Teste Nissan X-Trail. Este híbrido é diferente dos outros num aspeto

Tem um motor a gasolina, mas não serve para pôr o Nissan X-Trail a andar. Para isso, há outra solução.

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Não é bem um elétrico, mas também não é bem um híbrido, pelo menos, não como aqueles que têm chegado recentemente ao mercado. O novo Nissan X-Trail inclui um motor a gasolina, mas que não está ligado às rodas. Confuso? Não vale a pena, já explico um pouco mais à frente.

A mais recente geração do Nissan X-Trail representou um avanço considerável face ao seu antecessor, em diversos níveis. O desenho da carroçaria, por exemplo, está mais sofisticado e já inclui muitas das linhas mais recentes da marca nipónica.

Mantêm-se as proporções mais «musculadas» e traços mais robustos, quase ao jeito de um todo o terreno. O comprimento chega agora perto dos 4,7 m, com uma altura acima de 1,7 m, mas a medida mais importante é, talvez, a distância entre eixos de 2,7 m.

Graças a esta, o habitáculo mantém cotas internas muito convidativas e que, neste caso, até permitiram a presença de uma terceira fila de assentos.

Sete lugares para cinco pessoas

Ainda que esteja presente uma terceira fila de assentos, a do Nissan X-Trail é daquelas que só deverá ser utilizada em situações de recurso e sem outra alternativa. Só para alcançar estes dois assentos, já é necessária alguma destreza física e uma fisionomia comedida.

Depois disso, no entanto, ainda é necessário um «jogo de assentos», ajustando os lugares das primeiras duas filas, de forma a conseguir que os passageiros da terceira fila tenham espaço para as pernas. E sempre que os sete lugares estiverem a ser utilizados, não conte muito com a bagageira, uma vez que há pouco mais de 100 litros disponíveis.

A melhor configuração do Nissan X-Trail é quando se usam apenas as duas filas de assentos «do costume». Neste caso, há imenso espaço à frente e atrás, seja em comprimento, largura ou altura, com a vantagem das portas traseiras abrirem até um ângulo máximo de 85º, perfeito para quem tem de instalar bebés, as suas cadeirinhas e tudo o resto que os costuma acompanhar. E na bagageira, há agora quase 500 litros de capacidade disponíveis.

Em frente ao volante, a posição de condução é boa e a grande maioria dos comandos estão num local correto. Não faltam espaços de arrumação para a grande maioria dos objetos, nem as quase obrigatórias tomadas USB, à frente e atrás.

Tecnologia e gadgets

Para o capítulo da tecnologia e multimédia, a Nissan optou pelo ecrã de comando tátil com uma dimensão de 12,3”, bem posicionado e com uma resolução elevada. Os comandos físicos resumem-se a quatro botões e a um seletor rotativo para o volume. Neste mesmo ecrã, é também possível utilizar as ligações ao smartphone através de Apple CarPlay (sem fios) ou Android Auto (com fios).

Felizmente, os comandos da climatização não estão integrados neste contexto. Estão num módulo independente, mais abaixo, e com uma utilização convencional e mais fácil.

À frente do condutor temos um painel de instrumentos totalmente digital e com um visual personalizável. Além disso, também é possível selecionar as informações que ficam visíveis, dispensando a presença de outras, que poderemos não usar tantas vezes.

Experiência de condução

Este é o ponto em que o Nissan X-Trail mais se destaca por ser um pouco diferente e que passo já a explicar, como prometido no início. O sistema híbrido do Nissan X-Trail inclui um motor a gasolina de 1,5 litros, sobrealimentado, e dois elétricos, um em cada eixo. No entanto, a presença do motor a gasolina destina-se apenas a servir de gerador de energia para o sistema elétrico e nem sequer está ligado fisicamente às rodas.

Para fazer mover o Nissan X-Trail são usados apenas os dois motores elétricos, alimentados pelo motor de combustão. E uma vez que o sistema híbrido não é do tipo plug-in, é o motor térmico que fica totalmente encarregue de fornecer energia a este sistema. Em termos de potência, o valor total combinado é de 213 cv, o que já permite um ritmo bastante interessante para este SUV nipónico.

Quais as vantagens?

Na prática, o Nissan X-Trail conduz-se tal como um carro 100% elétrico. Está presente a resposta quase imediata às solicitações do acelerador e uma dose elevada de binário, disponível desde os regimes mais baixos.

A maior das vantagens é não ter de pensar em que tomada vai ter de carregar a bateria nem durante quanto tempo. Para «carregar» este elétrico, basta passar numa estação de serviço e atestar o depósito de gasolina.

Claro que tudo isto me deixou a pensar que as médias de consumo deste Nissan X-Trail poderiam ser muito mais comedidas graças à presença deste sistema. No entanto, não foi bem assim.

No final deste ensaio, e com mais de 630 km percorridos nos mais variados tipos de regime e percurso, o valor registado foi de 7,4 l/100 km. É certo que não é um valor astronómico para um SUV de quase duas toneladas, mas também não é nada de excecional para um híbrido, que apenas se desloca com a ajuda de motores elétricos.

Um lado mais familiar

O facto de não estar limitado a «tomadas» faz com que o Nissan X-Trail seja muito mais apetecível para quem gosta de viajar com a família para um destino mais longínquo . E, neste caso, os grandes trunfos deste SUV estão mesmo no conforto de rolamento elevado e na segurança que inspira ao condutor, seja em cidade, estrada ou autoestrada.

Quase o mais completo

Com o nível de equipamento Tekna, o Nissan X-Trail é uma das opções mais recheadas da gama em termos de equipamento, sendo apenas superado pelo Tekna+, a 10 mil euros de distância.

No caso da unidade ensaiada, equipada com o sistema de dois motores elétricos e a lotação de sete lugares, o valor base começa nos 56 250 euros, sendo que o único extra é mesmo a pintura metalizada, por 600 euros, no caso deste Champagne Silver metalizado.

Caso opte pelo maior dos SUV na Nissan, não se esqueça de passar pela Via Verde assim que sair do concessionário. Só assim conseguirá pagar Classe 1 nas portagens.