Agora só como carrinha. Primeiro teste ao novo Volkswagen Passat 2024

A nona geração do Volkswagen Passat pode muito bem ser a última e argumentos não faltam para continuar a ser uma das melhores propostas da classe.

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O Volkswagen Passat chega à nona geração e poderá muito bem ser o capítulo final para o histórico modelo, mas não será apenas por isso que será recordado.

Primeiro, só irá estar disponível como Variant, ou seja, como carrinha. A razão para a Volkswagen abdicar da berlina — a produção já tinha terminado em 2022 — é puramente pragmática: 80% dos Passat vendidos são carrinhas. Para mais, há agora um novo ID.7 berlina a querer ocupar esse lugar.

Depois, pela primeira vez a Volkswagen entregou à Skoda o desenvolvimento e produção do novo Passat, que tem no novo Superb o seu «parente» mais próximo — serão, inclusive, produzidos na mesma fábrica em Bratislava, na Eslováquia.

O que ajuda a justificar o crescimento das dimensões exteriores que se repercutem nas dimensões interiores. Nunca houve um Passat com tanto espaço para passageiros e bagagens, apesar de a falta de espaço nunca ter sido uma questão das gerações anteriores deste familiar.

Neste primeiro contacto dinâmico, em vídeo, pudemos conduzir o Volkswagen Passat Variant eHybrid (híbrido plug-in), na variante mais potente, com 272 cv e capaz de fazer 100 km em modo elétrico:

Gigante por dentro

A proximidade ao novo Skoda Superb fez o novo Volkswagen Passat Variant crescer mesmo muito: tem 4,917 m de comprimento (mais 14 cm que o antecessor) e 1,849 m de largura (+ 2 cm), mas a altura manteve-se nos 1,516 m. A distância entre eixos também esticou em 5 cm para os 2,841 m.

É natural que este crescimento se tenha refletido nas cotas internas: quem for sentado atrás até conseguirá cruzar as pernas, tal é a oferta de espaço. E fazendo jus ao estatuto de familiar, a bagageira ascende agora aos 690 l, mais 50 l que antes.

Com os bancos rebatidos a capacidade sobe para perto de 2000 litros: nunca houve um Passat com tanto espaço para levar tudo e mais alguma coisa.

Não se fica pela oferta de espaço. O interior do novo Passat Variant apresenta-se com uma muito boa escolha de materiais e uma montagem á prova de críticas, algo que é expectável sempre que entramos a bordo de qualquer Volkswagen.

Usabilidade em crescendo

O interior é marcado também pela invasão tecnológica: podemos vê-la nos novos ecrãs, que crescem em dimensão (12,9″ de série ou 15″ em opção para o central) e qualidade, no novo sistema de head-up display, ou até na iluminação ambiente em LED, que contrasta com a aparência sóbria do habitáculo.

Dito isto, a Volkswagen ouviu as críticas no que respeita à usabilidade de algumas das suas propostas dos últimos anos. O volante, por exemplo, volta a ter botões físicos, abandonando os hápticos. A usabilidade agradece. Sente-se, no entanto, a falta dessa atenção em relação aos comados da climatização, como se pode ver no vídeo.

A integração do ChatGPT no assistente de voz do sistema de infoentretenimento MIB 4.0, permite, por outro lado, mitigar essas ausências físicas. É agora muito mais fácil o sistema compreender o que dizemos e pedimos, seja para aumentar ou descer a temperatura do habitáculo, ou, porque não, saber quem foi o pai do rock português.

Chassis evoluído

Além de assentar sobre a mais recente atualização da plataforma MQB, designada de evo, o novo Passat Variant estreia o sistema opcional DCC Pro — amortecimento eletrónico variável —, que conta agora com duas válvulas. Uma válvula serve para a compressão e outra para a extensão, de forma a melhor controlar os movimentos da carroçaria.

É a primeira marca generalista a dispor desta tecnologia projetada para isolar melhor a carroçaria das irregularidades do piso e já pudemos constatar a sua eficácia — veja no vídeo.

Dito isto, se há coisa pelo qual o Passat não costuma ser conhecido é pela sua condução entusiasmante ou envolvente — não é um defeito, é um feitio…

Afinal, sendo um familiar, o objetivo é o de ser um estradista confortável e a esse nível é mesmo muito competente. Não só ao nível do conforto de rolamento, como em insonorização, onde está efetivamente num plano bastante elevado.

Gasolina, Diesel, híbrido…

Neste primeiro contacto, pudemos conduzir o Passat Variant (por agora) mais potente, o eHybrid de 272 cv. Performance não falta, mas o destaque vai mesmo para a autonomia elétrica anunciada de 100 km — quase duas vezes mais que o antecessor. Tal deve-se à nova bateria de 19,7 kWh (utilizáveis), praticamente o dobro do antecessor (10,6 kWh).

A mesma bateria e autonomia pode ser encontrada na segunda variante eHybrid do modelo, mais modesta em potência, com 204 cv. Neste primeiro contacto não deu para confirmar se os 100 km são fáceis de atingir ou não — teremos de aguardar por um teste mais prolongado em Portugal.

As motorizações híbridas plug-in podem concentrar a maior parte das atenções, mas à imagem do que vimos no novo Tiguan, conduzido durante o mesmo evento deste Passat, não falta variedade de motorizações. Há várias opções a gasolina e gasolina mild-hybrid 48 V, assim como Diesel.

Na base conta com o novo 1.5 eTSI de 150 cv; enquanto os 2.0 TSI e 2.0 TDI surgem com diversos patamares de potência: 190 cv e 265 cv a gasolina; e 122 cv, 150 cv e 193 cv a gasóleo.

Comum a todas as motorizações? Estão apenas associadas a caixas automáticas de dupla embraiagem (DSG) de sete relações (seis no caso dos eHybrid).

Preços? Para já, só para empresas

O novo Volkswagen Passat tem chegada prevista só no segundo semestre. Ainda teremos de aguardar mais algum tempo até sabermos como será composta a gama nacional e os preços de cada uma das versões.

Contudo, a Volkswagen abriu uma exceção e anunciou o preço para a versão eHybrid de 204 cv, aquela que terá mais peso no mercado nacional, sendo esta especialmente dedicada a empresas: 34 990 € + IVA.

Afinal, cerca de três quartos do mercado automóvel nacional corresponde a vendas para empresas, frotas ou empresários em nome individual.

Caso esteja interessado, como particular, no novo Volkswagen Passat Variant, depois de conduzirmos exemplares com outras motorizações, podemos dizer que o 1.5 eTSI de 150 cv é mais que suficiente. E deverá ter, certamente, um preço mais em conta.