Opel Corsa Electric (long range)
Primeiras impressões
Data de comercialização: Outubro 2023
O Opel Corsa Electric evoluiu no caminho certo, exceto o do preço
Prós
- Nova motorização elétrica
- Condução mais acutilante
- Montagem robusta
Contras
- Preço versões elétricas
- Acesso aos lugares traseiros
Rüsselsheim, a cidade berço da Opel, foi o local escolhido para fazer os primeiros quilómetros ao volante do renovado Corsa, um nome cheio de história na marca alemã.
Desde 1982 que é o representante da Opel nos utilitários: já lá vão seis gerações e mais de 14,6 milhões de unidades. A geração F, a atual, foi lançada em 2019 e foi um dos primeiros Opel a recorrer ao hardware da (ex-) PSA, após ter sido comprada por este grupo em 2017.
Uma decisão que acabou por dar ao Corsa a sua primeira versão 100% elétrica de produção e agora nesta renovação vê essa aposta reforçada com a adição de nova versão. Está mais potente e mais eficiente, o que conjugado com a bateria (ligeiramente) maior, permite ao Corsa Electric ultrapassar os 400 km de autonomia.
O que mudou no Corsa 2024
O novo Corsa Electric é o maior destaque na renovação do modelo, mas trouxe com ele mais novidades. Visualmente, a maior é a adoção do Opel Vizor, a atual «cara» dos modelos da marca alemã. O interior também viu os seus argumentos tecnológicos reforçados e, além da nova versão elétrica, o renovado Corsa vai ainda introduzir novas motorizações mild-hybrid 48 V.
Neste primeiro contacto em Rüsselsheim apenas tivemos oportunidade de experimentar a nova variante elétrica, que assume também o estatuto de topo de gama — o preço, sem dúvida, reflete esse estatuto, mas já lá iremos…
Como a reforçar isso mesmo, só está disponível com o nível de equipamento GS, o mais elevado — a gama foi simplificada e só passam a haver dois níveis de equipamento, Corsa e GS.
Anda mais e gasta menos
A nova cadeia cinemática 100% elétrica não é, contudo, uma novidade absoluta, pois já a vimos noutras propostas 100% elétricas da Stellantis, como o Peugeot e-208, o Jeep Avenger ou o DS 3.
A nova variante elétrica adiciona 15 kW (20 cv), totalizando 115 kW (156 cv) de potência e recebe uma nova bateria de 51 kWh. Esta tem 17 módulos e 112 células, números inferiores aos 18 módulos e 216 células da bateria de 50 kWh existente. Diz a Opel que potencia a eficiência e os números oficiais não os desmentem.
A marca anuncia um consumo combinado entre 14,6-14,2 kWh/100 km para esta versão de 115 kW, que compara favoravelmente com os 16,4-15,7 kWh/100 km da versão de 100 kW (136 cv). O resultado é uma autonomia máxima de até 405 km, mais 48 km (357 km) do que o Corsa elétrico existente.
Comprova-se na prática? Após pouco mais de 100 km percorridos em vários contextos — da autobahn a percursos de semáforo em semáforo —, os cerca de 14,7 kWh/100 km registados deixam indicações bastante positivas para um teste mais prolongado em Portugal. É um registo inferior aos 16-17 kWh/100 km que obtive quando testei o primeiro Corsa 100% elétrico há três anos.
A «cereja no topo do bolo» é que o Corsa Electric de 115 kW vem com melhores performances, que contribuem positivamente para a agradabilidade da condução.
Porém, para acedermos à totalidade dos 115 kW e 260 Nm precisamos de ativar o modo de condução Sport. No modo Normal a potência máxima está limitada a 80 kW (109 cv e 220 Nm), enquanto no modo Eco, não passa dos 60 kW (82 cv e 180 Nm). O que ajuda a justificar a maior «preguiça» do acelerador neste último.
No modo Sport, por outro lado, o Opel Corsa parece «perder» algumas centenas dos seus 1544 kg (!), dada a sensibilidade acrescida do acelerador e correspondente resposta do motor elétrico.
Menos francês, mais germânico
Além da agradável vivacidade do motor elétrico no modo Sport — que brinda-nos com uma direção um pouco mais pesada, continuando a ser, no entanto, muito pouco comunicativa —, o que sobressaiu neste contacto dinâmico foi o amortecimento mais seco do que me recordava do Corsa.
Quando esta geração do Opel Corsa foi lançada em 2019, até costumava comentar que parecia mais «francês» nas suas características dinâmicas que o seu «primo francês» Peugeot 208, notoriamente mais convicto no amortecimento e no controlo dos movimentos.
Parece que a Opel «acordou» os genes alemães com esta atualização — pelo menos neste GS elétrico —, notando-se um pisar mais firme, movimentos mais controlados e uma condução mais acutilante.
Dito isto, o atualizado Opel Corsa não é desconfortável, longe disso. Os bancos são confortáveis (apesar de também tenderem para o firme) e seguram o corpo de forma razoavelmente eficaz.
