Volkswagen Golf R
Primeiras impressões
Só lamento que este primeiro contacto tenha sido tão breve. Porque o renovado Volkswagen Golf R parece ter melhorado exatamente onde era preciso.
Prós
- Versatilidade
- Performance do motor
- Sistema de som Akrapovic
Contras
- Alguns opcionais são obrigatórios
- Ausência de comandos físicos para a climatização
Depois de renovar o Golf GTI e o GTI Clubsport, a Volkswagen virou agulhas para o Golf R e criou o Golf de produção mais potente de sempre, com 333 cv. Isto se não contarmos com as séries especiais 20 Years Edition e R 333.
Foi desta forma que o novo Volkswagen Golf R (Mk 8.5) se deu a conhecer ao mundo. Mas semanas antes tivemos oportunidade de lhe sentir o pulso, ainda que de forma muito breve, nos arredores de Berlim, na Alemanha.
O quartel general desta apresentação foi o conhecido circuito de Lausitzring que, infelizmente. estava ocupado por testes do DTM e impediu-nos de o levar aos limites. Mas nem tudo são más notícias: conduzimos o Golf R em estrada e pudemos levá-lo a um troço ilimitado da autobahn. Ora veja:
Afinal, o que mudou?
Por fora, o Golf R acompanhou as atualizações que a Volkswagen já tinha introduzido em todos os outros Golf. A frente foi totalmente redesenhada e ganhou novos faróis, de desenho mais agressivo, novas entradas de ar no para-choques e um logótipo iluminado, que é uma estreia absoluta na gama do Golf R.
Na traseira, os grafismos das óticas também mudaram, ainda que o formato se tenha mantido. Contudo, os maiores destaques continuam a ser o spoiler e as quatro ponteiras de escape, que podem ser assinadas, opcionalmente, pela Akrapovic.
Contudo, em termos estéticos, a maior novidade talvez seja o facto do Golf R agora estar disponível com uma versão R Black Edition, que acrescenta vários elementos escurecidos, para uma imagem mais agressiva.
No interior, as mudanças foram estratégicas. A Volkswagen abordou dois dos maiores problemas do antecessor: os comandos hápticos do volante e o sistema de infoentretenimento. Este foi totalmente revisto, passando a ser apresentado num novo ecrã central com 12,9”.
Mas as novidades não acabam aqui. No vídeo que surge em destaque pode ver tudo o que mudou no habitáculo do novo Volkswagen Golf R, que continua a impressionar pela versatilidade que apresenta. Basta olhar para o espaço disponível nos bancos traseiros e na bagageira.
O último Golf R a combustão?
A marca de Wolfsburgo já fez saber que a partir de 2030, todos os novos modelos da gama Volkswagen R serão 100% elétricos. Dessa forma, este pode muito bem ser o último Golf R puramente a combustão, detalhe que o torna ainda mais especial.
Por agora, só vamos falar mesmo de motores de combustão interna, porque apesar de estar mais potente do que nunca, o Golf R continua a dispensar qualquer tipo de ajuda elétrica.
O «coração» deste hot hatch (ou será que devemos dizer: super hatch?) é a mais recente evolução do motor EA888 (LK3 evo4). Isso significa que temos um bloco turbo de quatro cilindros e 2,0 l de capacidade, que agora entrega 333 cv, mais 13 cv do que antes.
Quanto ao binário, manteve-se nos 420 Nm, mas agora está disponível num regime de rotações mais amplo. E isso nota-se em estrada, sobretudo nas retomas de velocidade e não tanto nos clássicos 0 aos 100 km/h. Que agora são feitos em 4,6s (Golf R Variant precisa de mais 0,2s).
Outra novidade importante está relacionada com o turbo, que agora é capaz de manter alguma pressão mesmo quando estamos parados num semáforo, por exemplo, para assim nos dar a melhor resposta possível no arranque. Pode parecer um pequeno detalhe, mas é bom saber que está tudo lá. Sempre.
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Vamos para a estrada?
Nos cerca de 15 minutos que pude conduzir este novo Golf R, ainda camuflado, por se tratar de um protótipo de testes, consegui perceber muito rapidamente uma coisa: este é um dos hot hatch mais versáteis da atualidade.
