Jeep Avenger 4xe Upland
Primeiras impressões
Data de comercialização: Abril 2025
Com a propulsão traseira elétrica, o Jeep Avenger 4xe surpreendeu fora do asfalto e… sobre o asfalto, mas a tração às quatro rodas nem sempre está disponível.
Prós
- Design sedutor e mais “selvagem”
- Aptidões moderadas para todo o terreno
- Comportamento equilibrado
- Preço acessível
Contras
- Materiais/acabamentos simplistas
- Consumo em condução desportiva
- Espaço nos lugares traseiros
- Sempre 4×2 acima de 90 km/h
Num momento em que a palavra de ordem é “hibridizar”, o Jeep Avenger 4xe adiciona uma versão de tração às quatro rodas à sua gama. Até agora, era apenas composta por motores a gasolina, um híbrido «suave» e um 100% elétrico.
Para este novo 4xe a solução encontrada foi adicionar um motor elétrico ao híbrido suave — mild-hybrid 48 V —, passando a ter dois motores elétricos e um motor de combustão. O primeiro está integrado na caixa automática de seis velocidades de dupla embraiagem, enquanto o segundo surge integrado no eixo traseiro. E os dois ajudam o motor de gasolina de três cilindros a andar mais e a gastar menos.
Além disso, este dá uma ajuda quando é necessário melhorar a capacidade de tração em terrenos acidentados e desníveis moderados com pouca (ou muito pouca) aderência — lama, gravilha, gelo, etc.
Por outras palavras, o Avenger ficou mais Jeep, mesmo sem qualquer veio de transmissão a unir os dois eixos.
Assim, e dependendo da versão deste 4xe híbrido 48 V — Upland, Overland e Northface Edition —, há diferenças para as versões mais urbanas. Por fora temos para-choques redesenhados com acabamento antirriscos, proteções em aço na parte inferior das secções dianteira e traseira, barras no tejadilho reforçadas, gancho de reboque e inserções na carroçaria em verde.
Por dentro temos um forro preto na zona interior do tejadilho e revestimentos dos assentos com tecidos anti-manchas e anti-lama, entre outros.
Liberdade para sair do asfalto
O Avenger 4xe tem mais 10 mm de altura ao solo (210 mm no total) para permitir uma maior liberdade de movimentos em todo o terreno moderado. Um valor que deixa este Jeep bem mais habilitado para essas andanças que os rivais como o Toyota Yaris Cross Hybrid (170 mm) ou o Suzuki Vitara Hybrid (175 mm)
Para essa maior apetência contribui igualmente a suspensão traseira independente, com uma configuração multibraços. Em comparação com o eixo de torção dos restantes Avenger, permite uma mais ampla articulação dos eixos e também cria espaço para a instalação do motor elétrico traseiro.
O motor a gasolina turbo de 1,2 litros e três cilindros rende um máximo de 136 cv e é auxiliado na sua missão pelos já mencionados dois motores elétricos de igual potência (21 kW ou 29 cv), mas com uma dose de binário diferente (55 Nm à frente e 88 Nm atrás), um sobre cada eixo.
A potência máxima combinada dos três motores é de 145 cv — exatamente como no Junior Ibrida Q4 — e trabalha em conjunto com a já mencionada caixa automática, que pode também ser controlada através das patilhas localizadas atrás do pequeno volante.
Bom nível de prestações
A resposta do motor agrada por ser bastante viva desde os regimes mais baixos, graças à propulsão elétrica que é sempre instantânea. A velocidade máxima declarada de 194 km/h e os 9,5s necessários para acelerar dos 0 aos 100 km/h são registos que comprovam que o Avenger 4xe é rápido q.b., superando os referidos dois rivais asiáticos em qualquer um dos exercícios.
Se o condutor optar por utilizar as patilhas atrás do volante, corre o risco de elevar demasiado o regime do motor, o que irá gerar um ruído menos refinado dos três cilindros, enquanto também faz disparar os consumos.
A Jeep anuncia 5,4 l/100 km, mas neste teste de 64 km ficámos muito acima dessa média. Tal deveu-se, sobretudo, ao facto de ter sido um trajeto de subida de uma montanha, até à pista de todo o terreno.