E a insonorizarão a bordo é também ela bem conseguida, acabando por evidenciar a ausência de ruídos parasita, o que atesta a montagem robusta deste utilitário. Só a velocidades mais elevadas é que o ruído de rolamento e aerodinâmico ganham proeminência.
Atualização tecnológica
Já que estamos no interior do atualizado Opel Corsa, este distingue-se pelo novo volante, comando da transmissão e o novo sistema de infoentretenimento acessível via um ecrã tátil de 10”.
Este passa a integrar a plataforma Snapdragon Cockpit da Qualcomm Technologies, apresentando capacidades melhoradas ao nível dos gráficos, multimédia, visão por computador e IA (inteligência artificial), de modo a providenciar uma melhor integração do sistema de cockpit, contextualmente «consciente» e constantemente adaptável.
Terá de ficar para uma próxima ocasião um uso mais aprofundado deste sistema, mas por agora, só agradecia que o ecrã fosse mais sensível ao toque e a velocidade de operação mais elevada. Por outro lado, nota muito positiva para a excelente qualidade de imagem providenciada pela nova câmara traseira 180º.
O que não mudou, naturalmente — é uma atualização e não uma nova geração —, foi o acesso aos lugares traseiros. Continua a ser um dos aspetos menos conseguidos do Corsa e de outros modelos assentes nesta plataforma CMP da Stellantis. A porta traseira é pequena, mas a abertura para aceder ao habitáculo é ainda menor.
Descubra o seu próximo automóvel:
Versão de topo com preço de topo
Se a apreciação geral desta atualização do Opel Corsa e da sua nova variante elétrica é positiva, grande parte do «encanto» desvanece quando olhamos para o preço. Temos de olhar para os motores a combustão do modelo para voltar a sorrir.
A não perder: Um elétrico ao «preço da chuva». Já vimos o novo Citroën ë-C3Os 37 720 euros da versão elétrica mais potente (115 kW) parecem-me excessivos. Mesmo a versão elétrica mais acessível (100 kW) inicia-se nuns altos 34 670 euros.
Basta constatar que a versão 1.2 Turbo de 130 cv, a mais cara a combustão nesta fase de lançamento, está a mais de 9000 euros de distância do Electric mais acessível. A gama nacional do Opel Corsa 2024 fica assim organizada:
Versão | Preço |
---|---|
Corsa 1.2 75 cv, cx. manual 5 vel. | 19 155 € |
Corsa 1.2 Turbo 100 cv, cx. manual 6 vel. | 20 305 € |
Corsa 1.2 Turbo 100 cv, cx. auto 8 vel. | 22 055 € |
Corsa Electric 136 cv (100 kW), bateria 50 kWh | 34 670 € |
Corsa GS 1.2 Turbo 100 cv, cx. manual 6 vel. | 22 155 € |
Corsa GS 1.2 Turbo 100 cv, cx. auto 8 vel. | 23 905 € |
Corsa GS 1.2 Turbo 130 cv, cx. auto 8 vel. | 25 355 € |
Corsa Electric LR (Long Range) 156 cv (115 kW), bateria 51 kWh | 37 720 € |
Depois da Stellantis, o grupo do qual a Opel faz parte, ter mostrado o novo Citroën ë-C3 com preços a começar nos 23 300 euros, a discussão à volta do preço dos elétricos ganha nova relevância. É certo que o ë-C3 não rivaliza em performance ou autonomia (bateria mais pequena e química LFP, mais barata) com o Corsa Electric, mas deixa esperança para a próxima geração do utilitário alemão.
Por agora, apesar das qualidades reveladas neste primeiro contacto, o Opel Corsa Electric continuará a ser «empurrado» para o beneficiado mercado empresarial.
Para os particulares, restam as motorizações a combustão, todas elas assentes no três cilindros a gasolina com 1,2 l de capacidade: 75 cv naturalmente aspirados ou 100 cv e 130 cv sobrealimentados.
Mais tarde chegarão novas motorizações mild-hybrid de 48 V, que estreiam um evoluído 1.2 Turbo, com 100 cv e 136 cv e prometem consumos até 15% inferiores em relação aos atuais.
Veredito
Opel Corsa Electric (long range)
Primeiras impressões
Data de comercialização: Outubro 2023
Prós
- Nova motorização elétrica
- Condução mais acutilante
- Montagem robusta
Contras
- Preço versões elétricas
- Acesso aos lugares traseiros
Sem comentários
Conduzimos o Opel Corsa elétrico que anda mais e gasta menos. O problema é o preço
O Opel Corsa ganhou uma nova «cara» e novas motorizações. Conduzimos a nova versão de topo elétrica em Rüsselsheim.
Consulte, antes de comentar, a informação legal e os nossos termos e condições aqui
Este artigo ainda não tem comentários.
Seja o primeiro a partilhar uma opinião.