Conduzimos o Ford Transit Connect que parece um canivete suíço

Parece ser «apenas» mais um veículo comercial, mas o Ford Transit Connect tem dois argumentos que fazem dele muito mais que isso.

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A Ford tem uma gama e versões quase infinita de veículos comerciais, mas o Transit Connect PHEV FlexCab foi o que nos despertou mais curiosidade, por reunir um conjunto de (boas) soluções num único veículo, quase ao jeito de um canivete suíço.

Por fora, parece mais um convencional furgão de tamanho médio, mas no interior tanto pode ser um comercial como um familiar, graças a uma muito boa solução designada por FlexCab. Traduzido à letra poderá ser algo como “cabina flexível” e isso explica na perfeição para que serve.

Antes disso, convém referir que por se tratar de um Transit — e não de um Tourneo, a gama destinada aos ligeiros de passageiros —, continua a ser um veículo comercial. Isto significa que a escolha de materiais ou mesmo a aparência exterior está mais pensada para «resistir a tudo» do que para ser agradável.

O acesso ao compartimento de carga, por exemplo, é efetuado através de duas portas que abrem para os lados e não um portão a abrir para cima. A versão que conduzi destacava-se ainda por ser a Active, partilhando com a Tourneo Connect Active as mesmas jantes de 17″.

Robustez como trunfo

As diferenças Tourneo-Transit tornam-se ainda mais evidentes assim que acedemos ao habitáculo do Ford Transit Connect. Há materiais mais rígidos e soluções adaptadas a quem passa mais horas ao volante, como se pode constatar pelos inúmeros espaços de arrumação, por exemplo.

O assento do condutor é igual, certificado pela AGR em termos de ergonomia, mas o do passageiro tem menos apoio lateral e não é tão confortável. Em contrapartida, as costas podem ser rebatidas e utilizadas como uma secretária.

Ao volante está garantida uma boa posição de condução e, com o nível de equipamento Active, uma boa dose de equipamento. Nem sequer falta o aquecimento do volante.

Mas um dos maiores trunfos desta versão FlexCab é a divisória que se encontra atrás da segunda fila de assentos — e também fixa às costas destes — e que tem a mesma altura do habitáculo.

Com esta configuração, a lotação máxima é de cinco lugares, mas, quase como por magia, se for necessário usar esse espaço para transportar mais carga, a divisória FlexCab pode mudar de posição de uma forma simples e prática, tal como se pode ver neste vídeo:

Como dá para ver, permite empurrar a segunda fila de assentos, abrindo-os e encostando-os à primeira fila de bancos. Uma solução que permite aumentar o volume de carga para os 3,7 m³, sem que a segunda fila de bancos fique no caminho.

Ao volante do Transit Connect

Além do sistema FlexCab, a segunda ferramenta mais poderosa deste verdadeiro canivete-suíço da Ford é o novo sistema híbrido plug-in.

Nesta altura tenho de recordar que esta geração do Transit Connect deriva diretamente da Volkswagen Caddy, pelo que não é de estranhar que herde deste exatamente o mesmo grupo motriz híbrido. Combina um motor a gasolina de quatro cilindros com 1,5 l de capacidade e um turbo, com um motor elétrico e uma caixa de velocidades automática de dupla embraiagem com seis velocidades. A potência máxima combinada é de 150 cv e o binário ascende aos 350 Nm.

O motor elétrico é alimentado por uma bateria de alta tensão com 25,7 kWh de capacidade (19,7 kWh utilizáveis), que permite circular em modo 100% elétrico até um máximo de 120 km. E tudo isto, com uma média de consumo em torno dos 16 kWh/100 km, tal como foi possível verificar no curto trajeto efetuado durante este primeiro contacto dinâmico.

Outra das vantagens deste sistema — especialmente para quem precisa do carro para desempenhar a sua profissão —, é o seu carregamento. E aqui, estão disponíveis duas opções: corrente alternada (AC) até um máximo de 11 kW e corrente contínua (DC) até 40 kW.

Mesmo com carga a bordo e o peso adicional da bateria e dos restantes componentes do sistema híbrido, os 150 cv de potência demonstraram ser sempre mais do que suficientes para que as entregas não cheguem atrasadas.

Parceiro de negócios

O Ford Transit Connect PHEV tem preços a começar nos 46 270 euros (IVA incluído) para a versão Trend. A versão Active, que conduzi e ilustra este primeiro contacto, o valor de entrada passa para os 49 218 euros.

Esta apresenta-se com um visual mais robusto e até um pouco mais aventureiro: recebe barras no tejadilho, proteções plásticas nas cavas das rodas, puxadores das portas na cor da carroçaria e outros acabamentos que elevam o apelo deste modelo.

O Transit Connect está ainda disponível numa carroçaria longa (L2), o que faz aumentar o preço para 50 235 euros.

Ford Transit Connect PHEV
Motor (gasolina)
Arquitetura	4 cilindros em linha
Posicionamento	Dianteiro, transversal
Capacidade	1498 cm3
Distribuição	2 a.c.c., 4 válv./cil., 16 válv.
Alimentação	Injeção direta
Potência	116 cv às 3500 rpm
Binário	250 Nm às 1500 rpm
Motor combustão + elétrico
Potência máxima combinada	110 kW (150 cv)
Binário máximo combinado	350 Nm
Transmissão
Tração	Dianteira
Caixa de velocidades	Automática de seis vel.
Bateria
Tipo	Iões de lítio
Capacidade	25,7 kWh (19,7 kWh utilizáveis)
Chassis
Suspensão	FR: Independente, tipo McPherson; TR: Eixo rígido
Travões	FR: Discos ventilados; TR: Discos
Direção	Assistência elétrica
Dimensões e Capacidades
Comp. x Larg. x Alt.	4853 mm x 1855 mm x 1833 mm
Distância entre eixos	2970 mm
Pneus	215/55 R17
Depósito de combustível	32,5 litros
Capacidade de carga	615 kg
Volume de carga máximo (L2)	3,6 m3
Peso bruto	2500 kg
Capacidade de reboque	1400 kg
Prestações e consumos
Autonomia elétrica	até 114 km
Consumo combinado	0,5 l/100 km
Emissões CO2	12 g/km