Toyota C-HR
Primeiras impressões
Data de comercialização: Dezembro 2023
A segunda geração do Toyota C-HR chega ainda este ano, mas já a conduzimos, ainda com a carroçaria disfarçada.
Prós
- Comportamento eficaz e divertido
- Qualidade percebida
- Estética personalizada
- Instrumentação totalmente digital
Contras
- Autonomia em modo elétrico
- Modos de condução indiferenciados
- Capacidade da bagageira
- Visibilidade traseira
Quando, em 2017, a Toyota apresentou a primeira geração do C-HR, as ondas de choque foram consideráveis e à escala global. Este crossover cortou radicalmente com as linhas mais conservadoras da marca japonesa e ostentava diversas arestas na carroçaria e até traços de coupé.
Além disso, o Toyota C-HR era também mais elevado e compacto face aos restantes modelos da marca. No entanto, e tal como revelado por um dos responsáveis da Toyota, este seu modelo mais disruptivo “foi também aquele que conquistou o maior número de novos clientes para a marca”.
Por essa razão, esta filosofia de design não só se manteve nesta segunda geração, como ainda foi reforçada com uma dianteira mais agressiva e uma secção traseira mais desportiva. Os detalhes ainda mais originais surgiram através da estreia de um logótipo iluminado e do novo formato da pintura de dois tons.
Os estranhos puxadores das portas traseiras saíram do pilar e assumiram uma posição mais convencional. Desta forma, o visual desportivo mantém-se e ajuda a conquistar um dos melhores coeficientes aerodinâmicos da sua classe: Cx 0,317.
As dimensões do novo Toyota C-HR mantêm-se quase inalteradas face ao seu antecessor, com a mesma distância entre eixos e menos três centímetros de comprimento. A altura também não variou (1,56 m) mas o novo C-HR está 3,5 cm mais largo.
Mais qualidade e tecnologia
A primeira impressão a bordo do novo Toyota C-HR está relacionada com o novo desenho do tabliê e com a boa qualidade dos materiais e da construção, com mais superfícies suaves. As bolsas das portas dianteiras são amplas e de fácil acesso, mas contam com rebordos algo abrasivos ao toque.
O painel de instrumentos é totalmente digital, com um monitor de 12,3” e inclui três modos de visualização. Um dá prioridade à velocidade, outro à navegação e o terceiro aos sistemas de ajuda à condução.
Mais ao centro, o monitor tátil pode ter 8 ou 12,3” como na unidade testada, está numa posição horizontal e não interfere com a visibilidade para o exterior. A nova interface de utilizador apresenta gráficos modernos e intuitivos e as ligações aos smartphones através de Apple CarPlay ou Android Auto já não requerem cabos.
A zona dos comandos da consola central e do monitor tátil está mais direcionada para o condutor do que no C-HR anterior e há mesmo uma divisória que quase soa a «exclusão» para o passageiro dianteiro. Contudo, é bom para o condutor, que se sente no centro do mundo.
Viajar na segunda fila
O espaço na segunda fila de assentos é generoso em largura, para dois adultos, em altura e também em comprimento, mas há reparos a fazer. Os assentos estão à mesma altura dos dianteiros, limitando a visão de quem viaja atrás. Sendo que a dimensão das janelas traseiras também é reduzida e acaba por se gerar um ambiente quase claustrofóbico.
Aliás, tudo isto só não é pior graças à presença do tejadilho panorâmico, que deixa entrar alguma luz adicional e nem sequer tem persiana. Por outro lado, não há saídas de ventilação atrás, deixando a ideia de que os passageiros traseiros receberam menos atenção do que os que se sentam na frente. Mais positivo é o facto de o piso ser quase plano.
A bagageira do novo Toyota C-HR é das mais pequenas do segmento, variando entre os 310 litros da versão híbrida plug-in e os 388 litros da versão híbrida com o motor 1.8. Para compensar, no entanto, está presente uma tomada de 220V e um alçapão inferior para pequenos objetos ou cabos de carregamento.
