Desde 118 846 euros

Ainda é o melhor da classe? Testámos o Porsche Macan Turbo

A nova geração do Porsche Macan já chegou a Portugal e foi também em solo nacional que o pudemos conduzir. Aqui como Turbo, a versão mais potente.

06.11.2024, 18:03

Comporta, Portugal

André Mendes

Texto

Porsche Macan Turbo

Primeiras impressões

8.5/10

É exclusivamente elétrico, mas não deixem que isso os demova. O novo Porsche Macan é um dos melhores SUV da classe.

Prós

Prestações
Espaço a bordo
Qualidade de construção

Contras

Apenas em elétrico
Alguns comandos táteis

Mesmo com a Porsche a ter este ano, globalmente, uma redução na procura de automóveis 100% elétricos, a chegada do novo Porsche Macan define mais um marco histórico para a marca alemã. Como prometido, a nova geração do SUV, que tem sido um dos seus modelos mais vendidos, é exclusivamente 100% elétrica.

O novo Macan já se encontra à venda em vários mercados e Portugal é um dos que está em destaque. A apetência portuguesa pelo novo Porsche Macan representa cerca de 45% de todo o mercado ibérico. Mesmo com os atrasos sobre o seu lançamento, o SUV continuou a acumular pré-vendas.

Fazendo as contas, já foram entregues 213 unidades em solo nacional, mas até ao final do ano, as previsões apontam para que este número se aproxime das 450 unidades.

Porsche Macan Turbo - 374 de traseira — © Porsche

Agora chegou a altura de, finalmente, termos o primeiro contacto dinâmico em estradas nacionais.

É um Porsche, sim senhor

O primeiro impacto visual diz-nos que não podia ser outra coisa que não um Porsche. Há diversos detalhes introduzidos com o Taycan que também encontramos aqui, tais como os grupos óticos com quatro pontos de iluminação e a barra horizontal traseira em LED.

O SUV mais compacto da Porsche de compacto não tem nada. No total, são quase 4,8 m de comprimento e 1,94 m de largura, com uma altura que fica ligeiramente acima de 1,6 m. Ligeiramente mais comprido e largo que a geração anterior.

A chave da unidade de testes que nos entregaram despertou o sistema de iluminação de um Porsche Macan Turbo de cor escura e equipado com jantes de 22” de diâmetro. Tal como acontecia com o antecessor, não faltam as sideblades decorativas na lateral, mas a linha de tejadilho é agora ainda mais Porsche.

Porsche Macan Turbo - vista lateral — © Porsche

Como aconteceu com o Taycan, a designação Turbo perde a associação que tinha no Macan a combustão e passa a ser a designação de topo do modelo. A designação Turbo também identifica os topo de gama a combustão e a Porsche não quis que isso se perdesse com os seus modelos elétricos.

Habitáculo moderno, mas familiar

Sentado ao volante, nem sequer preciso de olhar, pois sei que para ligar o «motor» — neste caso, é um sistema elétrico com dois motores —, será necessário usar a mão esquerda. A diferença é que em vez de inserir a chave do carro, está agora um botão neste lugar.

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A posição de condução é perfeita, sempre com regulações elétricas nos assentos e na coluna da direção, que deixa o volante desportivo de três braços mesmo à minha frente e numa posição mais vertical. Como acontece no Taycan, o comando da transmissão também passou para o lado direito do painel de instrumentos.

2 imagens

No habitáculo, não há muito mais a acrescentar face ao que o Diogo Teixeira nos mostrou no vídeo, durante a primeira apresentação no início deste ano.

Aproveito apenas para relembrar que há bastante espaço disponível a bordo, e que há quase 670 litros de espaço combinado para bagagens: 580 l atrás e 84 l sob o capô, no frunk, assim meio ao jeito de um Porsche Boxster.

