Toyota C-HR PHEV
Primeiras impressões
Data de comercialização: Março 2024
Consumos em baixa e eficiência em alta, mas o preço pode «empurrar» o novo Toyota C-HR PHEV para as empresas e afastá-lo dos particulares. Ou será que não?
Prós
- Consumos
- Autonomia Elétrica
- Estética exterior
- Acabamentos do interior
Contras
- Preço
- Capacidade da bagageira
- Visibilidade traseira
Depois da versão híbrida (full-hybrid), que chegou a Portugal em novembro de 2023, agora é a vez da Toyota lançar o C-HR na sua variante híbrida plug-in (PHEV), de ligar à tomada.
Assente no mesmo sistema híbrido plug-in que já conhecemos do novo Toyota Prius, esta variante PHEV do C-HR tem uma verdadeira autonomia 100% elétrica, além de oferecer mais potência e mais disponibilidade.
Mas será que isso chega para justificar a diferença de preço entre o novo C-HR PHEV e o C-HR híbrido com 140 cv que já conhecíamos? Fomos conduzi-lo a Marselha, no sul de França, para descobrir a resposta:
Por fora, não fosse a indicação “PHEV” no portão da bagageira e a porta extra de carregamento, e seria praticamente impossível distinguir esta nova versão de ligar à tomada do C-HR híbrido convencional.
Mas isso está longe de ser uma crítica, já que o design exterior continua a ser um dos maiores argumentos da nova geração do C-HR, que é, atualmente, um dos modelos mais importantes da Toyota no mercado europeu.
Bagageira perdeu volume
Se por fora nada mudou para o C-HR híbrido que já conhecíamos, o mesmo se pode dizer do interior. À exceção de alguns comandos físicos adicionais na consola central e de determinados menus específicos na instrumentação, permaneceu inalterado.
E isso são boas notícias. Quando conduzi a nova geração do C-HR pela primeira vez, disse e escrevi que este era, para mim, o melhor interior da Toyota na atualidade. Agora, alguns meses depois, só posso reforçar essa ideia.
Temos direito a materiais suaves no topo do tabliê, a acabamentos sólidos e a uma montagem precisa, tal como a marca nipónica já nos tem vindo a habituar.
A juntar a isso, este C-HR tem detalhes que por norma só estamos habituados a ver em propostas com ambições premium, a começar logo no enorme tejadilho panorâmico com tratamento térmico.
E o espaço?
Apesar da bateria de maiores dimensões face à versão híbrida, não perdemos espaço nos lugares traseiros, que acomodam facilmente pessoas até 1,85 m.
Ainda assim, os lugares traseiros continuam a ser algo acanhados, mesmo que sejam suficientes para as exigências do dia a dia.
Quanto à bagageira, o volume saiu prejudicado nesta variante híbrida plug-in, não por culpa da bateria, que está «arrumada» sob o piso do habitáculo, mas sim por culpa do posicionamento dos carregadores de bordo, uma vez que um deles encontra-se por baixo do piso da bagageira.
Assim, o volume de carga nesta variante PHEV fica limitada a 311 litros, contra os 388 litros da versão híbrida de 140 cv.
Esta particularidade cria um fosso ainda maior entre o C-HR e o Corolla Cross. Se o primeiro está cada vez mais destinado a um tipo de cliente que procura uma proposta mais sofisticada e divertida de conduzir, o segundo é cada vez mais o carro de família por excelência, espaçoso e versátil.
O mais potente da gama
Como referi no início, o sistema híbrido plug-in do C-HR PHEV é o mesmo do novo Toyota Prius, que junta um motor a gasolina (quatro cilindros, naturalmente aspirado e 2,0 l) a um motor elétrico, montado na dianteira.
O bloco a gasolina oferece 152 cv de potência e 190 Nm de binário máximo. Já o motor elétrico debita 120 kW (163 cv) e 208 Nm. Em conjunto, temos 223 cv de potência máxima combinada e 208 Nm de binário máximo, que é enviado em exclusivo às duas rodas dianteiras.
