Ensaio Teste ao Volkswagen Tiguan que vai mais longe sem motor elétrico

Desde 47 399 euros

Teste ao Volkswagen Tiguan que vai mais longe sem motor elétrico

A nova geração do Volkswagen Tiguan representa uma evolução considerável face ao seu antecessor. Neste ensaio, demos uma nova hipótese ao Diesel.

Volkswagen Tiguan 2.0 TDI DSG

8/10

O Diesel ainda faz sentido. Este Volkswagen Tiguan é a prova disso mesmo.

Prós

  • Espaço no habitáculo
  • Qualidade dos materiais
  • Visual desportivo do R-Line

Contras

  • Ausência de comandos físicos
  • Firmeza da suspensão
  • Preço elevado

Para o primeiro ensaio do Volkswagen Tiguan realizado em solo nacional, tivemos acesso a uma versão R-Line, de visual mais desportivo. No entanto, ao contrário do que tem sido habitual nas novidades que vão chegando ao mercado, este SUV não tem ajudas eletrificadas, como aquele que o Guilherme Costa já teve oportunidade de conduzir. Sob o capô, está um «velhinho» motor Diesel, daqueles que têm sido um «saco de pancada» nos últimos anos.

Enquanto caminhamos até ao Volkswagen Tiguan, como esperado, não há nada que identifique esta versão pelo exterior. Em contrapartida, as dimensões da carroçaria revelam desde cedo que este SUV seria uma escolha perfeita para uma família.

Em termos estéticos, há sempre a questão do gosto, claro, mas além disso são evidentes as semelhanças do novo Volkswagen Tiguan com os modelos mais recentes da marca. Os grupos óticos, por exemplo, já incluem as mais tecnologias e nem dispensam a nova «moda» da linha em LED a ligar os dois pontos de iluminação principais.

Acima das expetativas

Os primeiros minutos a bordo do Volkswagen Tiguan oferecem também primeiras impressões bastante positivas, especialmente neste R-Line. Ao volante, a posição de condução é quase perfeita e com múltiplas regulações disponíveis, tanto na coluna da direção como no assento de visual mais desportivo. Além disso, este último é do tipo ErgoActive, com ergonomia certificada e um nível de conforto comprovado, neste caso, por mim.

Em termos de acabamentos, há uma clara melhoria, ficando os materiais mais rígidos praticamente «escondidos» na zona inferior do tabliê, onde quase ninguém toca. De resto, entre superfícies de tato mais suave ou forradas a pele, o ambiente a bordo é bastante convidativo. Mais ainda no que diz respeito ao espaço disponível.

Nos lugares de trás o espaço disponível é bastante amplo, seja em comprimento, em altura e especialmente em largura. Em algumas deslocações de lotação completa, nem sequer surgiram as habituais queixas nos momentos de colocar os cintos. E mesmo quem viajou no meio, não teve qualquer «desacordo» com o facto desta parte do assento ser mais elevada, nem pela presença do túnel central sobrelevado no piso do habitáculo.

Na segunda fila do Volkswagen Tiguan é ainda de destacar uma qualidade de acabamentos e materiais muito semelhante à que temos nos lugares da frente, o que nem sempre acontece. Além disso, tem direito a iluminação ambiente, ainda que numa versão menos sofisticada.

Tiguan mais tecnológico

O ambiente mais tecnológico a bordo do Volkswagen Tiguan fica assegurado pelo painel de instrumentos totalmente digital (e bastante personalizável), mas sobretudo pela dimensão do ecrã central. Além das 15” de diagonal, ambos os ecrãs contam com uma resolução bastante elevada e um funcionamento rápido e preciso.

Apesar disto, há funções que «obrigam» andar à procura e que requerem alguma habituação. Os comandos da climatização, por exemplo, estão todos integrados neste ecrã tátil e é preciso um período de habituação antes de se utilizarem de forma mais rápida.

O novo Volkswagen Tiguan deixou de vir equipado com caixa de velocidades manual. A única caixa disponível é a DSG, ou seja, automática de dupla embraiagem. Por esse motivo, o comando da caixa passou para o lado direito da coluna da direção, «empurrando» todas as funções da haste que lá estava para a outra do lado esquerdo. Pode soar confuso, mas na realidade não é.