Por isso mesmo, não é de estranhar que muitos o vejam como um carro para o dia a dia. capaz de lidar com as rotinas habituais (como ir ao ginásio, supermercado ou escritório). Mas está sempre pronto a subir o ritmo e a assumir o título que carrega: afinal é o Golf mais potente que pode comprar.
Ainda assim, com uma suspensão 15 mm mais baixa face ao Golf GTI Clubsport e equipado com jantes de 19″, o Volkswagen Golf R pode ter um acerto de suspensão — nos modos mais desportivos — algo firme, ao mesmo tempo que no modo Comfort pode facilmente tornar-se demasiado suave. Isto porque o sistema de controlo adaptativo do chassis (DCC) passou a ser de série.
Mas depois deste breve primeiro contacto não tenho dúvidas acerca do modo que torna o Golf R mais agradável de usar: Special. Este está disponível no Performance Pack (opcional) e foi especialmente afinado para o Nürburgring.
Neste modo, o Volkswagen Golf R fica menos «saltitão» e absorve melhor as irregularidades da estrada, ao mesmo tempo que continua a deixar-nos atacar as curvas de uma forma mais contundente.
E por falar em curvas, o maior trunfo deste modelo é o R Performance Torque Vectoring, o sistema de vetorização de binário que é capaz de enviar apenas para a roda exterior traseira todo o binário enviado ao eixo posterior.
A juntar a isso e graças à eletrónica, o sistema consegue ainda travar a roda interior do eixo dianteiro, para assim otimizar a tração à saída da curva e aumentar a agilidade.
Tal como já disse, não estive muito tempo disponível ao volante, mas pareceu-me estar mais bem plantado na estrada e, acima de tudo, mais composto.
Ao mesmo tempo, continuo a gostar muito do tato destes travões (não sofreram alterações), tal como da direção, que é precisa e rápida o suficiente. Já a caixa DSG, continua em grande nível.
A fundo na autobahn
A última secção do teste de estrada ao Volkswagen Golf R incluía um troço ilimitado da autobahn, que nos permitiu testar a velocidade máxima deste modelo, que com o Pack Performance está limitada aos 270 km/h.
Sem surpresa, este motor está mais disponível do que nunca. Nunca sentimos qualquer «salto» na entrega de binário, que é muito progressiva, tornando a experiência ao volante deste modelo ainda mais agradável. Importa destacar ainda a estabilidade, mesmo a velocidades bem acima dos 200 km/h.
O mais viciante acaba mesmo por ser a nota sonora que vem do sistema de escape Akrapovic, que está mais áspera e poderosa do que nunca. Para mim é um opcional obrigatório. Combina na perfeição com o perfil deste modelo e é um elemento que está inteiramente ligado aquilo que sentimos a conduzir este carro.
Melhor e mais barato?
As encomendas do novo Volkswagen Golf R já abriram em alguns mercados europeus, com as primeiras unidades a chegarem às estradas lá mais para o final do ano.
Para Portugal os preços ainda não são conhecidos, mas a Volkswagen já confirmou que no mercado alemão o Golf R vai ficar ligeiramente mais barato do que antes.
Será que vai acontecer o mesmo por cá? Recorde-se que antes de sair do configurador da Volkswagen em Portugal, o Golf R anterior custava 63 316 euros.
Independentemente do preço final do novo Volkswagen Golf R no mercado nacional, há algo que podemos concluir: esta renovação abordou alguns pontos chave que efetivamente tornam o Golf R uma melhor proposta do que antes.
Devido à brevidade deste primeiro contacto, não demos uma nota final ao Golf R, que será dada quando o pudermos testar em Portugal, com mais tempo. Mas as primeiras impressões são muito positivas.
Veredito
Volkswagen Golf R
Primeiras impressões
Prós
- Versatilidade
- Performance do motor
- Sistema de som Akrapovic
Contras
- Alguns opcionais são obrigatórios
- Ausência de comandos físicos para a climatização
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Volkswagen Golf R está mais potente mas não é isso que o torna especial
A Volkswagen renovou o Golf R e deu-lhe ainda mais potência. Mas para mim, o maior trunfo deste modelo continua a ser outro…
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