Skoda Scala e Kamiq
Primeiras impressões
Data de comercialização: Março 2024
Só há motorizações 100% a gasolina nos Scala e Kamiq 2024, sem vestígios de qualquer assistência elétrica. E não fez falta nenhuma.
Prós
- Habitabilidade
- Relação conforto/comportamento
- Combinação 1.0 TSI+DSG
Contras
- Preço 1.5 TSI
O automóvel está a passar por uma transição rumo à eletrificação total, mas a dupla da Skoda, Scala e Kamiq, parecem não ter recebido o recado.
Afinal, acabaram de ser renovados e um dos destaques é precisamente a ausência de qualquer motorização com assistência elétrica.
Isto apesar de todos os seus concorrentes já terem motorizações mild-hybrid, híbridas e até propostas 100% elétricas. Porém, não é uma teimosia por parte da Skoda. Afinal, a marca checa já tem propostas híbridas plug-in e até 100% elétricas na sua gama.
As razões para esta ausência nos Scala e Kamiq 2024 podem-se resumir a uma: a plataforma MQB A0. Esta serve uma miríade de modelos do Grupo Volkswagen, mas ainda não permite qualquer tipo de eletrificação. Porém, esta ausência não afeta a capacidade de cumprir as normas de emissões vigentes, além disso potencia um preço mais competitivo, ainda que isso não seja verdade para todas as versões, como indicarei mais adiante.
Dito isto, há novidades mecânicas nos Scala e Kamiq 2024, com a introdução da mais recente evolução do bloco EA211 — a família de motores de três (1,0 l) e quatro cilindros (1,5 l) do Grupo Volkswagen —, agora na geração evo2.
No caso do 1.0 TSI, há várias novidades (ver caixa) e a versão mais potente ficou agora mais potente, declarando 116 cv, mais 6 cv que antes. O 1.5 TSI mantém os 150 cv, mas o sistema de desativação dos cilindros (ACT+) foi otimizado e promete um funcionamento mais suave.
Motorizações disponíveis em Portugal:
- 1.0 TSI — 95 cv e 175 Nm, cx. manual de 5 vel;
- 1.0 TSI — 116 cv e 200 Nm, cx. manual de 6 vel.;
- 1.0 TSI — 116 cv e 200 Nm, cx. automática de 7 vel. (DSG);
- 1.5 TSI — 150 cv e 250 Nm, cx. automática de 7 vel. (DSG).
O que mais mudou?
Além das evoluções mecânicas, os Skoda Scala e Kamiq 2024 receberam evoluções estéticas no exterior, além de tecnológicas e materiais no interior.
Por fora, as diferenças concentram-se, sobretudo, na dianteira, com ambos a receberem novos para-choques e novas óticas LED (de série) — podem ser, pela primeira vez e opcionalmente LED Matrix que permite, por exemplo, andar de máximos ligados sem risco de encadear os outros condutores.
O interior, partilhado por ambos os modelos, mantém o design que já conhecíamos, mas agora todos os Scala e Kamiq passam a trazer de série dois ecrãs de 8” — um para o painel de instrumentos e outro para o infoentretenimento. O que serve de instrumentação pode crescer até às 10,25” (Virtual Cockpit), enquanto o do infoentretenimento pode ser de 9,2”, caso optemos pelo pacote de navegação.
O que acaba por mudar mais são as cores e os materiais, que a marca diz serem mais «amigos do ambiente». Os Skoda Scala e Kamiq 2024 passam a poder ter à escolha até cinco ambientes Design Selection — Loft, Lodge, Dynamic, Suite e um exclusivo para a versão Monte Carlo.
A segurança foi também reforçada a um nível passivo e ativo. No primeiro caso passam a estar disponíveis como opção um airbag para os joelhos do condutor e airbags laterais traseiros.
Quanto à parte ativa foi adicionado o Easy Light Assist (faróis automáticos) e o sistema de controlo da pressão dos pneus (TPM+). Passa também a ser de série tanto no Scala como no Kamiq o cruise control com limitador de velocidade e os faróis de nevoeiro em LED. Se optar pelo Travel Assist, o cruise control passa a ser adaptativo/preditivo.
Ao volante
Sentado no lugar do condutor, primeiro no Kamiq, previsivelmente, a sensação de familiaridade é grande, dado a ausência de mudanças. Porém, nota-se uma melhoria na agradabilidade a bordo, graças aos novos revestimentos.
É fácil encontrar uma boa posição de condução, com o banco (de regulação elétrica na unidade conduzida) e volante a terem ajustes amplos. Como já acontecia, a montagem de tudo é sólida, não se ouvindo ruídos parasita.