Apenas motorizações híbridas
A marca mais conhecedora da tecnologia de propulsão híbrida no mundo (o primeiro Prius foi lançado no já longínquo ano de 1997) aposta totalmente na combinação de motor a gasolina e motor elétrico para a nova geração do Toyota C-HR.
Há quatro opções: 1.8 HEV de 140 cv (140H), 2.0 HEV de 196 cv (200H) – com duas ou quatro rodas motrizes – e 2.0 PHEV de 223 cv (220H). Esta última versão usa o mesmo motor 2.0 a gasolina do 200H, mas recebe um motor elétrico mais potente (163 vs 113 cv).
A bateria do sistema híbrido plug-in (13,6 kWh) é, naturalmente, muito maior do que a do híbrido «não plug-in» (0,91 kWh), uma que vez que o motor elétrico tem como responsabilidade principal ajudar o de gasolina nas acelerações e apenas esporadicamente mover o veículo por si só.
Neste campo, custa a perceber por que a Toyota tomou decisões tão conservadoras em termos da capacidade da bateria e potência de carregamento. No novo C-HR PHEV, por exemplo, a bateria de 13,6 kWh só permite carregamentos em corrente alterna (AC) e até 7 kW. Ainda assim, a Toyota afirma que o C-HR consegue percorrer 66 km em modo 100% elétrico.
Ao volante do 220PH
Apesar de as primeiras imagens oficiais do Toyota C-HR já terem sido reveladas há algum tempo, as unidades disponíveis para este primeiro contato ainda tinham a carroçaria camuflada. Além disso, para os cerca de 75 km de um percurso junto ao centro técnico da Toyota em Bruxelas, apenas estava disponível a versão 220PH. Ou seja, o híbrido plug-in.
Já em estrada, o salto quântico na dinâmica dos modelos da Toyota não é novidade. Começou com a introdução da nova arquitetura (TNGA) que já faz parte de modelos como o Corolla, o RAV4 e o Prius. Neste último caso, o crónico candidato ao título mundial do automóvel mais aborrecido de guiar, transformou-se numa experiência muito divertida e eficaz, principalmente na sua mais recente geração.
Quanto ao Toyota C-HR, a primeira geração já era eficaz e contava com um bom compromisso entre estabilidade e conforto. Mas agora, com a mesma base rolante do novo Prius, a segunda geração do C-HR ganha ainda mais precisão em curva, uma direção mais comunicativa e um peso adequado. Sendo algo que se sente tanto em estradas sinuosas como em autoestrada.
Este ponto torna-se ainda mais positivo porque a diferença entre os quatro modos de condução disponíveis (Custom, Sport, Normal e Eco) é tão pequena que quase nem se nota.
Em contrapartida, o trabalho efetuado na suspensão merece os maiores elogios, porque filtra bem as irregularidades da estrada e sem que isso signifique movimentos transversais excessivos da carroçaria.
Além disso, durante o percurso efetuado na pista do centro de testes, foi possível superar os 100 km/h, antes de «atirar» o carro para uma curva sem grande critério de precisão. Desta forma, foi possível perceber que o C-HR permite soltar a traseira, ajudando na trajetória enquanto desenha um sorriso no rosto de quem conduz.
Evoluções e pontos menos positivos
As sucessivas evoluções do sistema híbrido foram permitindo melhorar as inicialmente paupérrimas transmissões de variação contínua (CVT). Finalmente, nesta quinta geração, o seu funcionamento lá acabou por superar a quase totalidade das suas insuficiências.
Com a versão mais potente do C-HR, os 223 cv são bem notados na facilidade com que este crossover acelera desde os mais baixos regimes, apresentando uns respeitáveis 7,3 segundos na aceleração dos 0 aos 100 km/h. A resposta da travagem mostrou-se sempre à altura das exigências.
Menos prática é a variação entre os modos de funcionamento do sistema híbrido que, apesar de contarem com teclas físicas, exigem algum estudo prévio para serem bem utilizados.
