Primeiro Contacto Conduzimos o novo Mitsubishi Outlander que faz 84 km sem gastar gasolina

Desde 54 120 euros

Conduzimos o novo Mitsubishi Outlander que faz 84 km sem gastar gasolina

Há coisas que felizmente não mudam. O novo Mitsubishi Outlander PHEV continua a ser um compêndio de espaço, eficiência e tecnologia japonesa.

Mitsubishi Outlander PHEV

Primeiras impressões

7.5/10

Em cidade quase nos esquecemos que existe um motor a gasolina. O Mitsubishi Outlander PHEV é muito eficiente.

Prós

  • Sistema híbrido
  • Espaço no habitáculo
  • Qualidade de construção

Contras

  • Tomada CHAdeMO para carregamentos rápidos
  • Escolha de opcionais limitada

Há pouco mais de uma década, a eletrificação ainda não era um tema — talvez uma curiosidade. A Toyota já produzia híbridos em números consideráveis e o Nissan Leaf dava os primeiros passos. Eram os motores Diesel que animavam o mercado.

Neste contexto, a Mitsubishi reuniu alguns meios especializados para apresentar uma outra solução: o híbrido plug-in, sob a carroçaria do SUV Outlander. Estávamos em 2012.

Foi chegar, ver e vencer. Apesar das poucas tomadas disponíveis — CHAdeMO, que era o padrão japonês —, o Mitsubishi Outlander mostrou ser uma alternativa viável, que podia circular quase sempre em modo elétrico, mas sem dispensar o motor de combustão para os trajetos mais longos. Agora, após mais de uma década, chega finalmente à Europa a nova geração deste modelo que inaugurou o segmento dos híbridos plug-in.

A responsabilidade é por isso imensa. Mas sem desmerecer os restantes modelos da marca, o novo Outlander PHEV 2024 é um Mitsubishi genuíno com tecnologia 100% japonesa. Neste primeiro contacto, ligámos Lisboa a Montemor-o-Novo (nem sempre por alcatrão…) e muitas vezes com o motor a gasolina desligado.

O “novo” Mitsubishi Outlander

Esta nova geração do Mitsubishi Outlander só é nova entre nós europeus. A marca japonesa aguardou por um facelift e por importantes melhorias no interior, para trazer finalmente este modelo para a Europa. Nos EUA tem conhecido uma boa aceitação e uma carreira comercial interessante.

Mitsubishi Outlander PHEV - frente
© Mitsubishi Na secção dianteira não falta a assinatura Dynamic Shield da Mitsubishi. O design é claramente nipónico.

As dimensões são muito generosas (4,72 m de comprimento), e quase dava para apostar que oferece sete lugares. Mas não é o caso. A marca preferiu por apostar tudo numa bagageira de generosas dimensões: quase 500 litros de capacidade.

Em termos de decoração, há sete tons disponíveis para a carroçaria, que podem ser combinados com o tejadilho em negro e com jantes de 18” ou 20”, consoante o nível de equipamento escolhido: Intense ou Instyle — no caso do mercado nacional.

Atenção ao detalhe

A primeira impressão que temos assim que nos sentamos ao volante do Mitsubishi Outlander PHEV é de que este não é um modelo de contenção de custos. Os engenheiros da marca usaram a lendária abordagem Omotenashi, focada na hospitalidade e na oferta de um rigor de montagem muito elevado.

Mitsubishi Outlander interior
© Mitsubishi No novo Outlander, a qualidade de construção é elevada, bem como a insonorização do habitáculo.

Nota-se que houve bastante cuidado com a escolha dos materiais. E neste contexto, nem sequer falta um sistema de som desenvolvido em parceria com uma outra empresa japonesa, a Yamaha. Quanto ao sistema de infoentretenimento, pode não ser «líder da classe», mas oferece o essencial: Apple CarPlay e Android Auto sem fios.

Tanto os passageiros dos lugares dianteiros, como os passageiros dos lugares traseiros, não se vão queixar de espaço. Eu não me queixei e meço 1,85 m. Bem sei que as crianças hoje em dia são muito exigentes…

Experiência comprovada

Se há marca que sabe como explorar a máxima capacidade de tração dos seus automóveis é a Mitsubishi, sendo que uma grande percentagem desta experiência foi obtida nas provas de competição mais duras do planeta. Como o Dakar, por exemplo.

Essa experiência reflete-se nos seus modelos de estrada, sendo que o novo Mitsubishi Outlander PHEV é um deles. O seu sistema híbrido plug-in inclui dois motores elétricos — um em cada eixo — e um motor térmico. Mesmo sem uma ligação física entre os dois eixos, a marca garante que é possível ter uma distribuição de binário quase perfeita, que se ajusta ainda mais rapidamente consoante a aderência do piso.

Além disso, o sistema S-AWC (Super All Wheel Control) tem ainda a capacidade de controlar ativamente a quantidade de binário que passa para cada roda, melhorando a estabilidade em situações menos convencionais.

Mitsubishi Outlander a passar por charco
© Mitsubishi Neste primeiro contacto fizemos uma pequena incursão fora de estrada que apenas provocou um “bocejo” à eficácia geral do sistema. A segurança em estrada agradece.

Muita autonomia com pouca gasolina

O do Mitsubishi Outlander híbrido plug-in é a única disponível para o mercado europeu. Além dos dois motores elétricos de que já falámos, está também presente um térmico, de 2,4 litros, a gasolina. Em conjunto, oferecem mais de 300 cavalos de potência, mas a grande vantagem é mesmo quando circulamos apenas em modo elétrico.

