Vamos esquecer a Tesla, pode ser? Primeiro teste ao Lucid Air

O Lucid Air é melhor do que aquele modelo daquela marca que eu não quero pronunciar.

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Ok, desisto. É um exercício impossível. Falar do Lucid Air sem falar da Tesla é praticamente impossível por dois motivos.

O primeiro motivo é porque esta marca norte-americana foi fundada por dissidentes da Tesla. Peter Rawlinson, um dos co-fundadores da Lucid Motors, foi o engenheiro-chefe do Tesla Model S, e Bernard Tse, também co-fundador da marca, foi um dos primeiros vice-presidentes da Tesla. As suas histórias dão um bom artigo, mas isso vai ter de ficar para outra altura…

Em segundo lugar, porque a Tesla é a referência no que diz respeito à tecnologia para carros elétricos — reparem que eu não disse que é uma referência a fazer carros, são coisas diferentes. Adiante.

Finalmente testámos o Lucid Air. A primeira vez que falámos neste modelo foi há quase oito anos. Isso mesmo, quase oito anos, está aqui a prova.

Valeu a pena esperar? A resposta está neste vídeo:

Lucid Air é uma prova de lucidez

Não estou a brincar. O nome “Lucid” foi escolhido para refletir clareza, inovação e foco na mobilidade elétrica. Uma espécie de manifestação de lucidez, se preferirem.

E como expliquei no vídeo, todo o interior do Lucid Air mostra muita lucidez nas decisões. Bem construído, intuitivo, espaçoso e tecnológico. É claro que temos ecrãs por todo o lado, mas mesmo assim sobraram alguns comandos físicos.

Depois, o aproveitamento do espaço interior é soberbo. Como referi no vídeo, por fora é mais pequeno que um Tesla Model S, mas por dentro o Lucid Air é maior que o seu arquirrival. Se o critério fosse apenas este, a vitória do Lucid Air estava garantida.

Alguém falou em conforto?

Lembram-se de termos falado recentemente sobre a origem dos tapetes voadores da Citroën? Caso pretendam, podem voltar a ler essa história neste link:

É precisamente assim que nos sentimos ao volante do Lucid Air: viajamos muito confortáveis, parece um modelo da escola francesa. Mas curiosamente continua a ser um carro bastante rigoroso quando aumentamos o ritmo.

E bem que podemos aumentar o ritmo… nesta versão Touring temos mais de 600 cv à nossa disposição (456 kW, ou 620 cv, se preferirem). E ainda há o Lucid Air Sapphire (tem 920 kW, ou 1250 cv), que é somente a berlina mais rápida do mundo. Deste ponto de vista é um modelo muito bem conseguido. Mas vou deixar essas considerações para o vídeo em destaque.

Voltando ao Lucid Air Touring, que foi aquele que tivemos oportunidade de conduzir, importa dizer que recorre a dois motores elétricos (um em cada eixo) para entregar os tais 456 kW (620 cv) de potência máxima.

Graças a estes números, o Lucid Air Touring é capaz de cumprir o sprint dos 0 aos 100 km/h em apenas 3,5s, ao mesmo tempo que acelera até aos 250 km/h de velocidade máxima.

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Quanto à bateria, tem 89 kWh de capacidade útil, o que lhe permite anunciar uma autonomia combinada (ciclo WLTP) de até 684 quilómetros.

Contudo, para os que procuram mais autonomia, então saibam que na versão Air Grand Touring, que equipa uma bateria com 106 kWh de capacidade útil, é possível percorrer até 830 quilómetros (ciclo WLTP) entre carregamentos.

Por falar em carregamentos, na versão que testámos o Lucid Air admite velocidades de carga de até 200 kW em corrente contínua (DC) e de até 19,2 kW em corrente alternada (AC).

Alguém quer comprar um Lucid Air?

Este é o principal problema da Lucid. Os planos da marca são bons, os modelos também, mas falta aceitação e reconhecimento da Lucid no mercado.

Não há maneira das vendas subirem. Expliquei isso mesmo no vídeo, mostrando a realidade das vendas desta marca norte-americana. É que enquanto a Tesla fatura, a Lucid continua a patinar.

O motivo pode estar relacionado com o preço. Na Alemanha o Lucid Air Pure (versão base) custa 109 mil euros. Não é pouco, mas face ao que este modelo tem para oferecer até é um valor adequado.

Veredito