O modo mais linear é o EV (elétrico), depois temos o HEV que corresponde a um modo “Save”, em que a carga existente na bateria não é usada, apenas a que é recuperada pela desaceleração e travagem. Depois deste temos o modo Charge (pressionado o mesmo botão por alguns segundos), que usa o motor a gasolina para carregar a bateria. Finalmente, o modo Auto HV corresponde ao funcionamento mais comum de um sistema híbrido, em que o motor a gasolina e o elétrico repartem as tarefas de propulsão do carro.
No final do trajeto de condução, a média indicada de 2,5 l/100 km confirma que é possível alcançar consumos bastante baixos com o C-HR híbrido plug-in. Ainda assim, números superiores ao valor entre os 0,8 e os 0,9 l/100 km declarados pela Toyota, mas que ainda estão sujeitos a homologação.
Toyota C-HR em Portugal
Das quatro opções disponíveis com o novo Toyota C-HR, apenas duas se vão vender no mercado nacional. Na base da oferta, e com data de chegada prevista para o final deste ano, está a versão 140H. Ou seja, o sistema híbrido com o motor térmico de 1.8 litros e 140 cv de potência combinada, que tem um preço (estimado) em torno dos 38 mil euros.
Umas semanas mais tarde, no primeiro trimestre de 2024, será a vez da versão 220H. Está equipada com o sistema híbrido plug-in que inclui o motor 2.0 a gasolina e 223 cv de potência combinada. Neste caso, o preço (novamente estimado) aponta para a fasquia dos 45 mil euros.
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Veredito
Toyota C-HR
Primeiras impressões
Data de comercialização: Dezembro 2023
Prós
- Comportamento eficaz e divertido
- Qualidade percebida
- Estética personalizada
- Instrumentação totalmente digital
Contras
- Autonomia em modo elétrico
- Modos de condução indiferenciados
- Capacidade da bagageira
- Visibilidade traseira
Especificações técnicas
Toyota C-HR Plug-In Hybrid | |
---|---|
Motor (gasolina) | |
Arquitetura | 4 cilindros em linha |
Posicionamento | Dianteiro, transversal |
Capacidade | 1987 cm3 |
Distribuição | 2 a.c.c., 4 válv./cil., 16 válvulas |
Alimentação | Injeção mista (direta e indireta) |
Potência | 152 cv / 6000 rpm |
Binário | 190 Nm entre 4400-5200 rpm |
Motor (elétrico) | |
Potência | 163 cv |
Binário | 208 Nm |
Rendimento máximo combinado | |
Potência máxima combinada | 223 cv |
Transmissão | |
Tração | Dianteira |
Caixa de velocidades | Automática (CVT) |
Bateria | |
Tipo | Iões de lítio |
Capacidade | 13,6 kWh (11 kWh utilizáveis) |
Carregamento | |
Pot. máxima em AC | 7 kW |
Tempo 0-100% 7 kW (AC) | 2h00min |
Chassis | |
Suspensão | FR: Independente, McPherson TR: Independente, multibraços |
Travões | FR: Discos ventilados; TR: Discos |
Direção | Assistência elétrica |
Dimensões e Capacidades | |
Comp. x Larg. x Alt. | 4360 mm x 1830 mm x 1570 mm |
Distância entre eixos | 2640 mm |
Capacidade da mala | 310 litros |
Pneus | 225/50 R19 |
Prestações e consumos | |
Velocidade máxima | 180 km/h |
0-100 km/h | 7,3s |
Consumo combinado | 0,8-0,9 l/100 km |
Emissões CO2 | 19-20 g/km |
Autonomia elétrica | 66 km |
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Ainda mais irreverente do que antes. Conduzimos o novo Toyota C-HR
Depois do RAV4 e do Prius, o próximo híbrido plug-in da Toyota será a segunda geração do C-HR, que está quase a chegar ao mercado nacional.
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