Renault Kangoo TCe 130 Equilibre
Foram-se os MPV, ficaram propostas como a Renault Kangoo para quem precisa de (muito) espaço.
Prós
- Espaço
- Conforto
- Versatilidade
Contras
- Consumos em cidade
- Equipamentos «obrigatórios» são opcionais
À medida que os MPV vão desaparecendo, as versões de passageiros dos comerciais compactos como a Renault Kangoo veem reforçadas as suas responsabilidades.
Hoje são praticamente a única opção para quem precisa de espaço e, por isso, os construtores não se podem limitar apenas a colocar uma segunda fila de bancos. Os dias que passei ao ao volante da Kangoo comprovaram-no.
A aparência é… «quadrada» — o que se reflete no aproveitamento de espaço —, mas a cor viva da unidade ensaiada, as jantes de liga leve e os apontamentos cromados conferem à Kangoo um visual menos «industrial».
Curiosamente, e ao contrário do que aconteceu noutras gerações, a Kangoo não tem nenhuma versão que lhe confira um visual mais aventureiro e próximo ao dos SUV.
Espaço para tudo
O facto de derivar de um veículo comercial pode privar a Renault Kangoo de linhas mais dinâmicas, mas traz-lhe vantagens inegáveis. As portas laterais traseiras de correr são uma delas.
Outrora comum nos MPV, esta solução permite colocar as cadeiras das crianças nos bancos traseiros ou transportar alguém com mobilidade reduzida com muito mais facilidade.
As origens da Kangoo permitiram ainda herdar as soluções especialmente pensadas para quem faz da versão comercial um escritório itinerante.
Desta forma, temos inúmeros espaços de arrumação fechados, entradas USB e até um suporte para o smartphone, uma solução que continuo sem entender porque razão só é usada pelo Grupo Renault.
Não se admirem se os miúdos «perderem» brinquedos nos inúmeros espaços de arrumação a bordo da Kangoo.
A enorme altura interior dá-nos uma sensação de espaço inexistente noutras propostas e os três bancos traseiros individuais tornam fácil transportar três adultos ou três crianças e as respetivas cadeiras. Contudo, só não leva pontuação máxima em versatilidade porque os bancos traseiros apenas rebatem na proporção 60/40 e estão fixos ao piso. Os bancos deslizantes são exclusivos da Kangoo elétrica.
A não perder Peugeot 308 SW Diesel. Testámos a 308 «devoradora de quilómetros»O espaço para bagagens é também muito generoso. Os 775 l são referenciais e, acima de tudo, uma mais valia para quem viaja em família. Já a chapeleira da bagageira podia ser de enrolar como nas carrinhas ou SUV.
Deriva de um comercial? Nem parece
A Kangoo até pode colher as mais valias de derivar de um veículo comercial em campos como a habitabilidade ou a versatilidade, mas o seu interior disfarça muito bem as origens.
Os materiais são mais agradáveis que os usados na versão comercial, a robustez está em bom plano e até o tabliê tem um design moderno, sendo muito semelhante ao do Clio.
A ergonomia merece igualmente elogios, não só pela Renault manter na Kangoo comandos físicos — como os da climatização —, como por estarem bem posicionados e serem fáceis de usar.
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Sentado aos comandos da Kangoo, encontro facilmente uma boa posição de condução, que é mais alta do que no Clio, mas mais baixa do que no Captur. A direção é leve, assim como outros comandos, o que em conjugação com o posicionamento sobrelevado do comando da caixa de velocidades, torna a condução da Kangoo particularmente fácil e relaxante.
A Kangoo assenta na mesma plataforma usada pelos Clio e Captur, mas apesar do comportamento eficaz e de reações neutras, não consegue entreter ao volante como os seus «irmãos».
O acerto de suspensão está nitidamente focado em maximizar o conforto a bordo. Depois de largos quilómetros ao volante da Kangoo, só posso confirmar que a Renault foi bem sucedida nesse objetivo.
Gulosa em cidade. Frugal em estrada
A motivar esta Renault Kangoo não está, como seria de esperar, um motor Diesel — a marginalização continua —, mas sim o 1.3 TCe de 130 cv a gasolina. Um «velho conhecido» de outros modelos da marca.
Mais que a potência são os 240 Nm de binário disponíveis logo às 1500 rpm que destaco, dando uma agradável celeridade à Kangoo, revelando-se particularmente disponível a baixos e médios regimes. O mérito não é apenas do motor; também a caixa manual de seis velocidades suave e bem escalonada ajuda bastante.
A combinação motor/caixa fazem com que manobras como ultrapassagens realizem-se com uma confiante segurança e manter velocidades de cruzeiro elevadas em autoestrada não é difícil.
O 1.3 TCe, contudo, revela uma «dupla personalidade» quanto aos consumos diz respeito. Se em estrada aberta mostrou ter um apetite contido, com médias entre os 6,0-6,5 l/100 km, em cidade a conversa é outra. Os consumos subiram para valores a rondar os 8 l/100 km.
Foi aqui que senti saudades do apetite mais frugal do 1.5 dCi que também equipa a Kangoo e que conduzi no primeiro contacto ao modelo.
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Os automóveis estão mais caros e mesmo no caso desta Renault Kangoo, com preços a começar nos 30 421 euros, dificilmente pode ser considerada acessível. Contudo, entre as propostas de características similares é das mais acessíveis.
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Por exemplo, a Ford Tourneo Connect vê os seus preços arrancarem nos 34 652 euros. Já um MPV como o Renault Grand Scénic vê o seu preço começar nos 36 600 euros.
Só se lamenta que equipamentos «obrigatórios» como a câmara traseira, ou outros mais práticos como as mesas nas costas dos bancos dianteiros, sejam relegados para a lista de opcionais.
Renault Kangoo TCe 130 Equilibre
A cada geração que passa a Renault Kangoo disfarça melhor o facto de derivar de um veículo comercial. Com os MPV a desaparecer, a Kangoo é uma das melhores opções para quem precisa de espaço e tem um muito bom parceiro no 1.3 TCe que lhe garante bons ritmos. O único senão é que em cidade esse rendimento tem um preço: consumos mais altos.
Versão base:30.421€
IUC: 180€
Classificação Euro NCAP:
34.283€
Preço unidade ensaiada
Sabe esta resposta?
Qual destes modelos da Renault foi testado pela NASA?
Parabéns, acertou!
Vai para a próxima perguntaou lê o artigo sobre este tema:
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