Tesla Model 3
Primeiras impressões
Data de comercialização: Setembro 2023
O muito renovado Model 3 apenas reforça o argumento que a Tesla continua a não dar grande espaço de manobra à concorrência
Prós
- Materiais e qualidade de montagem
- Ecrã multimédia nos bancos traseiros
- Autonomia e consumos
- Qualidade de rolamento
- Preço não sofreu alterações
Contras
- Ausência de haste dos piscas
- Tejadilho panorâmico continua a estar dividido
- Capacidade das baterias não aumentou
A Tesla acaba de mostrar um novo Model 3 e nós fomos conhecê-lo em primeira mão a Oslo, na Noruega, num exclusivo nacional da Razão Automóvel.
É certo que no papel é apenas uma atualização, mas este Model 3 «cheira» a modelo novo, tal foram as alterações, sobretudo no interior.
Podem ver tudo o que mudou no primeiro teste em português ao novo Tesla Model 3:
Aerodinâmica na base de (quase) tudo
Publicámos ontem um artigo onde podem ler (ou reler) tudo o que mudou no Model 3 de forma mais detalhada.
Contudo, importa destacar novamente as alterações visuais feitas no exterior, que não só ajudam a criar uma imagem mais «limpa» e até um pouco mais agressiva, sobretudo na dianteira, como o tornam ainda mais eficiente.
Confesso-vos que espera mais alterações estéticas, mas as efetuadas são eficazes e permitiram dar ao Model 3 um coeficiente aerodinâmico (Cx) de apenas 0,219, quando antes era 0,23.
Interior sem vestígios de ruídos
Para o interior, a Tesla ouviu o feedback dos seus clientes e procurou resolver duas das queixas mais frequentes: qualidade dos materiais e ruídos a bordo.
E depois de o conduzirmos pelas estradas de Oslo, durante aproximadamente duas horas, sinto que qualquer um destes problemas foi devidamente «atacado».
Ao contrário do que acontecia antes, agora todos os vidros do Model 3 são laminados, o que ajuda a isolar o habitáculo do exterior.
A maior diferença está, contudo, nos materiais e na montagem. A esse nível posso mesmo dizer que a evolução é óbvia — percebe-se que a montagem é mais sólida — e mais expressiva do que eu esperava.
O que salta logo à vista quando entramos no novo Model 3 é, no entanto, a consola central, que agora tem um acabamento em alumínio.
No entanto, o que acaba por ser mais determinante para não existirem ruídos é o tabliê, que agora surge revestido (na parte superior e na parte inferior) com materiais mais macios e de maior qualidade. O mesmo se pode dizer dos painéis das portas.
Contas feitas, o interior do novo Model 3 não só se sente mais moderno e requintado, graças aos materiais usados e aos novos vedantes, como se sente mais robusto e mais bem montado. E isso são excelentes notícias.
E o volante?
Bem, se viram o vídeo em que testei o novo Model X Plaid com o volante Yoke já sabem que não sou o maior adepto desta solução da Tesla que eliminou as hastes laterais e colocou os piscas de mudança de direção no volante.
No Tesla Model 3 não temos, felizmente, um Yoke — volante é redondo —, mas o principio acaba por ser o mesmo. É certo que a Tesla fez um esforço para melhorar o tato dos «botões» dos piscas integrados no volante, mas o meu problema com esta solução nunca foi esse, mas sim o seu posicionamento.
Basta chegar a uma rotunda para perceber as limitações desta solução. Os braços ficam fora de posição enquanto rodamos o volante, e deixamos de saber qual botão identifica o pisca da esquerda e o da direita.
Não me faz qualquer tipo de confusão ter que ajustar a posição dos espelhos retrovisores laterais ou do volante no ecrã central, muito menos deslizar para a frente e para trás no ecrã para alternar entre os modos da caixa. Mas os piscas…
Felizmente a Tesla ouviu as críticas feitas aos novos Model S e Model X e manteve a buzina bem ao centro do volante… como manda a tradição.
