Honda ZR-V é um Civic em «modo» SUV. Mas é melhor?

Uma das experiências de condução mais acutilantes da classe faz do Honda ZR-V a nova referência?

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A Honda pegou na fórmula do Civic e aplicou-a à carroçaria da moda e o resultado é o inédito Honda ZR-V.

O novo SUV vai posicionar-se entre o mais pequeno HR-V e o maior CR-V — que está prestes a receber uma nova geração, maior que a atual —, e tal como os seus «irmãos» será exclusivamente híbrido.

Não vai ter «vida» fácil. Afinal, vai entrar num dos segmentos mais competitivos da atualidade, o dos SUV do segmento C.

É lá que estão pesos-pesados como o Peugeot 3008, o Volkswagen Tiguan ou o Hyundai Tucson. E novos rivais, como o Renault Austral e o conterrâneo Toyota Corolla Cross, ambos também disponíveis como híbridos (não plug-in).

O Miguel Dias foi até Barcelona, Espanha, medir os argumentos do novo Honda ZR-V. Será mesmo o Civic dos SUV?

Tem mais de Civic do que aparenta

Quando afirmamos que o ZR-V é um Civic em «modo SUV», não é apenas de modo figurado. O novo SUV da Honda assenta sobre a mesma plataforma e partilha com o Civic a mecânica e também quase todo o interior.

O tabliê é decalcado da berlina japonesa e… não nos estamos a queixar. Já quando testámos o Civic elogiámos bastante o seu tabliê.

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É elegante na forma, os materiais e montagem estão num plano elevado e até do ponto de vista ergonómico, há elogios a fazer.

Apesar de não faltarem ecrãs ao ZR-V, que nos dão as mais diversas informações, alguns comandos chave, como os da climatização, são felizmente físicos e de uso fácil e intuitivo.

Espaço abundante, com uma exceção

E por falar em vocação familiar, há que elogiar o espaço a bordo do novo Honda ZR-V, sobretudo na segunda fila de bancos.

O facto de ser uma das maiores propostas do segmento (4,56 m de comprimento) reflete-se na oferta de espaço, mas não tanto na bagageira. Os 380 l anunciados são medianos, bem abaixo da concorrência, que tem 100-150 l mais.

Parte da «culpa» deve-se ao posicionamento da bateria por baixo da bagageira. Esta obrigou a elevar o plano da bagageira, «roubando» precisos litros de capacidade.

Sistema híbrido suave, versátil e muito poupado

O novo Honda ZR-V herda do Civic a cadeia cinemática híbrida. Isso significa que é o motor elétrico de 130 kW (184 cv) e 315 Nm o motor de tração em praticamente todos os cenários de condução.

O motor de combustão só prescinde do seu papel de gerador para a bateria no modo “Engine”, que é engrenado automaticamente quando circulamos a velocidades mais elevadas e estabilizadas (como em autoestrada) — diz a Honda que é mais eficiente assim.

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Não duvidamos da Honda. Apesar de nestes primeiros contactos dinâmicos não ser a melhor ocasião para averiguar consumos, o Miguel registou uma média de 5,9 l/100 km em diversos cenários de condução.

Em condução urbana, chegou a ver até consumos abaixo dos 4,5 l/100 km, o que é notável para um veículo com este porte.

O mais interessante de conduzir do segmento?

A Honda conseguiu, de forma convincente, passar as características de condução e comportamento que tanto apreciamos no Civic — uma das referências do segmento —, para o maior e mais pesado SUV.

A posição de condução é mais baixa do que noutros SUV, a direção é direta, o comportamento acutilante e o controlo dos movimentos da carroçaria exímio.

O ZR-V passa a ser, assim, uma das propostas mais interessantes de conduzir no segmento. Claro que as leis da física impedem-no de igualar o Civic, mas mesmo assim, o trabalho dos engenheiros da Honda foi notável.

A acutilância e controlo exibidos acabam por ter uma consequência indesejada: o amortecimento mostrou ser um pouco firme demais, afetando o conforto a bordo.

Chega no final do ano

O novo Honda ZR-V só chega a Portugal no final do ano, em novembro ou dezembro. A marca ainda não tem lista de preços para o nosso país, mas avança com uma estimativa entre os 45 mil euros e os 50 mil euros.

Valores que estão alinhados com os do Honda Civic, que apresenta preços entre os 44 750 euros e os 48 750 euros.