Primeiro Contacto Conduzimos o novo Audi Q5 com a motorização mais vendida

Desde 75 677 euros

Conduzimos o novo Audi Q5 com a motorização mais vendida

O Audi Q5 recebeu uma nova plataforma, mais tecnologia, um interior mais moderno e motorizações eletrificadas. Guiámos o 2.0 TDI, líder de vendas.

Audi Q5 2.0 TDI quattro

Primeiras impressões

7.5/10

Sente-se o peso da responsabilidade no novo Audi Q5. Afinal é o Audi mais vendido do mundo.

Prós

  • Comportamento dinâmico
  • Qualidade geral
  • Versatilidade da 2ª fila

Contras

  • Capacidade da bagageira
  • Lugar central traseiro
  • Preço

Depois do recente A5, a terceira geração do Audi Q5 é o segundo modelo da marca alemã a usar a nova plataforma PPC (Premium Platform Combustion), que está associada à mais recente arquitetura eletrónica da marca dos anéis e vem sempre acompanhada de algum tipo de eletrificação — mild-hybrid e mais tarde híbrido plug-in.

infografia de sistema de mild-hybrid
Tudo eletrificado. Todos os motores estão dotados de um sistema mild-hybrid 48 V, com o objetivo de cortar nos consumos/emissões. O motor elétrico — 18 kW (24 cv) e 230 Nm — auxilia nas acelerações e permite deslocações em pequenas distâncias ou em manobras. O sistema utiliza um compressor de ar condicionado acionado eletricamente que permite continuar a funcionar na sua potência máxima mesmo quando o motor é desligado. A bateria LFP tem uma capacidade de 1,7 kWh.

Dada a atual situação da procura, a Audi tomou a decisão certa quando optou por prolongar a vida dos seus modelos com motor de combustão, especialmente no caso deste SUV Q5 que se tornou um campeão de vendas desde o seu lançamento, em 2009.

Ao todo, foram matriculados 1,6 milhões de unidades na primeira geração e cerca de 1,1 milhões na segunda, lançada em 2017. Sendo que esta foi a primeira a receber a carroçaria Sportback (com linha de tejadilho arqueada, como um coupé).

A nova geração cresce em comprimento 35 mm (4717 mm), mas as restantes dimensões não variam mais que um centímetro. O estilo é que difere mais, sendo mais agressivo na dianteira e orgânico no geral, seguindo as pisadas do visto no novo A5.

Até três sofisticados ecrãs

No interior do novo Audi Q5 as diferenças são ainda mais óbvias, com os ecrãs a crescerem em dimensão e número — podem ser três no total.

Todos eles recorrem à tecnologia OLED. O da instrumentação tem 11,9”, o central, do infoentretenimento é curvo e tem 14,5” e o terceiro, opcional, com 10,9″ fica em diante do passageiro dianteiro.

Os materiais e acabamentos do novo Q5 mantêm o elevado padrão de qualidade da Audi, com superfícies macias no tabliê e nos painéis das portas. No entanto, a vasta superfície em negro lacado na consola central não agrada tanto, por ficar facilmente cheia de impressões digitais.

A sofisticada iluminação ambiente configurável e o head-up display melhorado — em conteúdo de informação e pela superfície de projeção 85% maior — ajudam a elevar o bem-estar a bordo.

Espaço para tudo, mas…

O espaço disponível nos assentos traseiros é amplo para dois adultos de até 1,90 m de altura — tenho 1,80 m e sobravam quatro dedos acima da cabeça e oito dedos de espaço para as pernas.

Um terceiro passageiro central terá de «viver» com o volumoso túnel central, que é alto e largo, tornando-se incomodativo, além de que o seu lugar é mais estreito e duro. No Audi Q5 Sportback, o espaço em altura é ligeiramente menor (pouco mais de um dedo de diferença).

assentos traseiros
© Audi É possível variar o espaço disponível entre os ocupantes da segunda fila de bancos e o da bagageira, chegando os bancos traseiros à frente ou atrás, numa partição assimétrica.

Há saídas de ventilação diretas, com regulação digital da temperatura e os bancos laterais traseiros têm aquecimento. O facto de os assentos da segunda fila ficarem numa posição mais elevada do que os assentos dianteiros, gera um efeito de anfiteatro, muito apreciado por quem viaja atrás.

O porta-bagagens chega aos 520 l no caso do Audi Q5 SUV e aos 515 l no Sportback. É um valor equivalente ao da geração anterior, mas os seus concorrentes de sempre fazem melhor: o BMW X3 tem 570 litros e o Mercedes-Benz GLC chega aos 600 litros.

bagageira
© Audi Os 520 litros de capacidade da bagageira do Audi Q5 ficam abaixo do esperado e da sua concorrência direta.

No entanto, o Q5 recupera pontos pelo facto de o plano de carga estar mais baixo do que na anterior geração, o que facilita as cargas e descargas de objetos mais pesados. Além disso, se optar pela suspensão pneumática, pode descer o plano de carga em mais 50 mm, através de um comando localizado na bagageira.

Por fim, a chapeleira pode agora «desaparecer» sob o piso da zona de carga, onde há um compartimento para pequenos objetos, apesar de a bateria do sistema mild-hybrid ocupar a maior parte do espaço.

Ao volante do «velhinho» TDI

A escolha para este primeiro contacto dinâmico com o Audi Q5 recaiu sobre a motorização Diesel, dado que é a que deverá ter mais procura no nosso país.