Só mudou a autonomia
Ao contrário do que muitos esperavam, a Tesla optou por não fazer alterações às cadeias cinemáticas — motores e baterias — que já conhecíamos do Model 3. Contudo, graças às melhorias aerodinâmicas, a autonomia subiu em qualquer uma das versões.
Isso significa que, de acordo com o configurador da marca norte-americana, no Model 3 de tração traseira — 208 kW (283 cv) de potência e bateria com 60 kWh — a autonomia cresceu até aos 554 km nas versões com jantes de 18” e até aos 513 km nas versões com jantes de 19”.
Já no Model 3 Long Range AWD — tração integral (dois motores), 366 kW (497 cv) e bateria de 75 kWh —, a autonomia também subiu até aos 678 km com as jantes de 18” e até aos 629 km com as jantes de 19”.
Com esta renovação a Tesla deixa de disponibilizar o Model 3 Performance, uma decisão que os responsáveis da marca se recusaram a comentar se será revertida dentro de algum tempo.
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Consumos (ainda) mais baixos
O que também saiu melhorado nesta atualização profunda foram os consumos, que desceram 1,2 kWh por cada 100 km (de 14,4 kWh/100 km para 13,2 kWh/100 km) na versão de tração traseira e 0,7 kWh/100 km (de 14,7 kWh/100 km para 14 kWh/100 km) no Long Range.
Durante este primeiro contacto só tive oportunidade de conduzir o Tesla Model 3 Long Range num percurso misto, com alguma autoestrada e várias estradas secundárias.
Acabei este primeiro contacto com um consumo médio de 15,5 kWh/100 km. Mas foram diversas as ocasiões que registei valores abaixo dos 15 kWh/100 km.
Considero ser um valor muito interessante, tendo praticado uma condução «normal» sem preocupações em «trabalhar» para os consumos.
Suspensão completamente nova
Muitos também esperavam que a Tesla fizesse uma atualização aos travões do Model 3, o que acabou por não acontecer. Sinto que a direção passou a estar ligeiramente mais pesada, logo a partir do modo Conforto, apesar de nada ter sido confirmado a esse respeito durante esta apresentação.
O que mudou de forma significativa foi a suspensão. Há novos casquilhos, molas e amortecedores, com a Tesla a mudar inclusive a geometria da suspensão e a sua ancoragem à carroçaria.
Alterações que se fazem sentir quando o conduzimos. Quem já guiou um Tesla Model 3 (antigo) ou um Model Y, sobretudo com jantes de 19’’ ou 20’’, sabe que são carros com um pisar firme.
Este novo é ligeiramente mais confortável, ainda que não me parece ter perdido muito do ponto de vista dinâmico, com os movimentos da carroçaria a continuarem a mostrar-se relativamente bem controlados.
Mas as diferenças ao nível do conforto e da qualidade de rolamento são óbvias. A suspensão absorve de forma bem mais eficaz as irregularidades da estrada, tornando este Model 3 uma proposta ainda mais agradável de conduzir.
Ficou tudo na mesma
As entregas do novo Tesla Model 3 vão arrancar no final do próximo mês de outubro na Europa e no Médio Oriente. A produção para o nosso mercado vai continuar a ser garantida pela fábrica da Tesla em Xangai, na China.
Quanto aos preços, não vão sofrer alterações no nosso país, pelo que o novo Tesla Model 3 continuará a estar disponível desde os 39 990 euros para a versão de tração traseira e desde os 48 990 euros para a versão Long Range.
Não há outra forma de o dizer: a Tesla continua a não dar grande espaço de manobra à concorrência e este novo Model 3 é um bom exemplo disso.
Isto porque seria fácil, até aceitável, que a marca liderada por Elon Musk tivesse ajustado os preços do novo Model 3 por cima, mas não o fez. E tendo em conta tudo o que melhorou e introduziu neste carro, isso é notável.
Veredito
Tesla Model 3
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- Preço não sofreu alterações
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- Capacidade das baterias não aumentou
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