Agora com 65 cv. Já conduzimos a versão mais potente do Dacia Spring

Mais potência e menos limitações, mas mais 1650 euros

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O Dacia Spring é um verdadeiro caso de sucesso. Desde que foi lançado, em 2021, já vendeu mais de 110 mil unidades e no primeiro trimestre de 2023 foi o elétrico mais vendido em Portugal a clientes particulares.

Não satisfeita com o sucesso comercial que o seu pequeno elétrico tem atingido, a Dacia atualizou-o de maneira a diminuir as suas limitações e o resultado é o Spring com 65 cv, na nova versão Extreme, que aqui vos mostramos.

Tivemos oportunidade de o conduzir nas ruas de Viena, na Áustria, e quisemos descobrir se este aumento de potência justifica os 1650 euros extra que a Dacia pede por ele. A resposta está neste vídeo:

Se a maior novidade deste Dacia Spring Extreme 65 está no motor, foram introduzidas mais mudanças, tanto por fora como por dentro.

Imagem exterior mais cuidada

Sendo este um modelo de 2023, já se apresenta com a nova assinatura visual da marca romena. Há um novo logótipo (e grelha) à frente, e atrás a inscrição “Dacia” surge em grande destaque.

Porém, aquilo que mais salta à vista é mesmo a pintura exclusiva da carroçaria, num tom de azul que a marca apelida de “Azul Slate”, e os apontamentos em cobre. Estes fazem-se notar no lettering, nas capas dos espelhos laterais, nas barras de tejadilho e nas tomadas de ar dianteiras.

São alterações pequenas, é certo, mas ajudam a que o Dacia Spring tenha uma imagem exterior mais apelativa e cuidada.

No interior, o desenho geral não sofreu alterações. Mas como aconteceu por fora, há diferenças que se resumem a alguns apontamentos em cobre, quer nas laterais das portas, quer na moldura das saídas de ar e do ecrã multimédia central, que de série continua a contar com 7”.

Destaque ainda para os bancos, que apresentam um novo tecido sintético mais confortável e mais agradável ao toque, ao mesmo tempo que exibem costuras no mesmo tom de cobre já aqui referido.

Porém, apesar destas alterações, e como fica bem visível no vídeo em destaque, os materiais no topo e na base do tabliê (e nas portas…) continuam a ser duros e ásperos, ao mesmo tempo que o interior continua a ser bastante básico.

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E o espaço atrás?

Continuam a existir limitações atrás ao nível da altura da cabeça e dos joelhos, mas é possível sentar dois adultos com até 1,75 m de altura sem que as pernas ou os ombros se toquem.

Imagem à parte, aquilo que distingue especialmente este novo Spring é a potência, que passou de 45 cv para 65 cv. Pode não parecer muito, mas se pensarmos que é um aumento de 44,44 %, percebemos rapidamente que é para ser levado em conta.

Para conseguir este aumento de potência os engenheiros da Dacia deram ao motor elétrico um regime de rotação bastante mais elevado — 14 700 rpm contra 8500 rpm na versão de 45 cv —, sendo que a relação fixa também foi trabalhada de maneira a enviar mais binário para as rodas.

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Graças a isso, o Spring com 65 cv apresenta performances mais «espevitadas», com demonstram os 0 aos 50 km/h em 3,9s, 1,9s mais rápido do que o Spring 45. O tempo necessário para passar de 80 km/h a 120 km/h é reduzido para quase metade (13,5s em comparação com 26s).

Quanto à bateria, continua a ter a mesma capacidade, 26,8 kWh, sendo que na versão de 65 cv o Dacia Spring reivindica 220 km (ciclo misto WLTP), menos 10 km de autonomia que o de 45 cv. No ciclo urbano anuncia até 305 km.

Sente-se… mais carro

Os números não mentem, mas mais importante do que isso é aquilo que sentimos ao volante deste pequeno elétrico. É certo que este foi um primeiro contacto muito breve, mas deu para perceber que o Spring com 65 cv tem muito menos limitações e parece ser «mais carro» do que com 45 cv.

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Em cidade estes 20 cv extra fazem-se notar sempre que tentamos furar por entre o trânsito ou que saímos de um semáforo, o que permite que tudo aconteça de forma mais fluída e natural.

Curiosamente, até senti mais diferença quando nos começámos a afastar da cidade e entrámos em estradas secundárias, mais abertas. E por isso digo: este Spring dá confiança para ir mais longe e, imagine-se só, até permite fazer ultrapassagens.

Cheguei inclusive a fazer uma pequena incursão por autoestrada e a verdade é que o Dacia Spring não recusou o desafio. O isolamento acústico é precário, pelo que ouvimos rigorosamente tudo dentro do habitáculo, mas não senti instabilidade nem senti, em momento algum, que estava deslocado.

Se ao nível do motor a evolução é notória, a suspensão continua a ser algo firme, ainda que esta versão de 65 cv apresente uma afinação específica. Não posso dizer que seja desagradável, mas preparem-se para sentir todas as irregularidades do asfalto.

E os consumos?

Quanto aos consumos, vamos ter de esperar por um ensaio em solo nacional para tirar conclusões, porque este foi um primeiro contacto breve, como já disse acima.

Porém, num percurso que juntou cidade, estradas secundárias e até um pouco de autoestrada, fiquei com a ideia que é relativamente fácil cumprir os 220km de autonomia por carga que a Dacia promete.

O novo Dacia Spring com 65 cv está disponível no mercado português apenas no nível de equipamento Extreme e tem preços a começar nos 22 050 euros, mais 1650 euros do que o Spring com 45 cv e na versão Essential.

Por esta diferença de preço, faz todo o sentido apostar na versão mais potente, porque os 20 cv de potência extra se fazem efetivamente sentir, sobretudo quando estamos com mais pessoas no carro. Quando apanharem uma subida mais íngreme vão agradecer-me.