Enquanto houver carga disponível na bateria de 22,7 kWh, o modo EV (elétrico) permite que apenas sejam utilizados os dois motores elétricos, que se revelaram mais do que suficientes numa utilização convencional.

Mitsubishi Outlander PHEV - 3/4 de frente
© Mitsubishi No modo híbrido em série, já é solicitada a presença do motor de combustão, mas apenas para carregar a bateria quando esta tem o nível de carga em baixo.

Nas viagens mais longas de estrada e autoestrada, o modo híbrido paralelo é o mais adequado, uma vez que nestas situações, a locomoção 100% elétrica deixa de ser a mais eficiente. Desta forma, é o motor térmico que fica responsável pela locomoção, ainda que possa contar com a ajuda dos elétricos nas acelerações, por exemplo.

Na prática, tudo isto traduz-se numa autonomia 100% elétrica que pode superar os 80 km num percurso misto e ficar acima dos 100 km caso o trajeto tenha uma maior percentagem de condução urbana. Com o motor térmico na equação, a marca declara uma média de consumo inferior a um litro de gasolina para cada 100 km, e uma autonomia total superior a 830 km.

Mitsubishi Outlander PHEV - 3/4 de traseira
© Mitsubishi Quando se esgota a bateria, o sistema híbrido da Mitsubishi é muito eficiente, mas teremos de aguardar por teste mais prolongado para apurar valores.

Quando for necessário ligar o Mitsubishi Outlander PHEV à tomada há várias opções, sendo que a de carregamento rápido ainda inclui a ligação CHAdeMO. Com esta, é possível alcançar os 80% da carga em cerca de 32 minutos. Num carregador doméstico convencional de 3,5 kW, a carga total demora aproximadamente 6,5 horas.

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Caro? Talvez não…

Quase 50 mil euros por um SUV híbrido plug-in pode soar caro — sim, os carros no geral estão muito caros —, mas na realidade, o preço proposto para o Mitsubishi Outlander PHEV está em linha com a concorrência e é especialmente atrativo para as empresas.

A versão base, por exemplo, com o nível de equipamento “Intense” é proposta por 44 mil euros mais IVA (54 120 euros), enquanto a mais equipada “Instyle” tem um valor de 48 mil euros mais IVA (59 040 euros). Tendo em conta os escalões de tributação autónoma de 2025, o Outlander já fica posicionado no 2.º escalão.

A grande vantagem é que a versão Intense, que serve de entrada na gama, já conta com um nível de equipamento de série muito completo. A este não faltam as jantes de 20”, a iluminação Full-LED, os assentos em pele e Alcantara, nem sequer o sistema de som desenvolvido em parceria com a Yamaha.

altifalante yamaha
© Mitsubishi O sistema de som do Mitsubishi Outlander foi desenvolvido em parceria com a Yamaha.

As diferenças para a versão Instyle estão num sistema de som ainda mais evoluído, na pintura bicolor, no teto de abrir panorâmico e nos assentos em pele Premium, todos com aquecimento e os da frente com comandos elétricos, memórias e ventilação.

Veredito

Mitsubishi Outlander PHEV

Primeiras impressões

7.5/10
O mundo mudou muito desde 2012. Agora, o Mitsubishi Outlander PHEV enfrenta uma concorrência muito grande. Mas continua a ter as suas próprias vantagens: uma ótima eficiência, um interior cuidado e muito espaço. A imagem exterior não é a mais inspirada, mas o logótipo da marca japonesa continua a inspirar confiança. Se estão a ponderar um SUV híbrido plug-in este Outlander é uma boa opção.

Prós

  • Sistema híbrido
  • Espaço no habitáculo
  • Qualidade de construção

Contras

  • Tomada CHAdeMO para carregamentos rápidos
  • Escolha de opcionais limitada

Especificações técnicas

Mitsubishi Outlander PHEV
Motor (gasolina)
Arquitetura4 cilindros em linha
PosicionamentoDianteiro, transversal
Capacidade2360 cm3
DistribuiçãoDOHC/16 válvulas
AlimentaçãoInjeção direta
Potência136 cv às 5000 rpm
Binário203 Nm a partir das 4000 rpm
Motor (elétrico)Dianteiro
Potência85 kW (116 cv)
Binário255 Nm
Motor (elétrico)Traseiro
Potência100 kW (136 cv)
Binário195 Nm
Rendimento total combinado225 kW (306 cv)
BateriaIões de lítio
Capacidade22,7 kWh
Transmissão
TraçãoQuatro rodas motrizes
Caixa de velocidadesTransmissão de relação única
Chassis
SuspensãoFR: Independente, MacPherson com barra estabilizadora;
TR: Independente, multibraços, com barra estabilizadora
TravõesFR: Discos ventilados;
TR: Discos ventilados
DireçãoAssistência elétrica
Altura ao solo199 mm
Diâmetro de viragem11 m
Dimensões e Capacidades
Comp. x Larg. x Alt.4719 mm x 1862 mm x 1750 mm
Distância entre eixos2704 mm
Capacidade da mala498 litros
Capacidade do depósito53 litros
Pneus255/45 R20
Peso2075 kg
Prestações e consumos
Velocidade máxima170 km/h
0-100 km/h7,9s
Consumo0,8 l/100 km
Autonomia elétrica (AER)84,2-111,3 km
Emissões CO219 g/km