Ainda mais original são as “Atmospheres” que temos disponíveis no habitáculo — Lounge, Joy, Energetic, Minimal ou Me (personalizável). Consoante a escolha ou o estado de espírito, cada uma delas tem a capacidade de ajustar diversos parâmetros, como o visual da instrumentação, a temperatura a bordo, a cor da iluminação ambiente e até a intensidade do som.

Firmeza acrescida em estrada

Este R-Line inclui jantes de liga leve com 20” de diâmetro, que são perfeitas para a estética do Tiguan, na minha opinião, mas incluem algumas desvantagens. Em zonas de piso mais irregular, por exemplo, há vibrações que passam para o habitáculo, capazes de originar ruídos parasitas indesejados. E isso acaba por penalizar a nota do conforto.

Volkswagen Tiguan - jante
© André Mendes / Razão Automóvel

Por outro lado, o Volkswagen Tiguan joga as cartas da direção com assistência progressiva e dos pneus mais desportivos para garantir uma elevada estabilidade em curva. Elevada ao ponto de até ser pouco habitual para um SUV deste tamanho. E como não há ajudas eletrificadas — com baterias adicionais —, o peso total também fica pelos 1677 kg. Ou seja, também não exige muito dos componentes que foram desenvolvidos para valores bem acima destes.

O «velhinho» motor Diesel

Quase parece que estamos a acompanhar o avô dos motores à sala de convívio do lar de idosos a tempo de assistir ao Preço Certo. Mas não é nada disso, bem pelo contrário. O motor Diesel está em plena forma e isso é perfeitamente sentido ao volante do Volkswagen Tiguan. Algo que até faz com que seja difícil acreditar que este já não vai durar muito mais tempo.

A marca anuncia uma aceleração dos 0 aos 100 km/h é de 9,4s e uma velocidade máxima de 207 km/h. O Tiguan nunca nos dá a ideia de que é lento, mantendo sempre um bom ritmo se assim o desejarmos. E para otimizar o seu desempenho, há ainda quatro modos de condução: Eco, Comfort, Sport ou Individual, este último, com a nossa configuração preferida.

Volkswagen Tiguan - motor
© André Mendes / Razão Automóvel O motor 2.0 TDI do Volkswagen Tiguan é a versão de 150 cv e está acoplado a uma caixa automática DSG de sete velocidades

Os 150 cv de potência do motor 2.0 TDI revelaram ser suficientes para as deslocações de rotina e para muitas outras. Com a vantagem de também proporcionar médias de consumo que se conseguem manter facilmente entre os cinco e os seis litros.

Desta forma, em conjunto com um depósito de combustível com 55 l de capacidade, conseguir uma autonomia máxima com quatro algarismos não é um grande desafio.

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A eterna questão do preço

Tal como costumo fazer em quase todos os ensaios, durante o tempo em que conduzi este Tiguan tentei não saber o seu preço. Desta forma, sempre evito que este ponto tenha influência em diversos outros. No entanto, mais tarde ou mais cedo teria de acontecer e, neste caso, foi quase um «soco no estômago».

A Volkswagen anuncia um valor base de 38 068 euros para o Tiguan. Mas esse é referente às versões equipadas com o motor a gasolina 1.5 eTSI de 130 cv, com o nível de equipamento base. No caso da unidade ensaiada, temos de ir ao extremo oposto.

Equipado com o motor Diesel 2.0 TDI de 150 cv, o valor base passa para os 47 400 euros. E se selecionamos o nível R-Line, o mais completo, o preço volta a aumentar, para 55 880 euros. Além disso, adicionando os extras incluídos na unidade ensaiada, o valor final ultrapassa os 60 mil euros (61 528 euros, para ser preciso).

Volkswagen Tiguan - logótipo R
© André Mendes / Razão Automóvel

No que diz respeito a custos, há ainda outro valor a ter em mente, referente ao Imposto Único de Circulação (IUC). O escalão mais baixo de emissões tem como limite 140 g/km de CO2.