As condições neste primeiro contacto dinâmico estavam longe de ser as mais desejáveis. Choveu continuamente em Frankfurt, onde decorreu esta apresentação dinâmica, sempre acompanhada de vento (estamos, afinal, no inverno), mas nada disso causou dificuldades aos Scala e Kamiq.
Mesmo quando o trajeto me levava para as rápidas autobahns, a estabilidade e a boa insonorização a bordo foram os traços dominantes.
Não houve mexidas na afinação do chassis — lamentavelmente, nem nas versões Monte Carlo, para melhor casar a experiência de condução com o aspeto mais desportivo —, pelo que o bom compromisso entre conforto e comportamento que já caracterizava ambos os modelos mantém-se. Estão longe de ser as propostas mais entusiasmastes de explorar, mas também não são «criaturas» inertes.
150 cv souberam a pouco
Houve oportunidade de conduzir o 1.5 TSI de 150 cv e o 1.0 TSI de 116 cv no Scala e Kamiq 2024, ainda que com uma ressalva. No caso do 1.5 TSI que equipava o Kamiq, vinha associado a uma caixa manual, combinação que não existe em Portugal. Quanto ao Scala 1.0 TSI, estava associado à DSG.
O 1.0 TSI no Scala acabou por convencer mais que o 1.5 TSI e a «culpa» poderá ser muito provavelmente da caixa DSG. No caso do 1.5 TSI com caixa manual, ficou evidente a falta de vigor abaixo das 2000 rpm, obrigando a recorrer mais vezes a mudanças de relações do que o desejado. Os 150 cv souberam a pouco.
Já o novo 1.0 TSI de 116 cv associado à DSG convenceu. Mostrou-se sempre mais enérgico e voluntarioso. Apesar do trajeto ter sido algo curto — pouco mais de meia centena de quilómetros — e quase sempre em vias rápidas e autobahn, os menos de seis litros conseguidos elevam as expectativas para um contacto mais prolongado em Portugal.
De qualquer forma, o que tanto o Scala como o Kamiq demonstraram, é que o facto de não terem apanhado ainda o comboio da eletrificação não os torna menos competitivos por isso.
Continuam a ser ótimas propostas para quem procura um carro familiar — o Scala, em particular, tem no espaço a bordo, para passageiros e bagagens, um dos seus mais fortes argumentos —; têm toda a tecnologia necessária para manter-nos conectados e tudo isto associado a custos razoáveis.
Descubra o seu próximo automóvel:
Os Scala e Kamiq 2024 em Portugal
Os novos Skoda Scala e Kamiq 2024 já têm preços para Portugal, a começar nos 24 147 euros mil para o primeiro e 25 610 euros para o segundo.
Se os 1.0 TSI apresentam-se com um preço raozavelmente competitivo — exceção feita às versões Monte Carlo —, o mesmo não podemos dizer do 1.5 TSI. Com ambos a ultrapassarem os 35 mil euros, mesmo estando recheados de equipamento, é muito difícil justificar este preço.
Skoda Scala 2024 | Preço |
---|---|
1.0 TSI 95 cv | 24 147 € |
1.0 TSI 116 cv | 24 695 € |
1.0 TSI 116 cv Monte Carlo | 29 595 € |
1.0 TSI 116 cv DSG | 26 732 € |
1.5 TSI 150 cv DSG Monte Carlo | 37 108 € |
Skoda Kamiq 2024 | Preço |
---|---|
1.0 TSI 95 cv | 25 610 € |
1.0 TSI 116 cv | 26 224 € |
1.0 TSI 116 cv Monte Carlo | 28 907 € |
1.0 TSI 116 cv DSG | 28 041 € |
1.5 TSI 150 cv DSG Monte Carlo | 35 478 € |
Veredito
Skoda Scala e Kamiq
Primeiras impressões
Data de comercialização: Março 2024
Prós
- Habitabilidade
- Relação conforto/comportamento
- Combinação 1.0 TSI+DSG
Contras
- Preço 1.5 TSI
Sem comentários
Conduzimos os Skoda Scala e Kamiq 2024. Eletrificação nem vê-la
A Skoda renovou de uma assentada tanto o Scala como o Kamiq para 2024. Já os conduzimos numa chuvosa Frankfurt, na Alemanha.
Consulte, antes de comentar, a informação legal e os nossos termos e condições aqui
Este artigo ainda não tem comentários.
Seja o primeiro a partilhar uma opinião.