Primeiro Contacto Conduzimos o Porsche Cayenne Coupé mais «barato» que podem comprar

Desde 120 537 euros

Conduzimos o Porsche Cayenne Coupé mais «barato» que podem comprar

Vale a pena escolher as versões mais potentes? A versão E-Hybrid do Porsche Cayenne tem agora quase 500 cv de potência e uma dinâmica aperfeiçoada.

Porsche Cayenne E-Hybrid Coupé

Primeiras impressões

9/10

Acham que um SUV como o Porsche Cayenne não consegue curvar? Pensem duas vezes…

Prós

  • Comportamento dinâmico
  • Eficiência do sistema híbrido
  • Espaço no habitáculo
  • Qualidade de construção
  • Versatilidade do conjunto

Contras

  • Peso elevado

Depois da apresentação internacional na Áustria, foi agora o momento de fazer um novo teste à versão mais acessível do renovado Porsche Cayenne Coupé: a E-Hybrid.

É o mais barato entre os Cayenne Coupé, mas não deixa de ser um eufemismo; afinal, o preço começa um pouco acima dos 120 mil euros. Ainda assim, não é o Cayenne mais barato, pois a carroçaria convencional é 3075 euros… menos desportiva.

Já está disponível no mercado nacional e não é de estranhar que muitos lhe chamem mesmo o novo Porsche Cayenne, dado a extensão das modificações efetuadas. Isto, apesar de ser «apenas» um restyling do modelo já existente. Para começar, as diferenças estéticas.

Visualmente, é um Porsche Cayenne Coupé, sem margem para dúvidas. O formato não mudou. Ainda que estejam presentes linhas e detalhes que já conhecemos de outros modelos da marca, os seus quase cinco metros de comprimento, altura ao solo e tejadilho com linha descendente dissipam qualquer dúvida.

Imagem de família atualizada

Uma vez sentados ao volante do Porsche Cayenne, não ficamos decepcionados. É um Porsche, ponto final. Isto significa que os elementos necessários para atacar uma estrada de montanha (volante, pedais e posição do banco) estão exatamente onde deviam estar.

Agora, a chave já fica no bolso, mas o botão que inicia o motor (ou o sistema), continua presente do lado esquerdo da coluna da direção, tal como em todos os Porsche. Do lado direito, no entanto, passou a estar o comando da caixa de velocidades automática e já nem sequer existe um comando para o travão de estacionamento. O Cayenne trata dessa parte sozinho.

Nesta versão atualizada do maior dos SUV da Porsche, as semelhanças com o bem-sucedido Taycan são mais que evidentes. O painel de instrumentos é uma das mais óbvias. Os mostradores redondos mantêm-se, mas, consoante o modo de visualização selecionado, podem agora dar lugar a um detalhado mapa do sistema de navegação, por exemplo.

Já na consola central, o enorme número de botões que conhecíamos das gerações anteriores ficou resumido a alguns comandos táteis e aos da climatização que, felizmente, não foram «empurrados» para o monitor central.

Espaço a bordo garantido

O espaço disponível no habitáculo é um dos argumentos que faz os clientes da marca optarem pelo Cayenne. Este é um ponto garantido a bordo do maior dos SUV da marca, seja nos lugares da frente ou nos traseiros, sem qualquer condicionante. Claro que quatro passageiros vão ficar sempre mais confortáveis do que cinco, mas esta será uma questão de comodismo e não por falta de espaço.

Mesmo na bagageira há quase 550 litros de capacidade nesta versão equipada com um sistema híbrido plug-in, que precisa de «roubar» um pouco deste espaço para arrumar a bateria do sistema.

Ainda a bordo, uma nota para a qualidade de tudo o que nos rodeia. No Porsche Cayenne, todos os componentes parecem sólidos e com uma qualidade de montagem acima da média, praticamente isenta de críticas. Na unidade que testámos não existiam ruídos parasita e assim que as janelas eram fechadas, a insonorização filtrava a maioria dos ruídos indesejados do exterior.