Tração às quatro só até 90 km/h
O condutor tem à sua disposição quatro modos de condução (Auto, Sport, Mud/Sand e Snow), selecionáveis através do comando colocado na consola entre os assentos dianteiros.
O sistema tem algumas particularidades, como o facto de, independentemente do modo escolhido, acima dos 90 km/h só termos tração dianteira.
Nos modos de condução mais dedicados aos percursos fora de estrada — Lama/Areia e Neve —, o Avenger 4xe tem tração integral permanente até aos 30 km/h. Dos 30 km/h a 90 km/h o sistema 4×4 só é ativado em caso de necessidade — quando deteta perda de motricidade nas rodas dianteiras —, tal e qual acontece no modo Auto.
Em Sport, os três motores dão o máximo para potenciar a resposta de aceleração até aos 40 km/h e acima dessa velocidade, o Avenger 4xe também passa a ser apenas de tração dianteira.
Nos modos específicos para condução fora do asfalto existem também afinações diferentes para os sistemas de controlo de tração e de estabilidade, com o objetivo de evitar que a mais leve derrapagem seja imediatamente corrigida com intervenções eletrónicas.
Modos de condução específicos
Um dos aspetos mais positivos deste sistema de quatro rodas motrizes (em part-time) é que permite sair de terrenos muito desafiantes, mesmo que as rodas dianteiras não tenham qualquer aderência e a pequena bateria esteja vazia.
Isto acontece porque o motor elétrico traseiro pode receber sempre energia, já que o motor dianteiro passa a servir também como gerador.
Os engenheiros da Jeep explicam que o carro pode suportar inclinações até 40% em terrenos difíceis e manter até 20% de tração quando o eixo dianteiro tem pouca ou nenhuma aderência.
Mesmo sem termos verificado essas percentagens precisas, foi possível comprovar, no trajeto fora de estrada, que o Avenger 4xe consegue superar todo e qualquer obstáculo mais moderado que lhe apareça pela frente.
O ponto menos positivo do sistema é que o Jeep Avenger 4xe nunca tem quatro rodas motrizes acima dos 90 km/h, o que significa que não dispõe de segurança acrescida quando, por exemplo, em vias rápidas o piso se encontra molhado.
Em asfalto, entre Auto e Sport há também uma variação na resposta do pedal do acelerador e no «peso» da direção — mais forte e «pesada», respetivamente, em Sport —, que se notam em ambos os casos. Sendo que esta transição demora cerca de dois segundos a ser ativada ou desativada, depois de selecionado o botão respetivo — é uma lentidão transversal a todos os modelos da Stellantis.
O compromisso entre estabilidade e conforto deve ser louvado — a unidade que conduzimos estava equipada com um conjunto de pneus/jantes na medida de 215/60 R17 — e a adoção da já referida nova suspensão traseira resulta numa maior capacidade de absorção de irregularidades, especialmente para quem viaja nos bancos traseiros. O pedal do travão revelou-se um pouco esponjoso no início do seu curso.
Por dentro, pouco muda
O tabliê do Avenger 4xe tem o mesmo desenho minimalista que conhecemos nos restantes. Há botões (Parking, Rear, Neutral, Drive) a substituir qualquer tipo de alavanca da transmissão e, felizmente e atendendo ao que é exigido de uma marca que valoriza a funcionalidade, são usados botões convencionais para as funções de climatização.
Os revestimentos são todos de toque duro, mas não ferem a filosofia do veículo, existindo depois inserções — coloridas ou o logótipo 4xe — que variam em número e em cor, consoante as versões.
Outros detalhes denunciam que os custos foram muito controlados, como a zona de iluminação junto ao retrovisor central cujo acabamento deixa a desejar, as cabeças de parafusos visíveis e a inexistência de qualquer revestimento nas bolsas das portas ou porta-luvas.
Tanto a instrumentação como o ecrã central dispõem de uma diagonal de 10,25” e tanto os gráficos como o software do sistema de infoentretenimento exigem pouco tempo para que o utilizador se familiarize a eles, revelando uma lógica intuitiva e gráficos nítidos.
Ainda assim, a indicação de “consumo médio” na instrumentação não faz muito sentido quando nesse mesmo menu aparece também o tempo — em percentagem — que a locomoção do carro foi efetuada em modo 100% elétrico. A integração/ligação sem fios Apple CarPlay e Android Auto também é de série.