No caso do Volkswagen Tiguan 2.0 TDI, com o nível de equipamento R-Line — jantes de 20” de série —, este valor é superado por «meia-dúzia» de gramas. Algo que se traduz em mais de 37 euros no valor a pagar anualmente de IUC: passa de 241,49 euros para 278,85 euros.

Veredito

Volkswagen Tiguan 2.0 TDI DSG

8/10

A evolução da nova geração do Volkswagen Tiguan é sentida desde os primeiros quilómetros. Seja pelo habitáculo amplo e confortável — ainda que as jantes de 20″ penalizem o conforto em mau piso —, seja pelo incremento considerável de qualidade dos materiais e acabamentos. O motor 2.0 TDI ainda combina bem com este modelo, seja em prestações ou consumos. Nesta configuração R-Line o preço é elevado.

Prós

  • Espaço no habitáculo
  • Qualidade dos materiais
  • Visual desportivo do R-Line

Contras

  • Ausência de comandos físicos
  • Firmeza da suspensão
  • Preço elevado

Especificações técnicas

Versão base:47.399€

IUC: 279€

Classificação Euro NCAP: 5/5

61.528€

Preço unidade ensaiada

  • Arquitectura: 4 cilindros em linha
  • Capacidade: 1968 cm³
  • Posição: Dianteira, transversal
  • Carregamento: Injeção direta com turbo (geometria variável) e intercooler
  • Distribuição: 2 a.c.c., 4 válv. por cil. (16 válv.)
  • Potência: 150 cv entre as 3000-4200 rpm
  • Binário: 360 Nm entre as 1600-2750 rpm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Automática de dupla embraiagem (DSG) com 7 velocidades

  • Comprimento: 4539 mm
  • Largura: 1842 mm
  • Altura: 1658 mm
  • Distância entre os eixos: 2677 mm
  • Bagageira: 652 litros
  • Jantes / Pneus: 255/40 R20 XL 101 V
  • Peso: 1677 kg

  • Média de consumo: 5,6 l/100 km
  • Emissões CO2: 146 g/km CO2
  • Velocidade máxima: 207 km/h
  • Aceleração máxima: >9,4s

    Tem:

    • Abertura e fecho elétrico da bagageira Easy Open
    • Airbags frontais, central e laterais à frente e atrás
    • Alarme
    • Apple CarPlay e Android Auto (sem fios)
    • Ar condicionado automático Climatronic de 3 zonas
    • Assistente de estacionamento inteligente Park Assist
    • Assistente de faixa Side Assist e Lane Assist
    • Assistente de tráfego traseiro e sistema Exit Warning
    • Assistente dinâmico de máximos Light Assist
    • Banco ErgoActive do lado do condutor
    • Bancos dianteiros desportivos R-Line com encostos de cabeça integrados
    • Barras de tejadilho
    • Câmara traseira Rear Assist
    • Cruise Control Adaptativo
    • Espelhos retrovisores exteriores aquecidos e rebatíveis eletricamente
    • Forro do tejadilho em preto
    • Jantes em liga leve de 20”
    • Painel de instrumentos Digital Cockpit Pro
    • Reconhecimento de sinais de trânsito
    • Serviço de chamada de emergência “ecall”
    • Sistema de iluminação ambiente
    • Sistema de travagem de emergência com deteção de pedestres e ciclistas
    • Sistema Keyless Access
    • Tomadas USB-C de 45W
    • Vidros escurecidos nas janelas laterais e traseiras
    • Volante desportivo multifunções em couro com patilhas seletoras de velocidade

Pacote “Driving plus” (DCC e Direção progressiva): 1187 €
Pacote “Driver Assistance plus” (Area view com câmara traseira, Travel assist, Lane Assist com Emergency assist e proteção proativa dos passageiros): 973 €
Faróis LED Matrix HD (com Dynamic light assist advanced): 505 €
Pacote “infotainment plus” (Assistente de voz, 2 entradas USB à frente e atrás com 45W, Head-up display, Sistema de navegação, Bluetooth confort com carregamento por indução e ecrã 15”): 2540 €

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