Graças a estes números, este C-HR é o mais potente e rápido da gama, sendo capaz de acelerar dos 0 aos 100 km/h em 7,4s e de alcançar os 180 km/h de velocidade máxima (limitada).
São números que se fazem notar na estrada, uma vez que não são precisos muitos quilómetros para perceber que a disponibilidade é bastante superior à versão híbrida de 140 cv, que conduzimos há uns meses em Ibiza:
Mesmo assim, as sensações acabam por repetir-se, uma vez que tudo acontece de forma bastante progressiva e suave, com as transições entre o motor elétrico e o bloco a gasolina a estar muito bem afinada.
Por falar em afinação, tenho de elogiar o trabalho que os engenheiros da Toyota fizeram ao nível da calibração do pedal do travão e do funcionamento do modo B da caixa, que é sempre muito agradável.
Até 66 km de autonomia elétrica
O que também impressiona é a eficiência de todo o conjunto, a começar logo nos consumos de energia elétrica: durante este primeiro contacto andei sempre em torno dos 10 kWh/100 km.
Por isso mesmo, a este ritmo, seria inclusive possível superar (por larga margem) os 66 km de autonomia elétrica que a Toyota anuncia, tendo em conta a bateria de 13,8 kWh de capacidade.
Claro que isto também tem um impacto muito positivo no consumo de gasolina que, durante este primeiro contacto — foram percorridos cerca de 150 km —, andaram na casa dos 2,3 l/100 km.
Para mim é o maior argumento deste C-HR, que é um autêntico campeão dos consumos. Não só nos deixa percorrer várias dezenas de quilómetros em modo elétrico como também nos brinda com consumos muito baixos quando a carga da bateria se esgota.
Suspensão mais firme
Outra coisa que fica muito clara ao volante do C-HR PHEV é o facto da suspensão ter um acerto mais firme do que a variante híbrida com 140 cv. A verdade é que isso não chega a surpreender, já que entre estas duas versões existem 215 kg de diferença.
Mesmo assim, a suspensão faz um bom trabalho a filtrar as irregularidades da estrada, além de contribuir muito para que o C-HR continue a ter um comportamento dinâmico muito competente.
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Versão a pensar no cliente empresarial
Na base da gama está o nível Business, ainda que o C-HR PHEV também possa ser encomendado com as designações Square Collection, Lounge e GR Sport Premiere Edition.
A versão Business, pensada para o mercado empresarial — disponível também para particulares —, destaca-se por oferecer de série jantes de 18″, instrumentação digital de 12,3″, ecrã multimédia com 8″, bancos dianteiros e volante aquecidos, ar condicionado automático bizona, câmara auxiliar traseira, sensores de estacionamento e cruise control adaptativo inteligente.
No topo da oferta do Toyota C-HR PHEV está a versão GR Sport Premiere Edition, que oferece bancos desportivos em pele e Alcantara, jantes de 20″, sistema de head-up display, sistema de som da JBL com nove altifalantes e o tejadilho Night Sky Plus.
E os preços?
O novo C-HR PHEV está disponível com preços que começam nos 46 020 euros (c/ IVA), referentes à versão Business. No entanto, é na variante Square Collection, com um preço base de 47 890 euros, que a Toyota acredita que se vão registar o maior número de vendas.
A diferença de preço para o C-HR HEV de 140 cv, nas versões de entrada ronda os nove mil euros. Para os clientes particulares continua a ser, talvez, a mais indicada. Até porque os consumos também são muito apelativos.
Para quem faça viagens curtas em cidade e tiver oportunidade de carregar diariamente em casa ou no trabalho, a proposta híbrida plug-in pode mesmo ser a mais interessante, apesar do gasto extra.
Já para as empresas, não há grandes dúvidas. A proposta PHEV do C-HR é a que tem mais valor, sobretudo se tivermos em conta os benefícios fiscais a que estes modelos ainda têm direito.
Veredito
Toyota C-HR PHEV
Primeiras impressões
Data de comercialização: Março 2024
Prós
- Consumos
- Autonomia Elétrica
- Estética exterior
- Acabamentos do interior
Contras
- Preço
- Capacidade da bagageira
- Visibilidade traseira
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