Dinâmica multifunções

Citando a própria marca, “antes de ser um Cayenne, é um Porsche”. Ou seja, este SUV tem de se destacar pela dinâmica. No entanto, justamente por ser um SUV e por ter à volta de 2,5 toneladas, a tarefa é ainda mais complicada e tem de o fazer em cenários mais variados.

Para alcançar o resultado desejado, a Porsche manteve a suspensão com molas em aço, mas a suspensão pneumática recebeu uma nova tecnologia de duas câmaras e duas válvulas. Com esta, é possível controlar os movimentos da carroçaria de uma forma mais precisa, reduzir vibrações e melhorar o conforto de utilização.

Em cidade, é o sistema de quatro rodas direcionais que nos ajuda a descomplicar as manobras mais complicadas. No entanto, nas estradas mais sinuosas, é esta configuração de suspensão, em conjunto com uma direção muito precisa e os diversos modos de condução disponíveis, que nos permite esquecer o quão grande e pesado é o Cayenne Coupé.

Porsche Cayenne Coupé E-Hybrid - dinâmica em piso de terra
© Porsche

Resta a oportunidade de conduzir o Porsche Cayenne como se fosse um verdadeiro desportivo, mesmo nesta versão mais acessível do trio de opções híbridas disponíveis.

Depois, além das estradas sinuosas, o Porsche Cayenne Coupé tem ainda a capacidade de explorar caminhos menos próprios e em que o asfalto é apenas uma miragem. Poderá não ser a utilização que a maioria dos seus proprietários lhe vai dar, mas é bom saber que tem essa capacidade.

Sistema híbrido mais potente

A base do sistema híbrido que equipa a versão E-Hybrid do Cayenne é um motor V6 de 3,0 l, a gasolina, com 304 cv de potência, que também foi atualizado. Este funciona em conjunto com um motor elétrico, que viu a potência aumentada para os 130 kW (177 cv). Em conjunto, os dois motores conseguem uma potência máxima combinada de 470 cv, que já é um número muito respeitável para o Cayenne.

Para alimentar o sistema elétrico, a antiga bateria de 17,9 kWh eu lugar a uma nova de 25,9 kWh, suficiente para conseguir dilatar a autonomia máxima em modo puramente elétrico até aos 90 km (WLTP), em ambiente urbano.

Se os 470 cv desta versão E-Hybrid soarem a pouco, a Porsche propõe mais duas hipóteses: o Cayenne S E-Hybrid, com 519 cv ou o Cayenne Turbo E-Hybrid, com 739 cv. O sistema elétrico é sempre o mesmo, o que varia ou é a potência do V6 (S E-Hybrid) ou o recurso a um V8 (Turbo E-Hybrid), bem maior e bem mais potente.

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O maior «problema» do Cayenne

Aquilo que mais «detestamos» no Porsche Cayenne é o facto de não sermos um dos agregados familiares que pode conviver com um deles no dia a dia.

Como referimos no início, o E-Hybrid pode ser o Cayenne Coupé mais barato, mas são 120 537 euros, sem opcionais. No formato mais tradicional, o valor base é de 117 462 euros.

Porsche Cayenne Coupé E-Hybrid - 3/4 de traseira
© Porsche

Em ambos os casos, o valor nem sequer é descabido face ao que este modelo tem para oferecer. E como se trata de um híbrido plug-in, os benefícios fiscais fazem mesmo com que esta versão seja a mais barata de todas as disponíveis na gama Cayenne, apesar de não ser a menos potente.

Para quem tem oportunidade de dar este passo, podemos ainda referir que o Porsche Cayenne conta com um equipamento de série bastante preenchido e com inúmeras hipóteses de personalização.

Veredito

Porsche Cayenne E-Hybrid Coupé

Primeiras impressões

9/10
O Porsche Cayenne continua a surpreender com um comportamento dinâmico que não parece ser possível num automóvel com 2,5 toneladas. É divertido em estrada, terra ou lama. Além disso oferece um habitáculo espaçoso e uma versatilidade adequada para um carro de família. O renovado sistema híbrido é a cereja no topo do bolo.

Prós

  • Comportamento dinâmico
  • Eficiência do sistema híbrido
  • Espaço no habitáculo
  • Qualidade de construção
  • Versatilidade do conjunto

Contras

  • Peso elevado