviso de ângulo morto com intervenção;
    • Sistema de iluminação em LED;
    • Sistema de Infoentretenimento A-IVI de 12,3‘’ CCS2.0 com Google Automotive Services;
    • Sistema de travagem em marcha-atrás com deteção de movimento (CTA);
    • Tomadas USB-C nos lugares traseiros;
    • Travão de mão elétrico com função Autohold;
    • Volante e manípulo das mudanças em Smooth Leather;

Pintura metalizada (Deep Ocean e teto Solid Black): 1300 €

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Pode encontrar a resposta aqui:

O Nissan 300ZX (Z31) tinha dois indicadores do nível de combustível. Porquê?