Finalmente, em estrada

A primeira impressão de condução e a mais imediata, percebida logo nos primeiros metros de deslocação, é a solidez de todo o conjunto. Não é pelas 2,5 toneladas do conjunto, mas mais pela elevada rigidez estrutural e qualidade de montagem, que elimina todos os ruídos indesejáveis. Fazendo jus à natureza elétrica, a insonorização a bordo é excelente.

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Mesmo por lombas e ruas com piso degradado, a solidez mantém-se, não só no habitáculo, como nas informações que nos chegam através da coluna da direção e do «pisar» da suspensão, mesmo com as maciças jantes com 22” de diâmetro e pneus de baixo perfil da nossa unidade. Ainda assim, sem prejudicar a nota elevada de conforto.

A maioria do trajeto de 130 km foi em autoestrada e com muitos quilómetros debaixo de chuva. Os 430 kW (584 cv) de potência máxima combinada — 470 kW (639 cv) em Overboost com Launch Control — requerem uma atenção especial ao peso do pé sobre o pedal da direita. Facilmente somos «catapultados» para a frente e para velocidades muito elevadas. Os 1130 Nm de binário instantâneos parecem fazer dos 2500 kg do Macan um peso-pluma.

Porsche Macan Turbo - 374 de frente — © Porsche A plataforma PPE usada pelo Macan, integra uma arquitetura de 800 V. O que permite carregamentos muito rápidos até 270 kW em corrente contínua (DC). Carregar dos 10% aos 80% demora, assim, 21 minutos.

A plataforma PPE (Premium Platform Electric) que serve o Macan, específica para elétricas e desenvolvida a meias entre a Porsche e a Audi (estreou-a no Q6 e-tron), integra uma arquitetura de 800 V. Só há, por agora, uma bateria disponível com 100 kWh de capacidade, dos quais 95 kWh são utilizáveis.

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O Macan Turbo declara uma autonomia de 590 km (ciclo combinado WLTP), mas neste primeiro contacto, não foi possível tirar grandes conclusões sobre os consumos. Teremos de deixar essa parte para um ensaio completo.

Em contrapartida, a presença do sistema de quatro rodas direcionais demonstrou que continua a ser uma ajuda perfeita durante as manobras, mas que também oferece uma estabilidade elevada em curva. Tudo em parceria com uma direção direta e precisa, que se traduz numa experiência de condução muito cativante.

Mais versões a caminho

As primeiras duas versões a serem incluídas no configurador da marca foram o Macan 4 e o Macan Turbo, com um preço base de 86 793 euros e 118 846 euros, respetivamente. E são precisamente estas duas que já conduzimos e que já vamos vendo na estrada.

Atualmente, há mais duas opções disponíveis para encomenda, o Macan (versão base) e o Macan 4S, ainda que a chegada das primeiras unidades apenas esteja prevista para o próximo mês de fevereiro. No caso do Macan 4S, o preço base é de 94 038 euros, mas a versão base é que vai dar que falar no que diz respeito ao tema do preço.

Porsche Macan Turbo - 3/4 de frente — © Porsche

O Porsche Macan «encarregue» de representar o acesso a esta gama tem um preço base de 83 671 euros e será o primeiro Macan a contar apenas com tração traseira. A potência máxima do único motor existente é de 360 cv e a aceleração dos 0 aos 100 km/h pode ser efetuada em 5,7s.

O valor mais relevante, no entanto, é a autonomia máxima anunciada de 643 km, uma vez que a bateria do sistema elétrico é a mesma das outras versões. Ou seja, a que inclui uma capacidade máxima de 100 kWh (95 kWh utilizáveis).

Quanto ao futuro, ainda é cedo para saber o que reserva ao Porsche Macan e à plataforma PPE. O que já sabemos é que o plano original da marca em ter 80% das vendas totais com elétricos em 2030 já não vai acontecer. E isto poderá traduzir-se no prolongamento dos motores de combustão e mais híbridos. Leiam tudo no artigo abaixo:

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