Espaço suficiente
O Jeep Avenger não tem no espaço disponível um dos seus argumentos, mas mesmo assim, quatro adultos de 1,80 m de altura podem viajar com espaço suficiente.
Um terceiro passageiro central — lugar mais duro e estreito — ficará bastante mais apertado, algo normal neste segmento. A intrusão no piso pelo menos é relativamente baixa e estreita e os assentos traseiros são mais altos do que os da frente, permitindo criar um efeito de anfiteatro.
A bagageira não é grande, ficando-se pelos 325 litros — menos 55 litros do que nos restantes Avenger —, devido ao motor elétrico instalado sobre o eixo traseiro. Mas é maior, ainda que marginalmente, do que as malas do Toyota Yaris Cross Hybrid (320 l) e do Suzuki Vitara Hybrid (289 l).
Descubra o seu próximo automóvel:
Preço e rivais
O Jeep Avenger 4xe, na versão de acesso (Upland) tem um preço base de 34 237 euros, o que são cerca de 3000 euros mais do que o Suzuki Vitara 4WD Mild-hybrid, mas quase 5000 euros a menos que o «primo» italiano Junior Ibrida Q4.
Acima do Upland, temos a Overland, mais equipada, com um valor base de 36 237 euros. No topo da escolha está a edição limitada desenvolvida em parceria com a North Face e que terá apenas 4806 unidades disponíveis, numa referência à altitude do Monte Branco, a maior montanha da Europa. Neste caso, o preço começa nos 40 237 euros.
Veredito
Jeep Avenger 4xe Upland
Primeiras impressões
Data de comercialização: Abril 2025
Prós
- Design sedutor e mais “selvagem”
- Aptidões moderadas para todo o terreno
- Comportamento equilibrado
- Preço acessível
Contras
- Materiais/acabamentos simplistas
- Consumo em condução desportiva
- Espaço nos lugares traseiros
- Sempre 4×2 acima de 90 km/h
Especificações técnicas
Jeep Avenger 4Xe Upland | |
---|---|
Motor (gasolina) | |
Arquitetura | 3 cilindros em linha |
Posicionamento | Dianteiro, transversal |
Capacidade | 1199 cm3 |
Distribuição | DOHC/12 válv. |
Alimentação | Inj. direta, com turbo de geometria variável |
Potência | 136 cv às 5500 rpm |
Binário | 230 Nm a partir das 1750 rpm |
Motor (elétrico) | Dianteiro |
Potência | 21 kW (29 cv) |
Binário | 55 Nm |
Motor (elétrico) | Traseiro |
Potência | 21 kW (29 cv) |
Binário | 88 Nm |
Rendimento total combinado | 145 cv |
Bateria | Iões de lítio |
Capacidade | 0,9 kWh (0,4 kWh utilizáveis) |
Transmissão | |
Tração | Quatro rodas motrizes; Dianteira acima dos 90 km/h |
Caixa de velocidades | Automática (dupla embraiagem) de 6 rel. |
Chassis | |
Suspensão | FR: Independente, tipo MacPherson; TR: Independente, multibraços |
Travões | FR: Discos ventilados; TR: Discos |
Direção | Assistência elétrica |
Altura ao solo | 210 mm |
Diâmetro de viragem | 10,5 m |
Voltas ao volante | 2,7 |
Dimensões e Capacidades | |
Comp. x Larg. x Alt. | 4084 mm x 1776 mm x 1541 mm |
Distância entre eixos | 2563 mm |
Capacidade da mala | 325 litros |
Capacidade do depósito | 44 litros |
Pneus | 215/60 R17 |
Peso | 1455 kg |
Prestações e consumos | |
Velocidade máxima | 194 km/h |
0-100 km/h | 9,5s |
Consumo | 5,4 l/100 km |
Emissões CO2 | 121 g/km |
Sem comentários
O Avenger está mais Jeep que nunca mas tem uma limitação
O Jeep Avenger 4xe recebeu tração integral com a adição de um motor elétrico e uma atitude mais TT para aventuras que vão além da gravilha.
Consulte, antes de comentar, a informação legal e os nossos termos e condições aqui
Este artigo ainda não tem comentários.
Seja o primeiro a partilhar uma opinião.