Mas a primeira impressão forte é causada pela direção, que é sempre progressiva de série e que, mesmo sendo relativamente leve, é muito precisa e direta (apenas 2,2 voltas ao volante entre batentes).

Joaquim Oliveira ao volante
© Audi Ao volante, nota-se uma moderada diferença entre o modo de condução Comfort e o Sport, que também altera a resposta da suspensão (com amortecedores eletrónicos e um sistema pneumático na unidade ensaiada).

A resposta do motor 2.0 TDI, com 204 cv, é mais enérgica a partir das 1750 rpm, quando é entregue a totalidade do binário (400 Nm), que assim se mantém até acima das 3000 rpm, começando-se a notar menos vigor a partir das 4000 rpm.

Seja como for, as performances são de bom nível, tanto nas recuperações (ajudadas pelo elevado binário, função kickdown da caixa e binário extra do pequeno motor elétrico) como nas acelerações (7,4s de 0 a 100 km/h e 226 km/h anunciados para a velocidade máxima).

A caixa automática de dupla embraiagem e sete relações altera a sua resposta de acordo com o modo de condução, ao contrário do mapeamento do acelerador. Se gosta de trocar de relação, o volante também inclui duas patilhas para passagens de caixa «manuais».

Bem comportado

O compromisso entre conforto e estabilidade não merece quaisquer reparos, ainda mais nesta versão com suspensão pneumática. Confortável sobre maus pisos e suficientemente estável se adotamos um tipo de condução para a qual um SUV diesel está talhado (as jantes de 20″, dão o seu contributo).

Audi Q5 2025 - vista lateral
© Audi A suspensão pneumática permite variar a distância ao solo num máximo de 60 mm: nível 0 em Comfort/Balanced e Efficiency, -15 mm em Sport e +30 mm em Off-road, subindo mais 15 mm se for ativada a função Lift. Quando está na posição mais elevada, volta a descer automaticamente para o nível 0 quando o Q5 excede os 40 km/h.

Os travões usam discos ventilados nas quatro rodas e evidenciaram sempre uma resposta pronta e linear.

No final do trajeto de 107 quilómetros, o Audi Q5 SUV 2.0 TDI quattro averbou uma média de 8,8 l/100 km, quase três litros acima da média oficialmente homologada. Mas este valor é em parte justificado pelo ritmo de condução mais exigente, como é normal num teste de condução dinâmico.

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Acima do desejado

No arranque das vendas do Audi Q5, estão disponíveis três motorizações: 2.0 TFSI de 204 cv e 340 Nm de binário, com tração dianteira ou quattro (tração integral), 2.0 TDI de 204 cv e 400 Nm (apenas disponível como quattro) e o SQ5, de momento, o topo de gama, equipado com um motor V6 de três litros, com 367 cv e 550 Nm.

Dentro de alguns meses, a gama será alargada com duas versões híbridas plug-in, equipadas com uma bateria de 25,7 kWh e uma autonomia elétrica próxima dos 100 km.

Quanto a preços, o valor de entrada para o novo Audi Q5 2.0 TDI quattro é de 75 677 euros. Caso opte pelo formato Sportback, de visual mais desportivo, o valor de entrada sobe para os 79 683 euros.

É um preço elevado, mas alinhado com o dos seus principais concorrentes, como o BMW X3 e o Mercedes-Benz GLC. E, como é prática habitual nestas propostas, a longa lista de opcionais promete colocar o preço em patamares ainda menos razoáveis.

Veredito

Audi Q5 2.0 TDI quattro

Primeiras impressões

7.5/10
Com uma qualidade geral de construção e materiais do melhor que existe neste segmento, a nova geração do Audi Q5 evolui na tecnologia a bordo. O espaço interior é generoso para quatro, condicionado para cinco, e a bagageira é mais pequena do que a dos rivais diretos. O comportamento é competente e o motor permite boas prestações, mas os consumos ficam acima do desejável.

Prós

  • Comportamento dinâmico
  • Qualidade geral
  • Versatilidade da 2ª fila

Contras

  • Capacidade da bagageira
  • Lugar central traseiro
  • Preço

Especificações técnicas

Audi Q5 2.0 TDI quattro
Motor
Arquitetura4 cilindros em linha
PosicionamentoDianteiro, longitudinal
Capacidade1968 cm3
Distribuição2 a.c.c., 4 válv./cil., 16 válv.
AlimentaçãoInjeção direta, turbo de geometria variável
Intercooler
Potência204 cv / 3800-4200 rpm
Binário400 Nm a partir das 1750 rpm
Transmissão
TraçãoIntegral
Caixa de velocidadesAutomática S-tronic de dupla embraiagem e 7 vel.
Bateria
Tipoiões de lítio LFP
Capacidade1,7 kWh
Chassis
SuspensãoFR: Independente, triângulos sobrepostos;
TR: Independente, multibraços
TravõesFR: Discos ventilados;
TR: Discos ventilados
DireçãoAssistida eletricamente, variável
Diâmetro de viragem12 m
Dimensões e Capacidades
Comp. x Larg. x Alt.4717 mm x 1900 mm x 1625 mm
Distância entre eixos2823 mm
Capacidade da mala520-1415 litros
Pneus245/40 R19
Peso2030 kg
Depósito de combustível65 litros
Prestações e consumos
Velocidade máxima226 km/h
0-100 km/h7,4s
Consumo combinado5,9 l/100 km
Emissões CO2156 g/km